quinta-feira, 31 de maio de 2007

O Ultimo Grande Herói “João Garcia”


Nascido na capital portuguesa, João Garcia iniciou sua prática de montanhismo quando em 1982, então com 15 anos, se deslocou de bicicleta à Serra da Estrela e aí com o Clube de Montanhismo da Guarda (CMG) começou a praticar a escalada em rocha. No ano seguinte (1983), iniciou-se na prática de escalada em neve e gelo. Em 1984 acompanhou o CMG numa expedição aos Alpes, tendo dessa vez ascendido entre outras montanhas, pela primeira vez ao Monte Branco (4807 m). Nos anos seguintes ascendeu a inúmeros cumes dos Alpes.
Simultaneamente foi atleta de competição de
triatlo, desporto que lhe possibilitava adquirir a resistência física necessária para superar as múltiplas dificuldades no montanhismo. Em 1990 foi seleccionado para uma comissão de serviço de três anos no Quartel Supremo das Forças Aliadas na Bélgica.
Em 1993 iniciou a sua actividade como himalaísta, integrando uma expedição internacional polaca (liderado por
Krzysztof Wielicki à montanha Cho-Oyu (8201 m) no Tibete. A ascensão foi realizada por uma nova via sem uso de oxigénio artificial. A partir daí ascendeu a inúmeros cumes dos Himalaias, entre os quais mais seis das 14 montanhas com mais de 8000 metros. Esses cumes são 1994: Dhaulagiri (8167 m); 1999: Evereste (8848 m) ; 2001: Gasherbrum II (8035 m) ; 2004: Gasherbrum I (8035 m) ; 2005 : Lhotse (8516 m) ; Kanchenjunga (8586 m).
Foi o primeiro português a ascender ao cume do
Evereste (8848 m), em 18 de Maio de 1999, pela Face Norte, e como sempre sem recurso a oxigénio artifical. No entanto o seu colega de escalada, o belga Pascal Debrouwer, caiu numa ravina durante a descida e morreu. João Garcia teve de ser internado num hospital de Saragoça, em Espanha, onde lhe amputaram alguns dedos de uma mão.
João Garcia já escalou seis dos sete cumes mais altos dos 7 'continentes':
Evereste (Ásia), Aconcágua (América do Sul), Monte McKinley (América do Norte), Elbrus (Europa), Maciço Vinson (Antárctida) e Kilimanjaro (África). Resta-lhe a Pirâmide Carstensz (Oceania).
Iniciou em 2006 com a ascensão ao
Kanchenjunga (8586 m), no Nepal o projecto "À conquista dos Picos do Mundo", onde João Garcia pretende escalar (e sem recurso a oxigénio), entre 2006 e 2010, oito das 14 montanhas com mais de 8000 metros, totalizando assim em 2010 as 14 montanhas com mais de 8000 metros. Em 22 de Maio de 2006 João Garcia atinge com o alpinista equatoriano Iván Vallejo o cume do Kanchenjunga.
No mesmo ano, 2006, João Garcia liderou uma expedição 100% portuguesa ao
Shishapangma (8046 m), que integrou, para além de João Garcia, os alpinistas Bruno Carvalho, Hélder Santos, Rui Rosado, e Ana Santos. O jornalista Aurélio Faria acompanhou grande parte da expedição. O cume foi atingido no dia 31 de Outubro, por João Garcia, Bruno Carvalho e Rui Rosado. Durante a descida Bruno Carvalho faleceu após uma queda.
João Garcia é actualmente o único português “cameraman” de altitude e de condições extremas, tendo já realizado vários documentários sobre as suas expedições, e que têm sido transmitidos nas televisões portuguesas. João Garcia é também autor do livro “A Mais Alta Solidão”, que já vendeu mais de 30 mil exemplares; e do livro "Mais Além - Para Além do Evereste", lançado em Fevereiro de 2007, e que foi dedicado a Bruno Carvalho.
É ainda embaixador da prevenção contra a SIDA 2006--2009 MS.

