segunda-feira, 21 de julho de 2008

José Bento Ferreira de Almeida

Monumento a Ferreira de Almeida inaugurado na então avenida de D.Amelia, hoje Avenida da República em 3-08-1910.

José Bento Ferreira de Almeida oficial da Armada, politico e estadista, filho do Dr. Manuel Joaquim de Almeida, natural de Aveiro foi presidente da Câmara Municipal de Faro, Governador Civil, do Distrito de Faro, Deputado do Algarve em várias legislaturas e faleceu a 19-06-1889 e de Maria Clementina Ortigão Ferreira de Almeida, natural de Faro, nasceu nesta cidade a 7-05-1847, e faleceu em Livorno (Itália) onde se encontrava assistindo à construção do cruzador « Vasco da Gama », a 4-09-1902.

Seguiu a carreira da Armada, em que assentou praça a 20-05-1897. Promovido a guarda marinha em 1869, nela chegou ao posto de Capitão de Mar e Guerra que tinha quando Faleceu e a que fora promovido em 28-03-1901. Oficial distinto, foi Governador de Mossâmedes de 1878 a 1880 e desempenhou outras importantes comissões de serviço.

Eleito Deputado pelo circulo de Faro - Loulé em 1884, foi depois sucessivamente reeleito em todas as legislaturas, ate em que em 1901, foi feito Par do Reino. A sua carreira Parlamentar ficou assinalada pela enérgica intervenção que teve em vários debates e, valente e dotado de génio bastante impulsivo, suscitou conflitos e duelos e chegou mesmo a agredir em plena câmara o então ministro da marinha Henrique de Macedo, facto que levantou grande celeuma e que lhe valeu ser julgado na Câmara alta e condenado a quatro meses de prisão. Não menor celeuma levantou em vários sectores da vida pública a proposta que, em 10-05-1891, apresentou em cortes para a venda de Moçambique.

Em 1895, José Bento Ferreira d´Almeida foi, por sua vez, Ministro da Marinha, num governo presidido por Hintze Ribeiro, que fora politicamente o seu grande defensor no conflito anteriormente suscitado, e levou a efeito medidas reputadas de grande interesse. Promoveu a reorganização da Armada, aboliu os castigos corporais ainda nela existentes, fundou a Escola de Alunos Marinheiros do Sul, com sede em Faro, que veio até aos seus dias. Teve carta de Conselho, dedicou-se a importantes estudos sobre pescarias e foi também um dos fundadores da Sociedade de Geografia de Lisboa. Nela realizou várias conferências e foi membro da Comissão de Exploração Africana.

Por iniciativa de numerosos amigos e admiradores que tinha na terra natal nela lhe foi inaugurado um monumento, mediante projecto do pintor Austríaco Adolfo Hausmann, então Professor de desenho na Escola Industrial de Faro. Em Faro foi também dado o seu nome à praça em que se encontra a casa em que nasceu.

José Bento Ferreira de Almeida deixou vários trabalhos publicados:

Portugal e os seus Domínios Ultramarinos, Pescarias na Costa Algarvia entre outros livros também escreveu vários discursos de estado, e de opinião.

Pesquisa efectuada por Pedro Carrega:

FRANCO, Mario Lyster, 1982, Algarviana Vol I A-B, Edição da Câmara Municipal de Faro, Impressão Tipografia União Faro (1982).


sexta-feira, 18 de julho de 2008

Bento XVI apela ao diálogo entre religiões, contra a violência.


Bento XVI deixou hoje na Austrália um apelo ao diálogo entre religiões, num encontro mantido com vários líderes das comunidades religiosas neste país, aos quais se apresentou como “um embaixador da paz”.

“Queridos amigos, vim à Austrália como embaixador de paz. Por isso, sinto-me feliz por me encontrar convosco, que de igual modo partilhais este anseio e conjuntamente o desejo de ajudar o mundo a conseguir a paz”, afirmou.

“Num mundo ameaçado por sinistras e indiscriminadas formas de violência, a voz unida daqueles que possuem espírito religioso incita as nações e as comunidades a resolverem os conflitos através de instrumentos pacíficos no pleno respeito da dignidade humana”, disse ainda.

O Papa assegurou que “é com paixão que a Igreja procura toda a oportunidade para prestar ouvidos às experiências espirituais das outras religiões. Poderemos afirmar que todas as religiões visam penetrar no significado profundo da existência humana, remetendo para uma origem ou princípio externo a elas mesmas”.

Falando na sala capitular da Catedral de Saint Mary, Sidney, o Papa saudou os presentes e agradeceu as palavras de boas-vindas do Rabino Jeremy Lawrence e do Xeque Femhi Naji El-Imam.

