terça-feira, 11 de março de 2014

Sporting Clube Farense " um pouco de História"

Foi no dia 24 de Maio de 1960 que foi Inaugurada a Luz eléctrica no estádio de São Luís em Faro.
Viva o Farense.

Informação Raminhos Bispo

segunda-feira, 10 de março de 2014

Padre António Vieira Religioso, filósofo, escritor e orador português da Companhia de Jesus





O Sermão de Santo António aos Peixes é todo ele feito de alegorias, simbolizando os vícios dos colonos do Brasil
(“peixes grandes que comem os pequenos”)

O padre Antônio Vieira nasceu em fevereiro de 1608. Quando ainda era criança, veio com a família para o Brasil, para morar em Salvador, na Bahia. Sua vocação religiosa foi sentida por volta de 1623, quando ainda era aluno do Colégio dos Jesuítas. Foi nessa época que ingressou na Companhia de Jesus.


Em 1626, já formado noviço, foi professor de humanidades e retórica em Olinda, até que em 1634 foi ordenado sacerdote, na Bahia.

Retornou para Portugal, quando tinha 33 anos, juntamente com uma comissão de apoio ao nosso rei Dom João 4°. E foi justamente esse rei que designou Vieira para negociar a reconquista das colônias, em 1642. A intenção era conciliar Portugal e Holanda, a oferta era entregar a província de Pernambuco aos holandeses, a fim de indenizá-los. Além disso, reunir os cristãos-novos em Portugal, para protegê-los da inquisição. Como recompensa, os cristãos-novos investiriam nos empreendimentos dirigidos pelo Império Português.

Mas as propostas não foram aceitas e o padre Antônio Vieira voltou para o Brasil, passando a morar no norte do Maranhão. Seus sermões foram publicados em Madri, em 1644, mas Vieira não reconheceu a edição como legítima, alegando que era uma péssima edição.

Em 1661, Vieira foi pressionado pelos senhores de escravos a deixar o Maranhão, já que o padre se posicionava contra a escravidão indígena. Teve que retornar, então, para Lisboa. Mas lá também sofreu, pois seus manuscritos “Quinto Império”, “História do Futuro” e “Chave dos Profetas” foram considerados hereges. Antônio Vieira foi condenado pela inquisição e ficou preso em Coimbra, de 1665 até 1667.

Dois anos depois foi anistiado e decidiu ir para Roma, onde ficou até 1676. Nesse período, o padre ficou sob a proteção da Rainha Cristina, da Suécia. Voltou para o Brasil em 1681, quando passou a se dedicar à literatura. Foi apenas em 1686 que seus Sermões foram publicados oficialmente em Lisboa.

O padre Antônio Vieira faleceu em 1697, na Bahia.


http://www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=142

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A família Lã, e o seu palácio em Faro

Existe coisas que encontramos na internet que devem ser sempre partilhadas, e esta é uma delas!

