sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Miguel Torga "Quatro poemas de Natal"



Natal



Ninguém o viu nascer.
Mas todos acreditam
Que nasceu.
É um menino e é Deus.
Na Páscoa vai morrer, já homem,
Porque entretanto cresceu
E recebeu
A missão singular
De carregar a cruz da nossa redenção.
Agora, nos cueiros da imaginação,
Sorri apenas
A quem vem,
Enquanto a Mãe,
Também
Imaginada,
Com ele ao colo,
Se enternece
E enternece
Os corações,
Cúmplice do milagre, que acontece
Todos os anos e em todas as nações.

Natal

Devia ser neve humana
A que caia no mundo
Nessa noite de amargura
Que se foi fazendo doce...
Um frio que nos pedia
Calor irmão, nem que fosse
De bichos de estrebaria.

Natal



Leio o teu nome
Na página da noite:
Menino Deus...
E fico a meditar
No milagre dobrado
De ser Deus e menino.
Em Deus não acredito.
Mas de ti como posso duvidar?
Todos os dias nascem
Meninos pobres em currais de gado.
Crianças que são ânsias alargadas
De horizontes pequenos.
Humanas alvoradas...
A divindade é o menos.

Natal


Nem pareces o mesmo,
Deus menino
Exposto
Num presépio de gesso!
E nunca foi tão santa no teu rosto
Esta paz que me dás e não mereço.


É fingida também a neve
Que te gela a nudez.
Mas gosto dela assim,
A ser tão branca em mim
Pela primeira vez.

Miguel Torga

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O miserável capitalismo português.

Um dos muitos motivos de um Portugal Falido.

Camilo Lourenço: Certo dia António Guterres convidou-me para almoçar em São Bento. Às tantas perguntei-lhe se não o preocupava a presença do Estado na economia. O então 1º ministro vacilou e respondeu: "Sim, preocupa-me". E contou-me uma história: "Há dias tive aqui um grupo de empresários que queriam criar uma associação. Disse-lhes que achava muito bem. Mas no final da conversa um deles saiu-se com esta: "Precisamos que o Governo pague as instalações…".

Lembrei-me deste episódio quando se soube que o Estado vai pagar os 35 milhões de euros que custou a construção do Europarque, em Santa Maria da Feira. Tudo isto porque a AEP, alegadamente, não tem condições para os pagar. Como o Estado português aceitou ser "fiador", os bancos que financiaram o projecto vão accionar as garantias.

É esta a face mais vergonhosa do nosso capitalismo: não sabe viver sem o Estado. Agora, quando Guterres era 1º ministro, no Gonçalvismo, quando Salazar cá andou, quando D. João II se lançou na gesta ultramarina, quando… Bem, é melhor ficarmos por aqui senão acabamos em D. Afonso Henriques…

O problema é que nada disto é novo: nas privatizações o Estado fez preços especiais aos empresários portugueses que depois venderam as empresas a estrangeiros, apropriando-se de enormes mais-valias; parte dos accionistas dos nossos bancos só o são porque compraram acções com dinheiro emprestado; quando se fala em criar condições para crescer, a primeira coisa que se ouve é "apoios do Estado", "linhas de crédito bonificadas", etc. Com exemplos destes o leitor surpreende-se com o estado do país? E está a ver qual é o maior problema estrutural da economia portuguesa?

Camilo Lourenço em http://www.jornaldenegocios.pt/

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Amália Rodrigues, a Diva do Fado.

Amália da Piedade Rodrigues nasceu na Rua Martim Vaz, na freguesia da Pena, próximo da Mouraria, em Lisboa. Os pais eram naturais da Beira Baixa mas radicados em Lisboa durante alguns anos. É a quinta de nove filhos. A data certa do nascimento é desconhecida: em documentos oficiais nasceu a 23 de Julho, mas Amália sempre considerou que nasceu no primeiro dia desse mês. Não é o que ficou declarado no Registo Civil. Para ela o que importava é que foi no tempo das cerejas e no signo do Leão....................................Mais em:
http://amalia.no.sapo.pt/Biografia.htm


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

JMJ 2011: Bento XVI destaca testemunho da Vida Consagrada num mundo dominado pelo «relativismo e mediocridade»

Madrid, 19 ago 2011 (Ecclesia) – Bento XVI destacou hoje a importância da Vida Consagrada enquanto testemunha de um sentimento de “pertença a Deus sumamente amado”, num mundo dominado pelo “relativismo e mediocridade”.


“O encontro pessoal com Cristo que alimenta a vossa consagração deve revelar-se, com toda a sua força transformadora, nas vossas vidas; e adquire uma especial relevância hoje, quando se "constata uma espécie de ‘eclipse de Deus’”, realçou o Papa, num encontro com cerca de 1600 jovens religiosas, realizado no Pátio dos Reis de El Escorial, a 50 km de Madrid.