Bento XVI sublinhou que a Austrália é um país que “tem em grande consideração a liberdade de religião”.

“O vosso país reconhece que o respeito deste direito fundamental dá aos homens e mulheres a possibilidade de adorarem Deus segundo a sua consciência, de educarem o espírito e de agirem conforme as convicções éticas derivadas do seu credo”, indicou.

“Radicado no coração do ser humano, o sentido religioso desperta homens e mulheres para Deus, ensinando-os a descobrir que a realização pessoal não consiste na gratificação egoísta de desejos efémeros, mas está em ir ao encontro das necessidades dos outros e procurar caminhos concretos capazes de contribuir para o bem comum”, acrescentou.

Para o Papa, “a harmoniosa correlação entre religião e vida pública é ainda mais importante numa época como a nossa em que alguns chegaram a considerar a religião causa de divisão em vez de força de unidade”.

As religiões, observou, “desempenham um papel particular, pois ensinam às pessoas que o autêntico serviço exige sacrifício e autodisciplina, que por sua vez se devem cultivar através da abnegação, da temperança e do uso moderado dos bens naturais”, valores que considerou “particularmente importantes para uma adequada formação dos jovens, que muitas vezes são tentados a considerar a própria vida como um produto de consumo”.

“Nesta perspectiva, as escolas tanto confessionais como estatais poderiam fazer mais para se desenvolver a dimensão espiritual de cada jovem. Na Austrália, como noutros lugares, a religião foi um factor que motivou a fundação de muitas instituições educativas e, em bom direito, continua hoje a ocupar um lugar próprio nos currículos escolares”, ilustrou.

O Papa questionou directamente os presentes, perguntando se “não deveremos nós também fazer da bondade, da compaixão, da liberdade, da solidariedade, do respeito por cada indivíduo uma componente essencial da nossa visão dum futuro mais humano”.

Unidade entre os cristãos

Minutos antes, num encontro ecuménico, Bento XVI deu graças a Deus pela oportunidade de se encontrar com os representantes das diversas comunidades cristãs da Austrália.

Lembrando um “Acordo” assinada em 2004 pelos membros do Conselho Nacional das Igrejas na Austrália, o Papa referiu com apreço este “documento que reconhece um empenho comum, indica objectivos, declara pontos de convergência, sem esquivar apressadamente as diferenças”.

Sublinhando a importância do Baptismo - “porta de entrada na Igreja”, “vínculo da unidade” para todos os que graças a ele renasceram, Bento XVI observou que o Baptismo constitui o ponto de partida para todo o movimento ecuménico, mas não o ponto de chegada. “O caminho do ecumenismo visa em última análise uma celebração comum da Eucaristia - Sacramento por excelência da unidade da Igreja”, disse ainda.

Segundo o Papa, “podemos ter a certeza de que um dia uma Eucaristia comum mais não fará do que sublinhar a nossa decisão de nos amarmos e servirmos uns aos outros, à imitação do nosso Senhor”.

“É por isso que o diálogo sobre o lugar da Eucaristia contribuirá para fazer avançar o movimento ecuménico e para unificar o nosso testemunho perante o mundo”, explicou.

Outro aspecto desenvolvido no discurso papal foi o elo entre o diálogo teológico e o empenho comum com a vida das respectivas sociedades civis: “Devemos estar de sobreaviso contra a tentação de considerar a doutrina como uma fonte de divisão e portanto de impedimento àquilo que parece ser a tarefa mais urgente e imediata para melhorar o mundo em que vivemos”.

“Quanto mais assiduamente nos dedicarmos a alcançar uma compreensão comum dos divinos mistérios, tanto mais eloquentemente as nossas obras de caridade falarão da imensa bondade de Deus e do seu amor para com todos”, precisou o Papa.

Bento XVI observou também que “abrirmo-nos à aceitação dos bens espirituais de outros cristãos estimula a nossa capacidade de advertir a luz da verdade que vem do Espírito Santo”.

Em conclusão, o Papa defendeu que “os cristãos devem actuar conjuntamente para fazer com que o edifício permaneça sólido, de tal modo que outras pessoas se sintam atraídas para nele entrar, descobrindo aí os abundantes tesouros de graça que se encontram no seu interior”.

www.agencia.ecclesia.pt

Gil Vicente o Mestre, Ourives e Dramaturgo.


Gil Vicente

Gil Vicente (1465-1536) é geralmente considerado o primeiro grande dramaturgo português, além de poeta de renome. Há quem o identifique com o ourives, autor da Custódia de Belém, mestre da balança, e com o mestre de Retórica do rei Dom Manuel. Enquanto homem de teatro, parece ter também desempenhado as tarefas de músico, actor e encenador. É frequentemente considerado, de uma forma geral, o pai do teatro português, ou mesmo do teatro ibérico já que também escreveu em castelhano – partilhando a paternidade da dramaturgia espanhola com Juan del Encina.