Uma das perguntas que há tempos um dos meus alunos me colocou, foi a de saber se eu tinha conhecido o Palácio Lã em Faro. Isso fez com que me lembrasse de reunir alguns apontamentos que tenho em fichas, mal ordenadas e já hoje quase por mim esquecidas, sobre algarvios notáveis. Vejamos o que possuo sobre o assunto.
Quem construiu a residência apalaçada da família Lã, demolida no princípio dos anos oitenta do século passado para no seu lugar se erguer o actual Edifício Tridente, foi o sr. Modesto Gomes Reis, proprietário do renque de habitações que no lado fronteiro ocupavam o quarteirão de fogos operários e armazéns industriais.
Essa casa, de traço e decoração sevilhana, mandara-a construir o Modesto Reis para sua própria residência, numa clara afirmação do seu sucesso empresarial e do seu poder económico. Os meios de fortuna de que dispunha, em significativa abundância, provinham das suas fábricas de fiação, de algodão e linho, concentradas no quarteirão que se estendia desde o local onde actualmente se encontra o edifício da Região de Turismo até ao cruzamento com a rua Bernardo de Passos, de acesso ao Jardim João de Deus, vulgo da Alameda.
É de realçar que para se construir o Liceu de Faro, edifício que constitui hoje a Escola Tomás Cabreira, houve que contar com a benemerência do Modesto Reis, para a cedência de algumas casas e terrenos actualmente integrantes daquele amplo complexo educativo.
Importa desde já acrescentar que o Modesto Reis era de origens espanholas, creio que de famílias da Andaluzia, o que não é para admirar, pois grande parte da indústria algarvia dos meados do séc. XIX foi aqui implantada por espanhóis, sobretudo das terras meridionais. Ao que sei, era parco de instrução, faltava-lhe polimento e finura de trato, tinha atitudes rudes e gestos boçais. Em contrapartida, era esforçado no trabalho e muito persistente nos negócios, apesar de desconfiado e ardiloso. Tinha espírito criativo e empreendedor. Desdenhava dos burgueses ricos a quem chamava de “finórios” e tinha verdadeiro asco aos argentários, a quem chamava de “sanguessugas”.
O Modesto tinha três filhas, que segundo consta eram bonitas e muito prazenteiras, as quais se integraram muito bem na sociedade. Além de simpáticas eram apreciadoras da música e da poesia, causando assolapadas paixões entre os cultores de Orfeu...
Casaram as três com algarvios, que formaram respeitáveis famílias na sociedade do seu tempo. Porém, mais tarde, com a morte do Modesto Gomes Reis, as filhas herdaram os imóveis e as indústrias, que, por razões várias, sobretudo por vicissitudes externas, tiveram de vender ao empresário João Francisco Lã, creio que natural dos arredores de Lisboa, oriundo de uma família de comerciantes com negócios e relações no Algarve.
Foi esta família Lã quem comprou a vivenda do Modesto Reis, que após alguns melhoramentos a transformou naquilo a que o vulgo chamou de “Palácio Lã”. Mas este empresário era também aquilo a que em Lisboa se chamava um novo-rico, ou seja, alguém que enriquecera à custa das novas oportunidades suscitadas pelas alterações políticas do novo regime republicano. Quem o conheceu dizia que não era menos rude do que o Modesto Reis, pelo que o velho palácio em estilo neo-islâmico continuava a ser residência de príncipes... do dinheiro.
A origem da fortuna dos Lã enraizava-se no negócio de importação e exportação de produtos alimentares e de primeira necessidade, especialmente de café, açúcar, cereais e leguminosas, trigo, cevada, aveia, feijão e grão, além de frutos secos, amêndoa, figo, vinhos e aguardentes. Mas foi a transformação industrial do azeite e da alfarroba que mais lucros lhes proporcionaram. Era no Largo do Carmo, na esquina com a rua da Fonte do Bispo, que se situavam as mercearias e armazéns de venda, por grosso e a retalho, da família Lã. As indústrias, os lagares e destilarias, continuavam a ocupar os quarteirões iniciais da actual avenida 5 de Outubro. Nos finais dos anos setenta, que foi quando vim morar para a Rua Eça de Queirós, conheci não só as velhas instalações industriais como ainda os bairros onde residiam ainda muitos dos antigos operários.
A título de curiosidade, faço aqui lembrar que quando o general Carmona efectuou a primeira das duas visitas presidências que realizou ao Algarve, ficou instalado no edifício do Departamento Marítimo do Sul, pouco depois devolvido à Igreja para nele ser reinstalado o Paço Episcopal; mas alguns dos ministros e membros da sua comitiva oficial instalaram-se na majestosa residência que o vulgo designava por “Palácio Lã”. Nessa altura, foram tão magnificamente recebidos e tratados pela família anfitriã, que o governo, com a anuência do próprio Presidente Óscar Carmona, decidiu agraciar o João Francisco Lã com o grau de Cavaleiro de uma ordem militar, creio que de Cristo, pelo que o vulgo, com a subserviente deferência da época, passou a tratá-lo por “Senhor Comendador”.
Em abono da verdade, devemos afirmar que a Família Lã obteve grande notoriedade na sociedade farense, sobretudo nas décadas de trinta até sessenta do século XX, devido à projecção empresarial dos seus negócios. Por isso se compreende que alguns dos seus membros tenham sido convidados a desempenhar alguns cargos públicos importantes, nomeadamente na autarquia farense e nos grémios associativos relacionados com o comércio e a indústria. Um dos seus filhos, José Francisco Lã, desenvolveu uma grande paixão pela aviação, tornando-se amigo muito dedicado dos principais pilotos aviadores da aeronáutica civil e militar do seu tempo. Digamos que durante quarenta anos o “Lã Aviador” foi não só um pioneiro da aviação no Algarve, como ainda o seu maior impulsionador, divulgando iniciativas nacionais e internacionais, criando um clube de aviadores e recrutando instrutores para o ensino da pilotagem aérea. Ao seu esforço se ficou ainda devendo construção de uma pista improvisada no sítio da Meia Légua para a aterragem de pequenas aeronaves. Nessa pista chegou a aterrar, mais do que uma vez, o seu íntimo amigo General Humberto Delgado que na sua casa era sempre recebido da forma mais efusiva e entusiástica.
Os algarvios, na sua acirrada e, por vezes, inconveniente ironia, apelidavam jocosamente o José Francisco Lã como “Ministro do Ar”, epíteto que, aliás, não lhe passava desapercebido. Era natural da Fuzeta, e faleceu em Maio de 1975, com 73 anos de idade. Os seus dois filhos foram igualmente importantes cidadãos: Maria da Encarnação Silveira Lã Fernandes Correia, foi uma notável Inspectora do Instituto de Oncologia, e o José Silveira Lã, foi um competente e muito dedicado funcionário da Comissão Regional de Turismo do Algarve.
Foi o último do clã, porque o seu irmão mais velho, João Francisco Lã Júnior, o grande impulsionador dos negócios herdados do patriarca da família, morrera em Faro, vinte anos antes, a 5-10-1954, com 60 anos de idade, depois de umas férias de intensa pesca desportiva na vila de Sagres, de onde regressara bastante doente. Dotado de um apurado sentido empreendedor e de grande inteligência, expandiu os negócios que do pai herdara, tornando-se num dos mais prestigiados comerciantes da praça de Faro, com capital investido em diversas firmas algarvias, o que lhe permitia manter interesses financeiros em diversos sectores ao mesmo tempo. Em todo o caso era no mercado das hortícolas, dos frutos secos, azeites, vinhos e cortiças, que mais se evidenciou, mantendo avultados negócios no estrangeiro. As suas relações internacionais com diversos países europeus e com as nossas antigas colónias permitiram-lhe dispor de meios financeiros capazes de se tornar num dos homens mais ricos do Algarve. O prestígio de que gozava entre os seus pares valeu-lhe a eleição para Presidente do Grémio dos Exportadores de Frutos e Produtos Hortícolas do Algarve. Além disso desempenhava as honrosas funções de director-tesoureiro da Caixa de Abono de Família do distrito de Faro.
Por fim, o seu primo, António Lã, natural de Mira d’Aire, e notável armazenista de mercearias em Faro, que desempenhara vários cargos públicos, nomeadamente em 1934 na vereação municipal, e, mais tarde, na Comissão Municipal de Turismo, onde se manteve muitos anos, viria a falecer, também nesta cidade, em Agosto de 1974, com 69 anos de idade.