Na iniciativa, integrada no programa das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), evento da Igreja Católica que a capital espanhola está a acolher até ao próximo domingo na capital espanhola, Bento XVI lembrou que a força da vida consagrada “nasce da escuta da Palavra de Deus e acolhe o Evangelho como sua norma de vida”.


O Papa incentivou as irmãs a transmitirem aos outros esta “radicalidade da vida evangélica” através da “vida contemplativa” e do trabalho missionário, junto da comunidade.


“A Igreja precisa da vossa fidelidade jovem, arraigada e edificada em Cristo”, concluiu, lembrando o lema da JMJ 2011.

A chegada do Papa ao recinto, esta manhã, foi saudada efusivamente por membros de mais de 294 congregações e institutos, vindas maioritariamente de Espanha.


Falando em nome de todas as jovens consagradas, a irmã Belém, da congregação das Servas de Maria, agradeceu a “estima” de Bento XVI por toda a vida religiosa e garantiu disponibilidade máxima no serviço à Igreja Católica.


“Queremos oferecer ao Papa a nossa total entrega a Cristo, queremos dizer que a Cruz que recebeu não a leva sozinho, conte connosco”, declarou.


O arcebispo de Madrid, cardeal Antonio Maria Rouco Varela, aproveitou a ocasião para elogia a contribuição das religiosas na preparação da JMJ.

“São elas que trazem a espiritualidade a estas jornadas”, realçou.


Bento XVI prosseguiu depois para um encontro com professores universitários, dentro da Basílica de São Lourenço, ainda no Pátio dos Reis.


Os organizadores da 26.ª JMJ, que se realiza até domingo sob o lema “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé”, aguardam mais de um milhão de peregrinos, entre os quais se incluem cerca de 12 mil portugueses.


O portal Agência ECCLESIA acompanha o evento com uma secção dedicada ao encontro, onde além de notícias atualizadas se inclui a edição especial em «pdf» criada para o evento, bem como a emissão em direto de televisão e rádio.






JCP

www.agencia.eclesia.pt

sábado, 13 de agosto de 2011

"É melhor um muro do que uma guerra", Kennedy.

Berlim assinala no sábado 50 anos da construção do Muro que dividiu a Alemanha durante 28 anos, e só tombou em 1989, arrastando na queda o sistema comunista da Alemanha de Leste.




sexta-feira, 8 de julho de 2011

Alferce, 1ª Festa do Medronho Distrito de Faro- Algarve

Vai ter lugar no próximo domingo, dia 10 de julho, na freguesia de Alferce, a primeira Festa do Medronho com o apoio da câmara municipal de Monchique e da junta de freguesia de Monchique.







Segundo a organização, o certame vai contar com os melhores ingredientes que a serra tem de melhor para oferecer, nomeadamente o medronho, os produtos locais, o porco no espeto e o artesanato.






O evento inicia-se a partir das 15h00 com muita animação.


Noticia do Jornal o Algarve

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Legislativas 2011

B.E. – Bloco de Esquerda

CDS-PP – CDS - Partido Popular

PCP-PEV – CDU - Coligação Democrática Unitáriaa)

MEP – Movimento Esperança Portugal

MPT – Partido da Terra

PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza

PCTP/MRPP – Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses

PDA – Partido Democrático do Atlântico

PH - Partido Humanista

PND – Partido da Nova Democracia

P.N.R. – Partido Nacional Renovador

POUS – Partido Operário de Unidade Socialista

PPM – Partido Popular Monárquico

PPV – Portugal Pro Vida

PS – Partido Socialista

PPD/PSD – Partido Social Democrata

PTP – Partido Trabalhista Português

terça-feira, 19 de abril de 2011

Mensagem de S.S Papa João Paulo II para a Quaresma (2004)


Caríssimos Irmãos e Irmãs!
 
1. Com o sugestivo rito da imposição das Cinzas tem início o tempo sagrado da Quaresma, durante o qual a liturgia renova aos crentes o apelo a uma conversão radical, confiando na misericórdia divina.

O tema deste ano – «Quem acolher em meu nome uma criança como esta, acolhe-Me a Mim» (Mt 18, 5) – oferece a oportunidade de reflectir sobre a condição das crianças; crianças que Jesus continua hoje a chamar a Si e a indicar como exemplo para aqueles que desejam tornar-se seus discípulos. As palavras de Jesus constituem uma exortação a examinar como são tratadas as crianças nas nossas famílias, na sociedade civil e na Igreja; e são também um estímulo a apreciar aquela simplicidade e confiança que o crente deve cultivar, imitando o Filho de Deus que compartilhou a sorte dos pequeninos e dos pobres. A este propósito, Santa Clara de Assis gostava de dizer que Ele, nascido, foi «reclinado numa manjedoura, viveu pobre sobre a terra e ficou despido na cruz» (Testamento, Fontes Franciscanas, n. 2841).
 