A obra vicentina é tida como reflexo da mudança dos tempos e da passagem da Idade Média para o Renascimento, fazendo-se o balanço de uma época onde as hierarquias e a ordem social eram regidas por regras inflexíveis, para uma nova sociedade onde se começa a subverter a ordem instituída, ao questioná-la. Foi, o principal representante da literatura renascentista portuguesa, anterior a Camões, incorporando elementos populares na sua escrita que influenciou, por sua vez, a cultura popular portuguesa.

Local e data de nascimento

Apesar de se considerar que a data mais provável para o seu nascimento tenha sido em 1466 — hipótese defendida, entre outros, por Queirós Veloso — há ainda quem proponha as datas de 1460 (Braamcamp Freire) ou entre 1470 e 1475 (Brito Rebelo). Se nos basearmos nas informações veiculadas na própria obra do autor, encontraremos contradições. O Velho da Horta, a Floresta de Enganos ou o Auto da Festa, indicam 1452, 1470 e antes de 1467, respectivamente. Desde 1965, quando decorreram festividades oficiais comemorativas do quincentenário do nascimento do dramaturgo, que se aceita 1465 de forma quase unânime. Frei Pedro de Poiares localizava o seu nascimento em Barcelos, mas as hipóteses de assim ter sido são poucas. Pires de Lima propôs Guimarães para sua terra natal - hipótese essa que estaria de acordo com a identificação do dramaturgo com o ourives, já que a cidade de Guimarães foi durante muito tempo berço privilegiado de joalheiros. O povo de Guimarães orgulha-se desta hipótese, como se pode verificar, por exemplo, na designação dada a uma das escolas do Concelho (em Urgeses), que homenageia o autor. Lisboa é também muitas vezes defendida como o local certo. Outros, porém, indicam as Beiras para local de nascimento - de facto, verificam-se várias referências a esta área geográfica de Portugal, seja na toponímia como pela forma de falar das personagens.


Obras:
  • Auto Pastoril Castelhano (1502)
  • Auto dos Reis Magos (1503)
  • Auto de S. Martinho (1504)
  • Auto da Índia (1509)
  • Auto da Fé (1510)
  • Auto das Fadas (1511)
  • Auto da Sibila Cassandra (1513)
  • Comédia do Viúvo (1514)
  • Quem tem farelos (1515)
  • Auto dos Quatro Tempos (1516)
  • Auto da Barca do Inferno (1517)
  • Auto da Barca do Purgatório (1518)
  • Auto da Barca da Glória (1519)
  • Auto do Deus Padre (1520)
  • Cortes de Júpiter (1521)
  • Auto da Fama (1521)
  • Pranto de Maria Parda (1522)
  • Farsa de Inês Pereira (1523)
  • Auto Pastoril Português (1523)
  • Auto dos Físicos (1524)
  • Farsa das Ciganas (1525)
  • Breve Sumário da História de Deus (1526)
  • Diálogo dos Judeus sobre a Ressurreição (1526)
  • Nau d'Amores (1527)
  • Farsa dos Almocreves (1527)
  • Auto Pastoril da Serra da Estrela (1527)
  • Auto da Feira (1528)
  • Auto da Festa (1528)
  • O Clérigo da Beira (1530)
  • Jubileu d'Amores (1531)
  • Auto da Lusitânia (1532)
  • Romagem de Agravados (1533)
  • Auto da Cananeia (1534)
  • Floresta de Enganos (1536)

Recolha de dados em vários sites da internet.

domingo, 13 de julho de 2008

Orson Welles

George Orson Welles nasceu a 6 de Maio de 1915 no Wisconsin, EUA e morreu de ataque cardíaco aos 70 anos a 10 de Outubro de 1985 na Califórnia, EUA.

Welles é considerado por muitos como um dos maiores cineastas americanos de sempre, no seu longo currículo cinematográfico constam obras como “Citizen Kane”, “Casino Royale” ou “Othelo”.

Realizou um total de 27 filmes entre os 113 que compõem a sua obra de vida, também composta por filmes onde participou como actor, guionista ou produtor. George Orson Welles conseguiu inspirar um grande número de admiradores a se tornar Realizadores de Cinema, marcando uma inteira geração de cineasta e fãs de cinema.