Vilhena Mesquita

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Almada Negreiros

TrevasDe dia não se via nada, mas p'la tardinha já se apercebia gente que vinha de punhaes na mão, devagar, silenciosamente, nascendo dos pinheiros e morrendo nelles. E os punhaes não brilhavam: eram luzes distantes, eram guias de lençoes de linho escorridos de hombros franzinos. E a briza que vinha dava gestos de azas vencidas aos lençoes de linho, azas brancas de garças caídas por faunos caçadores. E o vento segredava por entre os pinheiros os mêdos que nasciam. 

E vinha vindo a Noite por entre os pinheiros, e vinha descalça com pés de surdina por môr do barulho, de braços estendidos p'ra não topar com os troncos; e vinha vindo a noite céguinha como a lanterna que lhe pendia da cinta. E vinha a sonhar. As sombras ao vê-la esconderam os punhaes nos peitos vazios. 

A lua é uma laranja d'oiro num prato azul do Egypto com perolas desirmanadas. E as silhuetas negras dos pinheiros embaloiçados na briza eram um bailado de estatuas de sonho em vitraes azues. Mãos ladras de sombra leváram a laranja, e o prato enlutou-se. 

Por entre os pinheiros esgalgados, por entre os pinheiros entristecidos, havia gemidos da briza dos tumulos, havia surdinas de gritos distantes - e distantes os ouviam os pinheiros esgalgados, os pinheiros gigantes. 

A briza fez-se gritos de pavões perseguidos. E as sombras em danças macabras fugiam fumo dos pinheiraes p'lo meu respirar. 

Escondidas todas por detraz de todos os pinheiros, chocam-se nos ares os punhaes acêsos. Faz-se a fogueira e as bruxas em roda rezam a gritar ladainhas da Morte. Veem mais bruxas, trazem alfanges e um caixão. Doem-me os cabellos, fecham-se-me os olhos e quatro anjos levam-me a alma... Mas a cigarra em algazarra de alêm do monte vem dizer-me que tudo dorme em silencio na escuridão. 

Veiu a manha e foi como de dia: não se via nada. 

Almada Negreiros, in 'Frisos - Revista Orpheu nº1'

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Júdice Fialho, o maior industrial conserveiro do Algarve



A figura mais notável da História da Industria Conserveira no Algarve, foi sem sombra para dúvidas João António Júdice Fialho, um homem inteligente e empreendedor, que nas primeiras décadas do século XX conseguiu conquistar os principais mercados europeus com as suas conservas de atum e de sardinha, mas também com as suas massas alimentícias, compotas e marmeladas. Foi dos poucos industriais das pescas que há mais de um século atrás soube visionar  o conceito de globalização à escala atlântica, investindo na aquisição de modernos meios de transformação industrial do pescado, cujos avultados lucros lhe permitiram diversificar a produção e reinvestir noutros segmentos de mercado. 

Proprietário e industrial de conservas, João António Júdice Fialho nasceu em Portimão a 17-4-1859 e faleceu em Lisboa, na Casa de Saúde de Benfica, a 17-3-1934, com 74 anos de idade. Os seus avantajados meios de fortuna permitiram-lhe reunir uma magnífica colecção de arte (quadros, porcelanas, mobiliário), fazendo-se distinguir na sociedade do seu tempo, tanto no país como no estrangeiro, como um mecenas e um magnata da cultura e da arte. A sua avultada fortuna permitiu-lhe construir na colina de St.º António do Alto, em Faro, uma magnifica residência ao estilo dos “chateaux” do Loire francês, que ficou conhecido, e ainda hoje se designa, como Palácio Fialho. Começou a construir-se em 1915, sob projecto do arquitecto Joaquim Manuel Norte Júnior, concluindo-se as obras em 1925, cuja cerimónia de inauguração contou com a presença das principais autoridades políticas, religiosas e militares do Algarve.

Nessa altura poucos se interessavam em Faro, ou no Algarve, pelo coleccionismo de peças artísticas e de antiguidades, paixão essa que herdou do sogro, o famoso Dr.  Justino Cúmano, que foi no último quartel do séc. XIX um verdadeiro mecenas da arte e da cultura algarvia, proprietário do Teatro Lethes e grande impulsionador da Arte de Talma no Algarve. 
Iniciou a sua actividade industrial precisamente na cidade de Faro onde fundou uma fábrica de álcool que por razões conjunturais teve efémera duração. Investiu depois no ramo da indústria da pesca do atum e da sardinha, sector tradicional mas de confiável retorno financeiro. Depressa se apercebeu da oportunidade do sector conserveiro, que nos finais do séc. XIX estava ainda a dar os primeiros passos, fundando algumas fábricas em Portimão e Lagos. Anos depois fundaria novas e sofisticadas unidades fabris na cidade de Faro, nas vilas de Olhão e Espinho, tendo por fim avançado para a ilha da Madeira, onde se tornou o principal industrial do sector, tal como aliás acontecia no Algarve. O número de operários, que tinha por sua conta nas diversas fábricas espalhadas pelo país, ascendia a largos milhares.
As marcas que lançou no mercado, sobretudo das suas conservas de sardinha eram as mais conhecidas na Europa, principalmente em Inglaterra, onde praticamente dominava esse sector de mercado. As latas de sardinha e de atum das fábricas algarvias da Casa Fialho foram imprescindíveis para a alimentação dos exércitos beligerantes durante a I Guerra Mundial.