João Garcia prepara no momento a expedição ao K2 (8 611m) cuja ascensão será iniciada em Maio de 2007.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Nações Unidas


A Organização das Nações Unidas (ONU) foi fundada oficialmente a 24 de Outubro de 1945 em São Francisco, Califórnia por 51 países, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. A primeira Assembleia Geral celebrou-se a 10 de Janeiro de 1946 (em Westminster Central Hall, localizada em Londres). A sua sede actual é na cidade de Nova York.
A precursora das Nações Unidas foi a Sociedade de Nações (também conhecida como "Liga das Nações"), organização concebida em circunstâncias similares durante a Primeira Guerra Mundial e estabelecida em 1919, em conformidade com o Tratado de Versalhes, "para promover a cooperação internacional e conseguir a paz e a segurança".Em 2006 a ONU tem representação de 192 Estados-Membros - cada um dos países soberanos internacionalmente reconhecidos, excepto o Vaticano, que tem qualidade de observador, e países sem reconhecimento pleno (como Taiwan, que é território reclamado pela China, mas de reconhecimento soberano por outros países).
Um dos feitos mais destacáveis da ONU é a proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos
http://www.unhchr.ch/udhr/lang/por.htm
em 1948.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Fernão de Magalhães


Nascido por volta de 1480, desconhecem-se muitos passos dos primeiros tempos da vida deste navegador. Onde terá nascido? Em Trás-os-Montes? No Porto? Ou no Entre Douro e Minho? Cotou-se, sem dúvida, como um dos grandes navegadores quinhentistas ao idealizar, conceber e preparar, com persistência e vontade inabalável, uma das maiores façanhas do seu tempo: a primeira circum-navegação do Globo. Elemento da nobreza provinciana procura, de início, no Além-mar a fama e glória pelos feitos de armas. Logo em 1505 parte para a Índia numa armada comandada por D. Francisco de Almeida. Nos mares do Índico permanecerá oito anos. Acompanha Diogo Lopes Sequeira a Malaca em 1509, naufragando no regresso; participa na conquista de Goa ao lado de Afonso de Albuquerque no ano de 1510; no ano seguinte faz parte do contingente, também liderado por Afonso de Albuquerque, que toma a estratégica cidade de Malaca. Entretanto, ainda no Oriente, estabelece uma relação muito próxima com Francisco Serrão, que veio a ser o feitor das ricas ilhas das Molucas. Através desta amizade e, posteriormente, duma troca epistolar regular tem acesso a informações preciosas, de âmbito cartográfico e geográfico, acerca da localização daquelas ilhas, onde abundavam as especiarias. De volta a Lisboa, em 1513, incorpora nesse mesmo ano as forças que sob o comando de D. Jaime, Duque de Bragança, tomam a praça marroquina de Azamor. Responsável pelos despojos da conquista, é acusado da forma pouco clara como repartiu as "presas". Terá esse facto contribuído, certamente, para a sua má reputação na Corte, pois só assim se compreende que D. Manuel o tenha votado ao ostracismo, negando-lhe uma recompensa para os seus feitos guerreiros. Sentindo-se alvo de injustiça, Magalhães dedica-se por inteiro, juntamente com o cosmógrafo Rui Faleiro, a gizar um plano de uma navegação por ocidente, para tentar provar que as ilhas Molucas se encontravam fora do hemisfério português definido pelo Tratado de Tordesilhas (1494). Dirige-se então para Sevilha, aí chegando a 20 de Outubro 1517, juntando-se-lhe mais tarde os irmãos Faleiro, Rui e Francisco, que o auxiliam nos problemas técnicos do projecto. Com o decisivo apoio de João de Aranda, feitor da Casa de la Contratacion, é obtida a anuência do rei espanhol (futuro imperador Carlos V) para a expedição, que disponibiliza uma esquadra de cinco naus. Providos de uma tripulação de 265 homens, os navios, com Fernando de Magalhães por capitão-mor, zarpam de San Lúcar de Barremeda a 20 de Setembro de 1519. Desejava Fernão Magalhães circum-navegar o Globo? Ou prendia simplesmente tocar as ilhas Molucas e regressar? Ao certo não sabemos. O que interessa realmente aqui sublinhar é que um tal projecto continha inúmeros riscos e suscitava desconfianças e incertezas. Com efeito, o que Fernão de Magalhães se propunha efectuar – mostrar que as ilhas Molucas se encontravam fora do hemisfério português – era um enorme desafio técnico e humano. Para mais quando até ao momento fora impossível delimitar de forma rigorosa as zonas de influência, espanhola e portuguesa, definidas em Tordesilhas.
Em 1519 a pequena armada aporta ao Rio de Janeiro; no mês seguinte penetra no Rio da Prata; em finais de Março de 1520 faz a sua entrada no estreito que virá a ter o nome do navegador português. Durante a viagem sucedem-se as peripécias, as conspirações, as insubordinações - sempre debeladas pelo capitão-mor - de uma tripulação exausta e desconfiada com o insucesso do empreendimento. Por fim, em Novembro de 1520 os navios entram no Oceano Pacífico, e poucos meses depois (Abril de 1521) Fernão de Magalhães é morto numa escaramuça na ilha de Cebu (Filipinas). A esquadra reduz-se agora a dois navios. Um deles, a nau "Victoria", comandada pelo espanhol Sebastião Delcano, segue viagem pela rota do cabo, procurando víveres em Cabo Verde. Posto a descoberto pelos portugueses, o navio segue de imediato para San Lucar de Barremeda, onde chega a 6 de Setembro de 1522 com uma tripulação de apenas 18 homens! Estava concluída a primeira viagem à volta do Mundo. Muitos paradigmas geográficos caíam assim por terra. Tal viagem terá de ser obrigatoriamente entendida à luz das estratégias e ambições que se desenhavam na época: a internacionalização dos problemas políticos; a fuga de técnicos de um para o outro lado da fronteira peninsular; a rivalidade crescente entre os reinos ibéricos, e as tentativas para o seu apaziguamento; o desafio de outras potências europeias à doutrina do "Mare Clausum".