Orson Welles ficou órfão muito cedo, a sua mãe morreu quando ele tinha apenas 9 anos e o seu pai faleceu uns anos mais tarde quando Welles tinha 15 anos. Quando o seu pai morreu decidiu abandonar a escola de artes que frequentava para se dedicar á representação. Aos 18 anos, Welles já era um famoso actor no teatro experimental. Com 19 anos fez sua estreia na Broadway na montagem de ''Romeu e Julieta''. Tornou-se amigo próximo do director e produtor John Houseman, para quem fez algumas colaborações. Da longa parceira de Welles com Houseman nasceu a companhia Mercury Theatre criada em 1937, uma companhia de teatro que originou vários projectos, destacando-se ''Julio Cesar'', de 1937, em que Welles escreveu o argumento e ambientou a história na Itália fascista.
No dia de Halloween de 1938, a CBS transmitiu a notícia de que marcianos tinham chegado à Terra e vinham com a intenção de nos invadir, estando naquele preciso momento a atacar a cidade de New Jersey. Milhares de pessoas entraram em pânico e começaram a fugir das suas casas ao ouvir os boletins, narrados por Orson Welles. Contudo, tudo aquilo não passava de uma brincadeira, era somente uma leitura dramatizada do texto de “War of the Worlds, um clássico da ficção científica de H.G. Wells. A repercussão do evento foi tão grande que, logo a seguir, Orson Welles celebrou um contrato milionário com Hollywood para realizar dois filmes, com total liberdade para produzir, escrever os argumentos e actuar.

“Citizen Kane'', de 1941, foi o primeiro filme desse celebre e famoso contrato. Uma obra de enorme qualidade que ainda hoje é considerada como um dos melhores filmes do século XX. Aos 25 anos, Orson Welles revolucionou as técnicas de filmagem com recursos até então inexploradas como profundidade de campo, acção entrecortada num mesmo ambiente, planos longos, movimentos de câmara e edição rápida. O resultado foi uma obra-prima, considerada unanimemente pelos especialistas como sendo um dos melhores filmes de todos os tempos, senão o melhor.Porém, com o sucesso, vieram os problemas. O realizador foi acusado de basear-se na vida de William Randolph Hearst, um dos mais poderosos homens da época e que durante 40 anos foi o maior magnata das comunicações nos Estados Unidos. O próprio Hearst encabeçou a campanha contra Welles e o seu filme. “Citizen Kane” acabou por ficar bastante aquém do esperado nas bilheteiras apesar da aceitação geral da crítica.
No seu segundo filme, '''The Magnificent Ambersons” (1942), Welles decidiu expor a sua visão da sociedade americana. Utilizou praticamente os mesmos recursos técnicos que havia utilizado em “Citizen Kane''. No entanto, o filme acabou por ser um fracasso comercial, o que assim sendo significava que tanto “Citizen Kane” como '''The Magnificent Ambersons” não tinham gerado nenhum lucro o que levou á demissão de Welles e da sua equipa.
No entanto, o reconhecimento da genialidade de Welles, aconteceu após o seu despedimento, “Citizen Kane” foi um dos mais nomeados para os Óscares, tendo conquistado a estatueta de Melhor Argumento. O filme acabaria por obter uma margem de lucro considerável graças as suas reedições ao longo dos tempos. Também'''The Magnificent Ambersons” acabaria por ser nomeado para os Óscares, no entanto não venceu nenhum prémio. Em 1970, a academia distinguiu Welles com o Óscar honorário pelo conjunto da sua filmografia como actor e realizador. Em 1952, com o filme “Othelo” venceu a prestigiada Palma de Ouro de Cannes.
Como actor venceu um Globo de Ouro e um BAFTA pela sua prestação em “Butterfly” (1981) e “Chimes at Midnight” (1965), respectivamente.
Durante a sua carreira, Welles envolveu-se em diversos projectos e fez de tudo para conseguir produzir os seus filmes, o que nem sempre era possível. Muitos dos seus projectos permaneceram inacabados, como ''It's All True'', e ''Don Quixote'', filme em que Welles trabalhou durante dez anos e que chegou a ser exibido em Cannes em 1986.Welles dedicou a sua vida ao mundo do espectáculo, sacrificando muito do seu tempo e a sua vida pessoa para conseguir escrever uma página na história do cinema.

Filmes:

Hearts of Age (1934)
Too Much Johnson (1938)
Citizen Kane (1941)
Tanks (1942)
The Magnificent Ambersons (1942)
The Stranger (1946)
The Lady from Shanghai (1947)
Macbeth (1948)
Othello (1952)
Mr. Arkadin (1955)
Touch of Evil (1958)
The Trial (1962)
Chimes at Midnight (1965)
The Immortal Story (1968)
F for Fake (1974)
The Orson Welles Show (1979)

LISTA DOS MELHORES FILMES DE SEMPRE:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_dos_melhores_filmes_estadunidenses_segundo_o_American_Film_Institute