Júdice Fialho foi um dos maiores industriais de conservas da Europa, cujo sucesso se deve ao seu espírito criativo e empreendedor, capaz de ver à distância os interesses do mercado e a evolução do consumo em diferentes regiões do mundo. Com o elevado volume de negócios que manteve nos principais mercados mundiais, conseguiu reunir um pecúlio financeiro verdadeiramente invulgar, tornando-se num dos maiores capitalistas portugueses do seu tempo.

Teve uma vida de intenso trabalho, com muitos dissabores, traições e desilusões, que lhe endureceram o carácter. Retirou da sua experiência como empresário uma capacidade negocial invulgar e uma diplomacia nas relações exteriores muito peculiar. Soube extrair das relações com os políticos nacionais e estrangeiros grandes lições, umas positivas quando baseadas na honra, outras negativas quando envasadas na corrupção. De todas soube sempre colher ensinamentos que lhe foram muito úteis no seu longo percurso empresarial. Muitas dessas falsas amizades usou-as em proveito próprio. Não obstante, foi um dos maiores industriais das pescas e da transformação conserveira no país, com fábricas no Algarve e noutras regiões do país, contribuindo com as suas iniciativas empresariais para o desenvolvimento da economia nacional.
Curiosamente nos últimos anos de vida virou-se para a agricultura, tendo adquirido no Algarve vastas propriedades, situadas no Areal Gordo e Pereiro, as courelas das Caliças, as fazendas de Marachique e das Areias, do Vau da Rocha (em Portimão), Atalaia e Benefícios, assim como a famosa Quinta do Alto, onde construíra a sua residência. Mas também adquiriu as conhecidas Hortas de Olhão e dos Fumeiros, a quinta do Bom João e a vastíssima fazenda do Montenegro, sem esquecer ainda as valiosas e extensas propriedades dos salgados e reguengos de Portimão, em Boina e Arge, tendo por fim adquirido o antigo Morgado de Quarteira, que mais tarde o banqueiro Cupertino de Miranda compraria aos seus herdeiros para aí fundar o resorte turístico hoje conhecido como Vilamoura. Nessas propriedades desenvolveu culturas novas e empregou modernas máquinas, adubos e desinfestantes até aí desconhecidos na região. Algumas dessas máquinas existiam ainda há poucos anos nas arrecadações agrícolas da sua apalaçada residência, hoje transformada, ou adaptada às suas funções educativas, sob a designação de Colégio de Santo António do Alto. A ele se deve a introdução no Algarve das culturas intensivas do pimenteiro e do marmeleiro, cujas produções aproveitou para criar as primeiras agro-indústrias no género, além de ter também experimentado a exportação em lata da pasta de pimento e do doce de marmelo.
Também investiu na pesca do bacalhau, enviando vários navios da sua frota pesqueira do Algarve para os bancos na Terra Nova de onde voltavam carregados de peixe que era depois aqui submetido à secagem, embalagem e exportação para os mercados consumidores em todo o mundo. Embora o Algarve tivesse condições muito propícias à indústria da secagem do bacalhau, o certo é que depois da experiência da Casa Fialho praticamente não houve quem prosseguisse no aproveitamento desse sector.
Face aos seus negócios e aos avultados meios de fortuna, Júdice Fialho passava largas temporadas no estrangeiro usufruindo da avançada cultura dos países do centro europeu, adquirindo conhecimentos nos mais diversos meios, quer científicos quer artísticos. A sua educação e esmerado bom gosto, levou-o a coleccionar imensas obras de arte, principal-mente quadros, tapeçarias, esculturas e ricas porcelanas, com as quais decorou e enriqueceu o seu palácio de Faro.
Uma das suas características mais cativantes era a forma como tratava os seus colaboradores, desde o engenheiro até ao mais humilde trabalhador rural, que a todos conhecia pelo primeiro nome. A nenhum, sobretudo aos mais humildes, permitia que faltasse o sustento, diligenciando sempre trabalho para os activos e apoio financeiro para os velhos e doentes. Impõe-se também salientar que as fábricas conserveiras da empresa Júdice Fialho foram as primeiras no país a possuírem creches para os filhos das operárias e salas de aleitamento para que as mães pudessem cuidar dos seus bebés durante as horas de trabalho.Também lhes eram prestados serviços médicos e apoio farmacêutico, além de ensinamentos de puerícia e aconselhamento no planeamento familiar.


Em 17-4-1916, a Câmara Municipal de Portimão prestou-lhe uma homenagem pública, descerrando o seu retrato no salão nobre daquela edilidade, como prova de gratidão pelo desenvolvimento económico prestado à sua terra-natal.
Dois dias antes de falecer foi submetido a uma intervenção cirúrgica que correu satisfatoriamente, sucumbindo no pós-operatório por causa de um ataque  cardíaco, enfarte agudo do miocárdio.
Foi casado com D. Maria Antónia Cúmano Fialho, que era descendente de uma das mais prestigiadas famílias do Algarve, filha do médico italiano Dr. Justino Cúmano. Teve duas filhas, D. Justina Cúmano Fialho de Sousa Coutinho, casada com D. António de Sousa Coutinho, Conde de Linhares, e de D. Isabel Cúmano Fialho de Mendonça, viúva de Jorge de Mendonça.
O féretro do benemérito industrial chegou a Faro por via-férrea no dia 21-5-1934, ficando depositado no jazigo da família Cúmano até que ficasse pronto o mausoléu que a viúva mandou edificar no Cemitério da Esperança. O seu funeral foi uma grandiosa manifestação de pesar, demonstrada por milhares de pessoas que deviam ao defunto diferentes provas de amizade e de protecção. Vieram camionetas de todo o Algarve, especialmente de Portimão, Peniche e Sines, onde aquele industrial possuiu fábricas e propriedades agrícolas.
O nome de João António Júdice Fialho encontra-se imortalizado na toponímia das cidades de Faro, Sines e Portimão. Recentemente o município de Portimão atribuiu-lhe o nome a uma Escola do Ensino Básico dos 2º e 3º Ciclos.