Jesus amou as crianças como suas predilectas pela sua «simplicidade e alegria de viver, a sua espontaneidade e a sua fé cheia de assombro» (Angelus de 18.12.1994). Por isso, quer que a comunidade as acolha, com os braços e o coração abertos, como se fosse a Ele mesmo: «Quem acolher em meu nome uma criança como esta, acolhe-Me a Mim» (Mt 18, 5). E a par das crianças, Jesus coloca os «irmãos mais pequeninos», ou seja, os pobres, os necessitados, os famintos e sedentos, os forasteiros, os nus, os doentes e os presos. A atitude que se tomar para com eles – acolhê-los e amá-los ou, ao invés, ignorá-los e rejeitá-los – é a mesma que se tem com Jesus, o Qual neles se torna particularmente presente.

2. O Evangelho narra a infância de Jesus na casa pobre de Nazaré onde, submisso a seus pais, «crescia em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens» (Lc 2, 52). Quis fazer-Se criança para compartilhar a experiência humana. «Aniquilou-Se a Si próprio; – escreve o Apóstolo Paulo – assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante aos homens. Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à morte e morte de cruz» (Fl 2, 7-8). Quando, aos doze anos, ficou no templo de Jerusalém, disse aos pais que, angustiados, O procuravam: «Porque razão Me procuráveis? Não sabíeis que Eu tenho de estar na Casa de meu Pai?» (Lc 2, 49). Na verdade, toda a sua existência foi caracterizada por uma confiante e filial submissão ao Pai celeste: «O meu alimento – dizia Ele – consiste em fazer a vontade d’Aquele que Me enviou e em dar cumprimento à sua obra» (Jo 4, 34).

Nos anos da sua vida pública, várias vezes afirmou que só entraria no Reino dos Céus quem conseguisse tornar-se como as crianças (cf. Mt 18, 3; Mc 10, 15; Lc 18, 17; Jo 3, 3). Nas suas palavras, a criança aparece como imagem eloquente do discípulo que é chamado a seguir o divino Mestre com a docilidade de um menino: «Quem for humilde como esta criança, esse será o maior no Reino dos Céus» (Mt 18, 4).

«Tornar-se» pequenino e «acolher» os pequeninos: são dois aspectos dum único ensinamento que o Senhor hoje repropõe aos seus discípulos. Somente quem se fizer «criança» é que será capaz de acolher com amor os irmãos mais «pequeninos».

3. Muitos são os crentes que procuram seguir fielmente estes ensinamentos do Senhor. Gostava de recordar aqui os pais que não hesitam em tomar a seu cuidado uma família numerosa, as mães e os pais que, no cimo das suas prioridades, colocam, não a busca do sucesso profissional e da carreira, mas a preocupação por transmitir aos filhos aqueles valores humanos e religiosos que verdadeiramente dão sentido à existência.

Penso com reconhecida admiração em quantos cuidam da formação da infância em dificuldade e aliviam os sofrimentos das crianças e dos seus familiares, causados pelos conflitos e a violência, pela falta de alimento e de água, pela emigração forçada e por tantas formas de injustiça existentes no mundo.

Contudo, a par de tanta generosidade, deve-se registar também o egoísmo daqueles que não «acolhem» as crianças. Existem menores profundamente feridos pela violência dos adultos: abusos sexuais, aviamento à prostituição, envolvimento na venda e no uso da droga; crianças obrigadas a trabalhar ou alistadas para combater; inocentes marcados para sempre pela desagregação familiar; pequenos sumidos no ignóbil tráfico de órgãos e pessoas. E que dizer da tragédia da SIDA com consequências devastadoras na África? Fala-se já de milhões de pessoas atingidas por este flagelo, e muitíssimas delas contagiadas desde o nascimento. A humanidade não pode fechar os olhos perante um drama tão preocupante!

4. Que mal fizeram estas crianças para merecer tanto sofrimento? Dum ponto de vista humano, não é fácil, antes talvez seja impossível, encontrar resposta para esta pergunta inquietante. Só a fé nos ajuda a penetrar num abismo tão profundo de sofrimento. Jesus, «obedecendo até à morte e morte de cruz» (Fl 2, 8), assumiu sobre Ele o sofrimento humano, iluminando-o com a luz esplendorosa da ressurreição. Com a sua morte, venceu para sempre a morte.

Durante a Quaresma, preparamo-nos para reviver o Mistério Pascal, que ilumina com a esperança a nossa existência inteira, incluindo os seus aspectos mais complexos e dolorosos. A Semana Santa voltará a propor-nos, através dos ritos sugestivos do Tríduo Pascal, este mistério de salvação.

Amados Irmãos e Irmãs, encetemos confiadamente o itinerário quaresmal, animados por uma mais intensa oração, penitência e atenção aos necessitados. Que a Quaresma seja, de modo particular, uma ocasião útil para dedicar maior cuidado às crianças, no seu próprio ambiente familiar e social: elas são o futuro da humanidade.