Carlos Manuel Valentim

quarta-feira, 9 de maio de 2007

O Santuário de Fátima

O Santuário de Fátima, localizado na Cova da Iria, freguesia de Fátima (Portugal) é um dos mais importantes Santuários Marianos do mundo. Em 1917, Jacinta Marto, Francisco Marto e Lúcia de Jesus (conhecidos por os três pastorinhos), afirmaram ter presenciado várias aparições de Nossa Senhora. Numa dessas aparições ela lhes teria dito para construírem uma capela naquele lugar, que actualmente é a parte central do Santuário onde está guardada uma imagem de Nossa Senhora. No decorrer dos anos o Santuário foi sendo expandido. A Basílica começou a ser contruída em 1928, em estilo neo-barroco, segundo um projecto do arquitecto neerlandês G. Van Kriecken, vindo a ser sagrada em 1953. Neste momento encontra-se em curso a construção de uma Igreja com 9.000 lugares sentados, uma obra da autoria do Arq. Alexandros Tombazis.

Anualmente mais de cinco milhões de visitantes, de todos os países ali se deslocam. As maiores peregrinações ocorrem anualmente nos dias 12 e 13 de Maio a Outubro, sendo tradicionalmente feitas a pé. Pelo mundo inteiro foi difundido o Culto a Nossa Senhora de Fátima, graças às viagens das Virgens Peregrinas (imagens de Nossa Senhora que percorrem vários países) e aos emigrantes portugueses. Assim é possível encontrar várias igrejas, paróquias, dioceses, escolas, hospitais, monumentos etc. dedicadas a Nossa Senhora de Fátima.
O actual reitor deste santuário é o Padre Luciano Gomes Paulo Guerra.

Os três videntes de Fátima!

LÚCIA DE JESUS
A principal protagonista das Aparições nasceu em 22 de Março de 1907, em Aljustrel, paróquia de Fátima, e faleceu no dia 13 de Fevereiro de 2005. Em 17 de Junho de 1921, ingressou no Asilo de Vilar (Porto), dirigido pelas religiosas de Santa Doroteia. Depois foi para Tuy, onde tomou o hábito, com o nome de Maria Lúcia das Dores. Fez a profissão religiosa de votos temporários em 3 de Outubro de 1928 e, em 3 de Outubro de 1934, a de votos perpétuos. No dia 25 de Março de 1948, transferiu-se para Coimbra, onde ingressou no Carmelo de Santa Teresa, tomando o nome de Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado. No dia 31 de Maio de 1949, fez a sua profissão de votos solenes. A Irmã Lúcia veio a Fátima várias vezes: em 22 de Maio de 1946; em 13 de Maio de 1967; em 1981, para dirigir, no Carmelo, um trabalho pictórico sobre as Aparições; em 13 de Maio de 1982, 13 de Maio de 1991 e 13 de Maio de 2000.

FRANCISCO MARTO

Nasceu em 11 de Junho de 1908, em Aljustrel. Faleceu santamente no dia 4 de Abril de 1919, na casa de seus pais. Muito sensível e contemplativo, orientou toda a sua oração e penitência para "consolar a Nosso Senhor". Os seus restos mortais ficaram sepultados no cemitério paroquial até ao dia 13 de Março de 1952, data em que foram trasladados para a Basílica da Cova da Iria, lado nascente.