Retirado de http://promontoriodamemoria.blogspot.pt/ 
Blog do Professor José Carlos Vilhena Mesquita

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Rafael Bordalo Pinheiro

A mensagem de Rafael Bordalo Pinheiro continua a ser sempre atual.


Visite o museu:
http://www.museubordalopinheiro.pt/

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O fim do Mais antigo Feriado civil - A RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA PORTUGUESA (1640)

Dá-se o nome de Restauração ao regresso de Portugal à sua completa independência em relação a Castela em 1640, depois de sessenta anos de regime de monarquia dualista (1580-1640) em que as coroas dos dois países couberam ambas a Filipe II, Filipe III e Filipe IV de Castela. Nos anos imediatamente anteriores a 1640 começou a intensificar-se o descontentamento em relação ao regime dualista em parte dos membros da classe aristocrática, dos eclesiásticos (principalmente os jesuítas, que exploraram nesse sentido as crenças sebastianistas – e, em geral, «encobertistas») e acaso também entre os interessados no comércio com as províncias ultramarinas do Atlântico. (…) A má administração do governo espanhol constituía uma grande causa de insatisfação dos Portugueses em relação à união com Castela. Dessa má administração provinha o agravamento dos impostos. (…) A 6-VII-1628 era expedida a carta régia que, sem o voto das Cortes (por tradição, indispensável para que se criassem novos tributos), mandava levantar, por meio de empréstimo forçado, as quantias necessárias para a defesa, durante seis anos, de todos os lugares dos nossos domínios ameaçados pelos estrangeiros. A população mostrou logo a sua má vontade. (…) A tensão agravou-se quando o clero (cujos privilégios o isentavam de tais imposições) se viu também incluído na colecta geral. (…) Também no Ultramar surgiram protestos. (…) Em 1635 era estendido a todo o reino o imposto do «real de água», bem como o aumento do das sisas. Em 1634 confiava Olivares o governo de Portugal a uma prima co-irmã de Filipe IV, a princesa Margarida, viúva de Vicêncio Gonzaga, duque de Mântua. Ao mesmo tempo (fins de 1634) Miguel de Vasconcelos era transferido do seu posto de escrivão da Fazenda para as elevadíssimas funções de secretário de Estado, em Lisboa, junto da duquesa, cargo em que teve ensejo de desagradar muito aos Portugueses não partidários de Castela. (…) Num escrito editado em 1641, sob o título Relação de tudo o que se passou na felice aclamação, declara-se que D. António de Mascarenhas «fora a Évora a amoestar aos cabeças daquela parcialidade que não desistissem do começado e que, para que a empresa tivesse bom sucesso, pedissem amparo à Casa de Bragança». Era no duque, com efeito, que se pensava para chefe da insurreição e futuro monarca de Portugal independente; mas ele não achava oportuno o momento para tão grande aventura, e tratou de dar provas públicas de que reprovava a ideia. É de notar, todavia, que aos incitamentos internos se acrescentava um exterior, provindo da França, (…) então em luta com a Espanha, [que] se empenhava em impelir Portugal e a Catalunha contra o governo de Madrid. (…) Em 1638 tomou o conde-duque uma outra resolução que descontentou a nossa gente: a pretexto de os consultar sobre uma projectada reforma da administração do nosso País, convocou a Madrid grande 


número de fidalgos, e ordenou levas de tropas para servir nas guerras que a monarquia espanhola sustentava, sangrando assim Portugal das suas maiores forças. (…) O que veio dar mais impulso à ideia da independência foram as novas exigências do conde-duque. Em Junho de 1640, com efeito, insurgia-se a Catalunha, e Olivares pensou em mandar portugueses a combater os catalães revoltados, ao mesmo tempo que se anunciavam novos impostos. (…) Aderiram à conjura o juiz do povo, os Vinte e Quatro dos mesteres e vários eclesiásticos, entre os quais o arcebispo de Lisboa, D. Rodrigo da Cunha. Deram também a sua colaboração o doutor Estêvão da Cunha, deputado do Santo Ofício, e D. António Telo. Em Outubro realizou-se uma reunião conspiratória no jardim do palácio de D. Antão de Almada, a S. Domingos, em Lisboa. Assistiram, além dele, D. Miguel de Almeida, Francisco de Melo, Jorge de Melo, Pêro de Mendonça e João Pinto Ribeiro. (…) Teve também influxo na resolução a mulher do futuro Monarca, D. Luísa de Gusmão. (…) Chegado a Lisboa a 21-XI-1640, João Pinto Ribeiro convocou os conspiradores para uma reunião num palácio que o duque tinha em Lisboa e onde ele, João Pinto, residia. Decidiu-se estudar em pormenor o plano do levantamento, amiudando-se as reuniões. Por fim, marcou-se o momento de sublevação: 9 horas da manhã de sábado, 1.º de Dezembro. Na noite de 28 para 29 surgiram complicações, por haver quem julgasse que eram poucos os conjurados; mas João Pinto Ribeiro, a quem quiseram encarregar de transmitir ao duque o intuito de se adiar, opôs-se tenazmente a tal ideia, numa discussão que se prolongou até as 3 horas da manhã. (…) O dia 1.º de Dezembro amanheceu de atmosfera clara e muito serena. Tinham-se os conjurados confessado e comungado, e alguns deles fizeram testamento. Antes das 9 horas foram convergindo para o Terreiro do Paço os fidalgos e os populares que o padre Nicolau da Maia aliciara. Soadas as nove horas, dirigiram-se os fidalgos para a escadaria e subiram por ela a toda a pressa. Um grupo especial, composto por Jorge de Melo, Estêvão da Cunha, António de Melo, padre Nicolau da Maia e alguns populares, tinha por objectivo assaltar o forte contíguo ao palácio e dominar a guarnição castelhana, apenas os que deveriam investir no paço iniciassem o seu ataque. Estes rapidamente venceram a resistência dos alabardeiros que acudiram ao perigo e D. Miguel de Almeida assomou a uma varanda de onde falou ao povo. Estava restaurada a independência…
Representa a aclamação de D. João IV no Terreiro do Paço, tendo o Tejo como fundo e os chefes da conspiração em frente do novo rei. A Restauração da Independência Nacional deu-se em 1 de Dezembro de 1640.