5. Com a simplicidade típica das crianças, voltamo-nos para Deus, chamando-Lhe – como Jesus nos ensinou – «Abba», Pai, na oração do «Pai nosso».

O Pai nosso! Repitamos frequentemente esta oração durante a Quaresma, repitamo-la com íntimo enlevo. Chamando a Deus «Pai nosso», tomaremos consciência de ser seus filhos e sentir-nos-emos irmãos entre nós. Deste modo, ser-nos-á mais fácil abrir o coração aos pequeninos, de acordo com o convite de Jesus: «Quem acolher em meu nome uma criança como esta, acolhe-Me a Mim» (Mt 18, 5).

Com estes votos, sobre cada um invoco a bênção de Deus, por intercessão de Maria, Mãe do Verbo de Deus feito homem e Mãe da humanidade inteira.

JOANNES PAULUS PP. II

terça-feira, 29 de março de 2011

Conde Essex, um dos maiores inimigos de Faro.

Conde Essex em 1596 saqueou e incendiou as muralhas de Faro, sendo o principal alvo de ataque a Sé catedral, que depois disso teve se levar uma longa restauração geral levada a cabo por D.Filipe I.




BIOGRAFIA DO PIRATA:

Robert Devereux, 2 º Conde de Essex, filho de Walter Devereux , o primeiro Devereux, conde [e Knollys Lettice ], nasceu em Netherwood, Herefordshire, a 19 de novembro de 1566. Ele entrou na Universidade de Cambridge e graduou-se em 1581. Em 1585 acompanhou seu padrasto, o conde de Leicester , em uma expedição para a Holanda, e muito se distinguiu na batalha de Zutphen. Ele já tomou o seu lugar na corte, onde um jovem tão bonito logo encontrou favor com a rainha Elizabeth , e em conseqüência foi ruim em termos de Raleigh . Em 1587 ele foi nomeado comandante do cavalo, e no ano seguinte foi nomeado general do cavalo e cavaleiro instalada da Jarreteira. Com a morte de Leicester ele o sucedeu como chefe favorito da rainha, uma posição que deterioradas sua posterior vida inteira e, finalmente, resultou em sua ruína.

Enquanto Elizabeth estava se aproximando da idade adulta de sessenta, Essex foi pouco 21. Embora conscientes das vantagens de seu cargo, e de certa forma vão de Queen's o favor, sua presença constante em sua na corte era penoso para ele além de toda resistência; 2 e quando ele não podia fazer a sua fuga para as cenas de aventura no estrangeiro após o qual ele desejava, ele variou a monotonia de sua vida na corte por intrigas com as damas de honra. Ele lutou um duelo com Sir Charles Blount, um rival favorito da rainha, em que o conde estava desarmado e ligeiramente ferido na coxa.

Em 1589, sem o consentimento da rainha, ele se juntou à expedição de Drake e Sir John Norris contra a Espanha, mas em junho ele foi obrigado a obedecer a uma carta proibindo-lo em seu "perigo extremo" para voltar imediatamente. Em 1590 Essex casou com a viúva de Sir Philip Sidney , mas com receio da rainha da raiva que ele manteve o segredo do casamento o maior tempo possível. Quando era necessário confessar isso, sua raiva no início não tinha limites, mas como o conde fez "usá-lo com bom humor", e "para a melhor satisfação de Sua Majestade estava satisfeito que a minha senhora deve viver aposentado em casa de sua mãe", Ele logo passou a ser "a favor muito bom." Em 1591 ele foi nomeado para o comando de uma força auxiliar para um ex-enviado para ajudar Henry IV. da França contra os espanhóis, mas depois de uma campanha infrutífera ele foi finalmente lembrou do comando em janeiro de 1592. Durante alguns anos depois que a maioria esta do seu tempo foi gasto em tribunal, onde ocupou uma posição de influência sem precedentes, tanto em razão do benefício da rainha e da sua popularidade pessoal.


Em 1596 ele foi, depois de um grande número de "mudanças de humor" na rainha parte, nomeado junto com Lord Howard de Effingham , Raleigh e Thomas Lord Howard , ao comando de uma expedição, que foi sucesso em derrotar a frota espanhola, capturando Cadiz e pilhagens, e destruindo 53 navios mercantes. Parece ter sido logo após esta façanha que o início de uma mudança de sentimentos da rainha para com ele veio à existência. Em seu retorno, ela brincou com ele que não tinha seguido os seus sucessos, e que ela professava grande prazer em vê-lo novamente em segurança, e foi finalmente convencido de que a interrupção abrupta da expedição era contrária ao seus conselhos e advertências, ela proibiu-o para publicar qualquer coisa para justificar sua conduta. Ela, sem dúvida, foi ofendido em sua crescente tendência para afirmar a sua independência, e com ciúmes de sua crescente popularidade com o povo, mas também é provável que a sua estranha paixão em relação ao seu próprio charme, grande como era, quase a impedia de se suspeitar, quer que a sua penhora professos tinha sido um pouco ao longo de toda misturada com considerações de interesse pessoal, ou que pelo menos agora estava começando a esfriar. Francis Bacon , na época seu amigo íntimo, a maioria procurou evitar a ruptura ameaçada por escrever-lhe uma longa carta de conselho e, apesar de perseverança em um longo curso de ação simulada foi de Essex impossível, ele por algum tempo participou bem de perto as dicas de seu mentor, para que a rainha usou-o mais graciosamente. "