JACINTA MARTO

Nasceu em Aljustrel, no dia 11 de Março de 1910. Morreu santamente em 20 de Fevereiro de 1920, no Hospital de D. Estefânia, em Lisboa, depois de uma longa e dolorosa doença, oferecendo todos os seus sofrimentos pela conversão dos pecadores, pela paz no mundo e pelo Santo Padre. Em 12 de Setembro de 1935 foi solenemente trasladado o seu cadáver do jazigo da família do Barão de Alvaiázere, em Vila Nova de Ourém, para o cemitério de Fátima, e colocado junto dos restos mortais do seu irmãozinho Francisco. No dia 1 de Maio de 1951, efectuou-se, com a maior simplicidade, a trasladação dos restos mortais de Jacinta para o novo sepulcro preparado na Basílica da Cova da Iria, lado poente. O processo de beatificação dos Videntes de Fátima, Francisco e Jacinta Marto, depois das primeiras diligências feitas em 1945, foi iniciado em 1952 e concluído em 1979. Em 15 de Fevereiro de 1988, foi entregue ao Santo Padre João Paulo II e à Congregação para a Causa dos Santos a documentação final levou o Santo Padre a proclamar "beatos" os dois videntes de Fátima, a 13 de Maio de 2000. O último passo será, como esperamos, a canonizacão, pela qual serão declarados "santos".

quarta-feira, 2 de maio de 2007

História das Aparições de Fátima

A 13 de Maio de 1917, três crianças apascentavam um pequeno rebanho na Cova da Iria, freguesia de Fátima, concelho de Vila Nova de Ourém, hoje diocese de Leiria-Fátima. Chamavam-se Lúcia de Jesus, de 10 anos, e Francisco e Jacinta Marto, seus primos, de 9 e 7 anos. Por volta do meio dia, depois de rezarem o terço, como habitualmente faziam, entretinham-se a construir uma pequena casa de pedras soltas, no local onde hoje se encontra a Basílica. De repente, viram uma luz brilhante; julgando ser um relâmpago, decidiram ir-se embora, mas, logo abaixo, outro clarão iluminou o espaço, e viram em cima de uma pequena azinheira (onde agora se encontra a Capelinha das Aparições), uma "Senhora mais brilhante que o sol", de cujas mãos pendia um terço branco. A Senhora disse aos três pastorinhos que era necessário rezar muito e convidou-os a voltarem à Cova da Iria durante mais cinco meses consecutivos, no dia 13 e àquela hora. As crianças assim fizeram, e nos dias 13 de Junho, Julho, Setembro e Outubro, a Senhora voltou a aparecer-lhes e a falar-lhes, na Cova da Iria. A 19 de Agosto, a aparição deu-se no sítio dos Valinhos, a uns 500 metros do lugar de Aljustrel, porque, no dia 13, as crianças tinham sido levadas pelo Administrador do Concelho, para Vila Nova de Ourém. Na última aparição, a 13 de Outubro, estando presentes cerca de 70.000 pessoas, a Senhora disse-lhes que era a "Senhora do Rosário" e que fizessem ali uma capela em Sua honra. Depois da aparição, todos os presentes observaram o milagre prometido às três crianças em Julho e Setembro: o sol, assemelhando-se a um disco de prata, podia fitar-se sem dificuldade e girava sobre si mesmo como uma roda de fogo, parecendo precipitar-se na terra. Posteriormente, sendo Lúcia religiosa de Santa Doroteia, Nossa Senhora apareceu-lhe novamente em Espanha (10 de Dezembro de 1925 e 15 de Fevereiro de 1926, no Convento de Pontevedra, e na noite de 13/14 de Junho de 1929, no Convento de Tuy), pedindo a devoção dos cinco primeiros sábados (rezar o terço, meditar nos mistérios do Rosário, confessar-se e receber a Sagrada Comunhão, em reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria) e a Consagração da Rússia ao mesmo Imaculado Coração. Este pedido já Nossa Senhora o anunciara em 13 de Julho de 1917, na parte já revelada do chamado "Segredo de Fátima". Anos mais tarde, a Ir. Lúcia conta ainda que, entre Abril e Outubro de 1916, tinha aparecido um Anjo aos três videntes, por três vezes, duas na Loca do Cabeço e outra junto ao poço do quintal da casa de Lúcia, convidando-os à oração e penitência. Desde 1917, não mais cessaram de ir à Cova da Iria milhares e milhares de peregrinos de todo o mundo, primeiro nos dias 13 de cada mês, depois nos meses de férias de Verão e Inverno, e agora cada vez mais nos fins de semana e no dia-a-dia, num montante anual de quatro milhões.

www.santuario-fatima.pt