Mais sobre os Heróis:

http://conjuradosdarestauracao.blogspot.pt/2010/12/conjurados-da-restauracao.html 

Bibliografia: In Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Editorial Enciclopédia, Limitada, Vol. 25, Lisboa/Rio de Janeiro, 1978, pp. 317-319.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Lenda da Moura de Faro

Lenda da Moura de Faro


Esta lenda encontra-se associada à tomada de faro aos Mouros. Conta a


história de uma moura encantada, filha de um governador mouro, que se


apaixonou por um cavaleiro do exército cristão, encarregado de dirigir o


exército. Devido a isso, a moura e o pequeno irmão de oito anos que a


acompanhava, foram acusados de traição por seu pai e por isso enfeitiçados e


condenados a ficar para sempre naquele local até ao fim do mundo. Mais


pormenorizadamente, segue-se a transcrição desta lenda, contada por


Francisco Xavier d ´Ataíde Oliveira, no seu livro “ As Mouras Encantadas e os


Encantamentos do Algarve”.


“Parte das forças, que atacaram o castelo de Faro, foram colocadas no largo


atualmente chamado de S. Francisco, e estas forças eram comandadas por um brioso


oficial, robusto e formoso rapaz, solteiro. Este oficial pôde ver em certa ocasião a


formosa e gentil filha do governador mouro e dela ficou enamorado. A presença


agradável e o aspeto belicoso do nosso oficial não passaram despercebidos à moura,


e esta, em breve tempo, estava em relações amorosas com o valente oficial, por


intermédio de um seu escravo, também mouro, e que conhecia perfeitamente as


línguas portuguesa e sarracena.


Em certo dia conseguiu o oficiai que a sua namorada o recebesse em curto rendezvous


dentro do castelo, combinando-se que o mouro intermediário lhe abrisse, alta


noite, a porta, hoje da Senhora do Repouso. Antes da noite dirigiu-se o oficial a alguns


dos seus camaradas e disse-lhes:


- Espero entrar esta noite dentro do castelo pela porta do nascente. Se não voltar,


depois de pequena demora, é porque caí num laço bem urdido; e então peço-lhes que


se o castelo for tomado e lhes venha às mãos a filha do governador a poupem e a não


maltratem. Certamente ela não contribuiria para tal traição.


Prometeram-lhe os camaradas cumprir as suas ordens, depois que reconheceram a


impossibilidade de o demover da sua empresa.


Á hora marcada entrou o oficial no castelo e ai em doce colóquio se entreteve com a


dama dos seus encantos. Á hora de sair, acompanhou ela o seu querido namorado até


à porta do castelo, levando consigo um irmão, criança de oito anos.


Quando se aproximaram da porta, disse-lhes o escravo, que da parte de fora estava


muita gente, pois que mais de uma vez lhes chegavam aos ouvidos vozes abafadas. A
gentil moura estremeceu.

— Não tenhas medo: respondo pelos que estão de fora, disse o oficial á moura,

dando-lhe o beijo da despedida.

Neste momento o criado destrancou a porta, fazendo pequeno ruído. Então foi a porta

impelida de fora para dentro com muita força e um grupo de soldados cristãos, numa

vozearia de estontear, começou a gritar pelo seu oficial. A este impulso gigantesco, o

oficial recuou um passo e susteve nos braços a sua gentil moura, colocando-a sobre

os ombros e dizendo em voz alta:

— Para trás, para trás: estou aqui.

Já a este tempo soava por todo o castelo a voz de alarme. Armados até aos dentes

afluíram os defensores á porta do nascente. O oficial, segurando nos braços a moura

gentil, viu-se em iminente perigo. Avançou para fora com a moura, e, quase ao

transpor a porta, hoje conhecida pela Senhora do Repouso, notou que tinha nos

braços não uma formosa jovem, mas apenas uns farrapos, que se desfaziam à mais

pequena e leve aragem. Olhou ao lado pela criancinha e não a viu. Então teve a

profunda e tristíssima compreensão da sua desgraça. Caiu no chão sem sentidos.

Passadas horas tornou a si o oficial e viu-se deitado na sua cama sob a barraca de

campanha. Tinha ao seu lado um camarada, de quem era amigo íntimo.

— Quem me trouxe para este lugar? Perguntou.

— Não fales porque te faz mal. O físico proibiu que falasses.

— Eu estou bom, disse o oficial, erguendo-se de um salto. Quem me conduziu para

aqui?

— Eu e os nossos camaradas. Eslavas caído entre a porta do castelo.

— E a filha do governador?