Em 1597 ele foi nomeado comandante da artilharia, e no ano seguinte obteve o comando de uma expedição contra a Espanha, conhecido como o Voyage ou ilhas dos Açores. Ele ganhou alguns êxitos insignificantes, mas como a frota Plate escapou-lhe que ele falhou a sua finalidade principal, e quando, no seu regresso a rainha encontrei com as censuras de costume, ele se retirou para sua casa em Wanstead. Este não era o que Elizabeth desejado, e embora ela atribuídas Lord Howard de Effingham o condado de Nottingham para serviços em Cádiz, o principal mérito do que foi justamente reivindicado por Essex, no final ela realizada até o último ramo de oliveira a paz, e dignou-se a aliviar sua honra ferida por criá-lo marechal conde de Inglaterra. Isso, no entanto, os sentimentos irritados nem de Essex, nem da rainha foram completamente curadas se manifestou logo depois de uma forma que defina propriedade completamente em rebeldia. Em uma discussão sobre a nomeação de um vice-senhor da Irlanda, Essex, em virtude de algumas palavras de insultos Elizabeth, virou as costas para ela com um gesto indicativo, não só de raiva, mas de desprezo, e quando ela, incapaz de controlar sua indignação , lhe deu um tapa no rosto, ele deixou sua tomada de posse de presença que tal insulto que ele não teria resistido até mesmo de Henrique VIII .


Em 1599, enquanto Ulster estava em rebelião no âmbito do conde de Tyrone, o cargo de tenente-general e governador da Irlanda foi conferido Essex, e uma grande força de colocar em seu comando. Sua campanha foi um fracassado, e agindo de várias maneiras, em oposição às ordens da rainha e do Conselho, concordando com Tyrone em uma trégua, em setembro, e de repente deixando o posto de dever com o objetivo de defender-se em privado antes da rainha, ele deitou-se a acusações mais graves do que a mera incompetência. Para esses delitos, ele foi trazido em junho de 1600 antes de um tribunal especialmente constituído, privados de todos os seus altos cargos, e condenada a viver um prisioneiro em sua própria casa durante o recreio da rainha. Principalmente através da intercessão de Bacon sua liberdade pouco depois foi restaurado para ele, mas ele foi condenado a não voltar ao tribunal.

Por algum tempo ele esperava uma melhora na sua perspectiva, mas quando ele foi recusada a renovação da sua patente para os vinhos doces, a esperança foi sucedido por desespero, e meio enlouquecido pela vaidade ferida, ele fez uma tentativa (7 de fevereiro de 1601) incitar uma revolução em seu nome, desfilando pelas ruas de Londres com 300 retentores, e gritando: "Para a rainha! um lote é colocado para a minha vida!" Estes processos despertado, no entanto, praticamente nenhum sentimento que não leve perplexidade e admiração, e que a esperança de encontrar ajuda dos cidadãos foi em vão, ele retornou ao Essex House, onde depois de se defender por um curto período, ele se rendeu. Depois de um julgamento - em que Bacon, que processou, fez um discurso contra o seu amigo e benfeitor de outrora, a amargura de que era absolutamente desnecessário para assegurar uma condenação que implique pelo menos castigo muito severo - ele foi condenado à morte, e apesar de muitas alterações na humor de Elizabeth, a sentença foi realizada no 25 de fevereiro de 1601.

Essex foi em pessoa alta e bem proporcionada, com um semblante que, embora não seja estritamente bonito, possuía, em razão da sua expressão em negrito, alegre e amável, um maravilhoso poder de fascinação. Ele foi um patrono da literatura, e ele próprio um poeta. Seu carro não era muito graciosa, mas suas maneiras são disse ter sido "cortês, grave e extremamente bela." Ele foi corajoso, cavalheiro, impulsivo, às vezes arrogante com seus pares, mas generoso com todos os seus dependentes e incapazes de malícia segredo, e essas virtudes, que eram inatas, e que permaneceu com ele até o fim, deve ser considerada como algo contrabalançar, em nossa avaliação dele, as loucuras e vícios criado por tentações que foram excepcionalmente fortes.

Ver mais dados curiosos sobre o Conde Essex em: http://maritimo.blogspot.com/2009_02_01_archive.html

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Estádio de São Luís, a origem.

Manuel Silvestre Mendonça dos Santos (mais tarde, por naturalização, Manuel Santos ) emigrara para a América (Nova Orleans) no Alvorecer do século XX, onde fez fortuna. Natural de São João da Venda e roído pela saudade, regressou a Faro em 1921 à capital algarvia, já com a família constituída. Interessado em investir e influenciado pelos adeptos do desporto local, naquele ano, comprou o terreno no Espaldão de S. Luís, confinando com a estrada da Penha, com a Carreira de Tiro, que existia desde Agosto de 1909, com o cemitério e a fabrica de cortiça de Horácio Santos.

Este emigrante farense mandou fazer o projecto do estádio, para a realização de espectáculos, entre eles incluía os jogos de Futebol e que chamaria SANTO STADIUM. A área do terreno compreendia 14.000 metros quadrados, constituídos por um campo de futebol com 60X90, bancada em alvenaria e capacidade para 15.000 pessoas. O parque de jogos completava 2 courts de ténis, pista para corridas, vestiários com casas de banho, gastando o empresário algumas centenas de contos, para dotar à cidade de Faro de um parque para a pratica de varias modalidades desportivas.

O SANTO STADIUM em S. Luís, terá sido o primeiro estádio em Portugal construído com projecto próprio, já tinha servido para dois espectáculos taurinos e após beneficiações para jogos de futebol, foi, finalmente inaugurado, tendo sido entregue ao Sport Lisboa e Faro, como arrendatário. Aconteceu no dia 1 de Dezembro de 1923, num derby entre o Sport Lisboa e Faro e o Sporting Clube Farense. O resultado foi favorável a equipa leonina por4-1, marcando o Sport Lisboa o seu golo nos primeiros minutos, por Sampaio. João Coelho e João Gralho dividiram os tentos do Farense.
A arbitragem, confiada a Armando Duque, o qual, mostrou muita indecisão para o desafio entre rivais, foi substituído por A. Perianes.
No final do jogo, António Saraiva, capitão Sport Lisboa, entregou ao seu adversário um bronze, que teve grande significado, entre os adeptos dos dois clubes.

Mais tarde, Outubro de 1929, devido à Grande Depressão verificada na Bolsa de Nova Iorque, com o estrondoso colapso da economia Americana, apanhou desprevenido o mundo financeiro e os rendimentos directos desapareceram com as falências em série nos Estados Unidos. Manuel Santo arrastado na queda da Bolsa, quando o Santo Stadium, já conhecido pelo estádio de São Luís, estava hipotecado aos Bancos Matos & Baião e Manuel Dias Sancho, para nele instalar uma praça de Touros dentro do rectângulo, realizando-se duas corridas por ano de 1927 a 1929. Como não conseguiu pagar a hipoteca e empréstimos, perdeu a propriedade para os referidos Bancos.
Devido à fusão bancária, ficou a pertencer ao Bando do Algarve.
Tempos depois o Campo de São Luís foi vendido ao sr. Eusébio Tomás Lopes, comerciante de tecidos na rua de Santo António à Pontinha e ao qual, dizia-se, tinha dado sociedade ao seu amigo Rodolfo Florindo, também comerciante e sócio do Farense, responsável pelo pagamento das rendas. Alguns anos depois, a Câmara Municipal de Faro comprou o Campo, sendo dado o nome de Estádio Municipal. Em 1985 a autarquia cedeu-o ao Sporting Clube Farense, passando a chamar-se Estádio de São Luís.

Bibliografia:
BISPO, Raminhos
2008, "50 anos de História do Futebol em Faro 1900 1950" , Tipografia Tavirense, Tavira
Pesquisa Bibliográfica e rectificação Pedro Carrega

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Mário Viegas "O grande declamador"


ANTÓNIO MÁRIO LOPES PEREIRA VIEGAS
Nasceu em Santarém em 10 de Novembro de 1948, às 23.30h, meia-Hora antes do Dia de S. Martinho.

É do signo Escorpião no Hemisfério Ocidental e do Rato no Hemisfério Oriental.

Trineto, por via paterna, do grande Actor Cómico do século XIX Francisco Leoni, Bisneto de Francisco José Pereira, Republicano, Deputado e Senador por Santarém na Primeira Assembleia da Primeira República, sendo saneado de Director Geral do Congresso no 28 de Maio.
Neto e filho de Republicanos e Anti-Fascistas, duma família paterna toda ligada ao ramo Farmacêutico.