O amigo nada lhe soube dizer da filha do governador. Contou-lhe que, tendo esperado

com alguns camaradas a sua saída do castelo, tinham resolvido entrar à força,

supondo que o teriam morto, e que o governador ousado acudira com suas numerosas

forças a rechaçaram a pequena força portuguesa. Nesse momento acudiram as forças

do Mestre e de D. João de Aboim e os mouros tinham sido forçados a entregar o

castelo, mediante uma avença com o Rei D. Afonso.

O oficial saiu da barraca e pediu ao amigo que o deixasse. Dirigiu-se á porta do

castelo. Ao entrar pelo Arco da Senhora do Repouso viu ao lado esquerdo a cabeça

de uma criança que se assomava por um buraco.

— O que fazes aí, menino? perguntou o oficial, conhecendo o irmão da sua namorada.

— Estamos aqui encantados: eu e minha irmã.

— Quem vos encantou?

— O nosso pai. Soube por uma espia que levavas nos braços a minha irmã

acompanhada por mim, e, invocando Allah, encantou-nos aqui, no momento em que

transpunhas a porta. Por atraiçoarmos a santa causa do nosso Allah aqui ficaremos

encantados.

— Por muito tempo?
— Enquanto o mundo for mundo.


O oficial, um valente, não pôde suster as lágrimas. Quis ainda perguntar á criança pela


irmã, mas a criança desaparecera.


Nunca mais ninguém viu o oficial rir. Terminado o cerco, pediu licença ao Rei e


recolheu-se a um convento, onde professou, adotando outro nome.”


(Francisco Xavier d´Ataíde Oliveira, As Mouras Encantadas e os Encantamentos no


Algarve, Loulé, 1996, pp. 148-150)
 
Retirado de: DEPARTAMENTO DE CULTURA

DIVISÃO DE MUSEUS, ARQUEOLOGIA E RESTAURO

Mitos, Crenças e Superstições no Concelho de Faro

Fernanda Zacarias (2011)

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Sporting Clube Farense - Olympiacos

Este blog têm como objetivo partilhar cultura e temas que acho relevantes, sendo assim e tendo uma grande paixão pela minha cidade e pelo meu clube de sempre e para sempre, deixo aqui um convite a todos os que queiram ver o grande Farense no inicio de mais uma época desportiva rumo ao patamar principal do futebol nacional.
TERÇA 24 DE JULHO-20H-ESTÁDIO DE SÃO LUIS-FARO

terça-feira, 15 de maio de 2012

Al Capone

Um dos mais conhecidos gangsters da era da Lei Seca nos Estados Unidos, Alphonsus Capone nasceu no Brooklyn, NY em 1899 e cresceu num bairro violento, tendo participado de duas gangs ainda quando criança.


Apesar de ser um aluno promissor, largou a escola aos 14 anos e começou a fazer diversos bicos, trabalhando até em uma loja de doces. Ao entrar para a gang "Five Points" de Manhattan, foi trabalhar em um hotel, o Harvad Inn, onde ganhou as cicatrizae que iriam marcar seu rosto e sua reputação para o resto de sua vida; "Scarface" é seu apelido. Al Capone cresce então, na hierarquia da gang, se sobressaindo por sua combinação única de força física e inteligência.


Depois de deixar um membro de uma gangue rival internado, Capone é mandado para Chicago, onde deveria ficar até a poeira baixar. Logo ao chegar a cidade, vai trabalhar para o mentor de seu ex-chefe, John Torrio. Torrio viu o potencial de Capone e incentivou-o, acolhendo-o como seu protegido. Logo Capone se tornaria o braço direito de Torrio e passaria a sócio dos empreendimentos da organização.

Após ser baleado por um membro de gangue rival, Torrio deixa os negócios e Capone assume como poderoso chefão do momento. Sobre seu comando, de 1925 a 1930, a organização se expande, e ele passa a controlar bordéis, casas de apostas, cassinos, destilarias, centros de vendas de bebidas, chegando a faturar 100 milhões de dólares ao ano.


Capone perpetrou centenas de crimes, geralmente criando os planos que seus subalternos levariam a cabo mas as vezes pegando ele mesmo em armas. Um dos crimes mais conhecidos é o Massacre do Dia dos Namorados (Valentine's Day - 14/02/1929), quando 7 membros de uma gangue rival foram mortos pelos homens de Capone. Ele havia planejado o crime, mas estava na Flórida, por tanto pode se eximir de culpa.

Apesar de todas matanças, Capone tratava as pessoas de um modo justo, igualitário. Era irascível, mas generoso. Com o crash da bolsa em 29 e o desemprego em massa, Capone foi o primeiro a criar as sopas comunitárias e ordenou aos lojistas que fornecessem roupas e comidas aos necessitados e cobrassem dele.


Capone estendeu sua rede por toda Chicago, tinha escritórios em hoteis da Michigan Avenue, e também na 22nd Street em Cicero. Em 1931 Capone foi julgado e condenado a 11 anos de prisão por sonegação de impostos, foi para prisão em maio de 1932. Durante o tempo em que ficou preso, sinais de demência apareceram em decorrência da sífilis. Após ser solto em 1947, uma série de derrames e infartos o enfraquecem e ele falece em 1947 devido paragem cardíaca.


Hoje em dia temos vários filmes que relatam a vida dele, é uma questão de googlar...
 
texto retirado algures do mundo virtual.

terça-feira, 24 de abril de 2012

O discurso do senhor Presidente da República em 2011

Aqui Fica o discurso do Senhor Presidente de República no ano passado, durante as comemorações do 37 anoversário da Revolução dos cravos.

Será que existe novidades???? Veremos!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Moody´s desde 1909 a falhar.