Neto por via materna, de um dos fundadores da Amadora, António Cardoso Lopes e sobrinho, do famoso hoquista Álvaro Lopes (8 vezes campeão do mundo), e Tiotónio (um dos pioneiros da Banda-Desenhada em Portugal e criador do semanário “O Mosquito”), e de Augusto Lopes (inventor e criador do sistema do Cinema foto-sonoro em Portugal), sendo a sua Mãe licenciada em Grego Clássico, Latim. Viveu a sua infância e adolescência em Santarém, onde estudou no Liceu Sá da Bandeira e onde se estreia como Actor e Recitador amador com o Coro de Amadores de Música, dirigido pelo Maestro Fernando Lopes-Graça, com 16 anos, em substituição da ex-Actriz e Declamadora Maria Barroso.
Fica logo com a sua primeira ficha na P.I.D.E.

Não tem pre-conceitos sexuais. Sendo scalabitano, gosta de touros, cavalos, mulheres, homens, vinho branco ou tinto, sabe dançar o fandango e já pegou uma vaca em 1967.

Frequentou a Fac. de Letras de Lisboa em 1966/67 e 1967/68 e a Fac. de Letras do Porto em 1968/69, onde termina o 3º ano do Curso Superior de História. Faz parte da Crise Académica de 1969, como Recitador e Agitador no Porto e em Coimbra.

Nunca esteve filiado em nenhum Partido ou Clube Desportivo, nem nunca foi convidado para tal.
Não tem nenhuma ficha na P.S.P. ou na Polícia Judiciária por actividades ilícitas e/ou imorais.

É solteiro e não tenciona casar oficialmente.

É-lhe retirado o Adiamento Militar, por actividades políticas e é proibido de actuar como Actor e Recitador quer públicamente, na antiga Emissora Nacional e na R.T.P.
Os seus discos de Poesia são proibidos de passar na Rádio, até ao 25 de Abril de 1974.

Cumpre o Serviço Militar Obrigatório como Oficial entre Outubro de 1971 e Outubro de 1974, tendo a sua Caderneta Militar os mais altos louvores pela disciplina militar.

É-lhe dada a especialidade e o curso de Acção Psicológica e Propaganda do Exército (A.P.S.I.C.), sendo re-classificado quando estagiava na 2ª Repartição do Estado-Maior do Exército em 1972. É-lhe dado um cargo de Instrutor de Combustíveis e Lubrificantes no Quartel do Campo Grande (E.P.A.N.), de onde é afastado no dia 22 de Abril de 1974.

Assiste e participa desde as 11H00 da manhã, ao golpe-militar do 25 de Abril, no Largo do Carmo. Às 19H00 na Rua António Maria Cardoso e participa na primeira tentativa Popular de assalto à sede da P.I.D.E.-D.G.S.

Faz parte da Extinção da P.I.D.E.-D.G.S. e Legião Portuguesa desde o início de Maio de 1974 até Outubro de 1974, como Oficial-Miliciano do M.F.A., de onde é afastado.

Após proibição em Conselho de Ministros, da peça “EVA PERÓN”, de Copi, (de que era protagonista e que seria a primeira encenação de Filipe La Féria), em Janeiro de 1975, sai de Portugal entre inícios de Maio de 1975 até finais de Setembro de 1975, indo viver para Copenhaga, Dinamarca, desiludido com a situação política do País.

Como Independente, participou “de borla” em algumas campanhas e espectáculos ao vivo e na televisão do P.C.P. (1977), do P.S.R. e da U.D.P., até 1994. Está arrependidíssimo! Abre uma excepção à U.D.P.

Apoiou públicamente a candidatura à Presidência da República do Engº Carlos Marques nas últimas eleições Presidenciais.

Foi leitor durante 2 anos (1987, 1988), dos comunicados do dia 25 de Abril de Otelo Saraiva de Carvalho, quando este esteve preso em Caxias (caso FP25). Não ganhou nada com isso!
Foi alcoólico Público e Anónimo, encontrando-se completamente recuperado.

É Fumador activo e passivo, careca e práticamente cego do olho esquerdo.

Estreia-se como Actor profissional em 16 de Fevereiro de 1968 no Teatro Experimental de Cascais. Trabalhou diariamente durante 30 anos no Teatro, Cinema, Disco, Rádio e Televisão como Actor, Empresário, Encenador e Cenógrafo, com o nome artístico de Mário Viegas. Ao contracenar com Marcello Mastroianni em 1994 descobriu que não conseguiria ser o Maior Actor de Portugal, da Europa e do Mundo, de Teatro e Cinema; o mais popular Cómico do País e com maior unanimidade; ter um lugar em Hollywood; representar em francês, espanhol, inglês ou japonês. Desiludido e revoltado decide encetar a carreira mais fácil, menos efémera e com reforma assegurada: PRESIDENTE DA REPÚBLICA de Portugal, Açores, Madeira, Macau e Timor-Leste.

As Sondagens dão-lhe 93,4% de intenção de voto.