A Moody´s foi fundada em 1909 por John Moody. Emprega actualmente mais de 4000 profissionais e tem escritórios localizados em 27 países. Em 2009, os lucros da Moddy´s atingiram 1.8 biliões de dólares.



Moddy´s é uma agência norte-americana de notação financeira que faz avaliações sobre países, bancos, empresas, entre outras instituições, e atribui notas de risco sobre a capacidade destas pagarem as respectivas dívidas.


As avaliações das finanças públicas feitas pelas agências de notação/rating como a Moody´s,. Estas agencias têm um forte impacto na bolsa e condicionam os financiamentos e investimentos de um determinado país ou empresa.


Na minha opinião a moody´s deve levar cartão vermelho direto, vejamos então o que a história diz: Moody´s não viu chegar a grande crise de 1929, em 1931 fez com que a moeda Grega ruísse e o povo Grego tenha sido arrastado para uma ditadura, mais recentemente a Moody´s deu grande viabilidade a Lehman Brothers umas semanas antes de falir, bem como não previu as falências dos bancos Islandesese a quase bancarrota deste país e é bom lembrar que a a Islândia era um exemplo.

NOTA: Existem muitos mais casos de falhanço... ou então não!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Ditadura do Caribe!

Wilmar Villar, 31 anos é mais uma das últimas vítimas do governo cubano.



Morreu num hospital de Santiago de Cuba, depois de 50 dias de greve de fome, mais um preso político que morre por se opor a um ditadura, quando é que isto vai acabar?


Só mesmo um governo justo e sério deixa morrer um opositor desta forma!!!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Miguel Torga "Quatro poemas de Natal"



Natal



Ninguém o viu nascer.
Mas todos acreditam
Que nasceu.
É um menino e é Deus.
Na Páscoa vai morrer, já homem,
Porque entretanto cresceu
E recebeu
A missão singular
De carregar a cruz da nossa redenção.
Agora, nos cueiros da imaginação,
Sorri apenas
A quem vem,
Enquanto a Mãe,
Também
Imaginada,
Com ele ao colo,
Se enternece
E enternece
Os corações,
Cúmplice do milagre, que acontece
Todos os anos e em todas as nações.

Natal

Devia ser neve humana
A que caia no mundo
Nessa noite de amargura
Que se foi fazendo doce...
Um frio que nos pedia
Calor irmão, nem que fosse
De bichos de estrebaria.

Natal



Leio o teu nome
Na página da noite:
Menino Deus...
E fico a meditar
No milagre dobrado
De ser Deus e menino.
Em Deus não acredito.
Mas de ti como posso duvidar?
Todos os dias nascem
Meninos pobres em currais de gado.
Crianças que são ânsias alargadas
De horizontes pequenos.
Humanas alvoradas...
A divindade é o menos.

Natal


Nem pareces o mesmo,
Deus menino
Exposto
Num presépio de gesso!
E nunca foi tão santa no teu rosto
Esta paz que me dás e não mereço.


É fingida também a neve
Que te gela a nudez.
Mas gosto dela assim,
A ser tão branca em mim
Pela primeira vez.

Miguel Torga

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O miserável capitalismo português.

Um dos muitos motivos de um Portugal Falido.

Camilo Lourenço: Certo dia António Guterres convidou-me para almoçar em São Bento. Às tantas perguntei-lhe se não o preocupava a presença do Estado na economia. O então 1º ministro vacilou e respondeu: "Sim, preocupa-me". E contou-me uma história: "Há dias tive aqui um grupo de empresários que queriam criar uma associação. Disse-lhes que achava muito bem. Mas no final da conversa um deles saiu-se com esta: "Precisamos que o Governo pague as instalações…".

Lembrei-me deste episódio quando se soube que o Estado vai pagar os 35 milhões de euros que custou a construção do Europarque, em Santa Maria da Feira. Tudo isto porque a AEP, alegadamente, não tem condições para os pagar. Como o Estado português aceitou ser "fiador", os bancos que financiaram o projecto vão accionar as garantias.

É esta a face mais vergonhosa do nosso capitalismo: não sabe viver sem o Estado. Agora, quando Guterres era 1º ministro, no Gonçalvismo, quando Salazar cá andou, quando D. João II se lançou na gesta ultramarina, quando… Bem, é melhor ficarmos por aqui senão acabamos em D. Afonso Henriques…

O problema é que nada disto é novo: nas privatizações o Estado fez preços especiais aos empresários portugueses que depois venderam as empresas a estrangeiros, apropriando-se de enormes mais-valias; parte dos accionistas dos nossos bancos só o são porque compraram acções com dinheiro emprestado; quando se fala em criar condições para crescer, a primeira coisa que se ouve é "apoios do Estado", "linhas de crédito bonificadas", etc. Com exemplos destes o leitor surpreende-se com o estado do país? E está a ver qual é o maior problema estrutural da economia portuguesa?

Camilo Lourenço em http://www.jornaldenegocios.pt/

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Amália Rodrigues, a Diva do Fado.

Amália da Piedade Rodrigues nasceu na Rua Martim Vaz, na freguesia da Pena, próximo da Mouraria, em Lisboa. Os pais eram naturais da Beira Baixa mas radicados em Lisboa durante alguns anos. É a quinta de nove filhos. A data certa do nascimento é desconhecida: em documentos oficiais nasceu a 23 de Julho, mas Amália sempre considerou que nasceu no primeiro dia desse mês. Não é o que ficou declarado no Registo Civil. Para ela o que importava é que foi no tempo das cerejas e no signo do Leão....................................Mais em:
http://amalia.no.sapo.pt/Biografia.htm