Não sabe o que quer para o País, mas o País sabe o que quer dele!
Não quer ser o Presidente de todos os Portugueses!
Tem como Lemas da campanha a frase de Eduardo de Filippo: “Os Actores vivem a sério no Palco, o que os outros na Vida representam mal”; e “Nesta Pátria onde a Terra acaba e o Mário começa!”.

Slogans da campanha:


“VIEGAS AMIGO ! O MÁRIO ESTÁ CONTIGO !!”
“MÁRIO SÓ HÁ UM ! O VIEGAS E MAIS NENHUM !”
“O MÁRIO QUE SE LIXE ! O VIEGAS É QUE É FIXE !”
Foi agraciado por sua Exª o actual Presidente da República, o Sr. Dr. Mário Soares com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, sendo pois, Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
Mário Viegas

AUTO BIOGRAFIA DE MÁRIO VIEGAS.

Recomendo vivamente o vídeo em baixo assinalado " Manifesto Anti Dantas"
de Almada Negreiros
http://www.youtube.com/watch?v=CSRC6-XgSHo&feature=autoplay&list=PLDC68789257446023&index=12&playnext=3

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O Maior vendedor do mundo. O homem que vendeu a Torre Eiffel

Em 1925 Victor Lustig era um vagabundo de Paris, quando viu uma noticia num jornal " Câmara Municipal de Paris têm dificuldades em manter a Torre Eifel" e de imediato lembrou-se....

Foi o suficiente para se lembrar imediatamente de vender a "Torre Eifel". Lustig passou-se por oficial do governo francês e foi atrás de empresários que mexiam com ferro-velho. Arranjou 6. 
E chamou o grupo para uma reunião num hotel de luxo de Paris. "Como os senhores já devem ter lido, Paris não tem mais como financiar a Torre Eiffel", disse. "A saída é uma só: demolir aquelas 8 mil toneladas de metal e vender como sucata." Ele chegou a alugar uma limusine para levar os homens para uma "visita de inspeção" ao monumento. Depois, chamou de canto o empresário que ele achou mais ingénuo e insinuou: "com uma comissãozinha, posso facilitar as coisas " o homem subornou o "oficial" Lustig e levou-o a ver a  torre. 
 Antes que o comprador percebesse da artimanha, Lustig já estava num comboio com o dinheiro. O lesado, por sinal, não teve coragem fazer queixa. Afinal, seria chamado de burro se alguém soubesse que ele tinha acabado de subornar um aldrabão... Lustig era mestre porque sabia enganar malandros. E que malandros. 

Certa vez, o golpista procurou ninguém menos que Al Capone, oferecendo um esquema para fazer o dinheiro dele dobrar em dois meses com uns investimentos. O mafioso lhe deu 50 mil dólares, junto com uma descrição do que lhe aconteceria se o enganasse. Lustig simplesmente guardou tudo em um cofre. E dois meses depois, devolveu tudo a Al Capone, pedindo desculpas e contando que o esquema de investimentos tinha falhado. Grato por Lustig ter sido tão honesto, Capone deu-lhe 5 mil dólares como prémio. E era o tal do prémio que Lustig esperava desde o começo. 
Outro golpe que ele aplicava em golpistas era vender máquinas de falsificar dinheiro. Falsas. Ele escolhia um bandido e contava que tinha um aparelho fantástico, capaz de copiar notas. "Só que leva 6 horas para que o trabalho fica-se pronto", dizia. Então, colocava uma nota de 100 dólares na máquina para demonstração. Seis horas depois, saía uma "cópia" perfeita (Lustig colocava duas notas verdadeiras lá dentro antes). Depois de ter o dinheiro da venda da máquina, seguia rápida mente o seu caminho , e o comprador só percebia que tinha sido enganado 6 horas depois... Em 1934, finalmente, a carreira dele acabou. Lustig foi preso e mandado para Alcatraz, onde fez companhia ao amigo Capone.
http://www.fact-archive.com/encyclopedia/Victor_Lustig

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Heróis do Mar

Heróis do Mar Uma lenda por contar O futuro da música pop portuguesa começou há 25 anos quando os Heróis do Mar editaram o seu primeiro álbum e apareceram com a força de um conceito global em que a música era apenas uma das peças do puzzle. Ainda às voltas com a força das palavras que cantavam a revolução, Portugal só então começava a abrir os olhos para uma ainda imberbe cena pop. Desde aí foi forçado a admitir que, tal como a música, também as roupas, atitudes, poses e adereços representavam um papel importante.Os Heróis do Mar de Rui Pregal da Cunha, Pedro Ayres Magalhães, Carlos Maria Trindade, Paulo Pedro Gonçalves e António José de Almeida lançaram no início do Outono de 1981 aquele que é ainda um dos melhores álbuns de sempre da produção nacional.
Heróis do Mar, com canções como «Brava Dança Dos Heróis» ou «Saudade», foi recebido com ferozes críticas e alimentou uma forte polémica feita de acusações de nacionalismo exacerbado. Rui Pregal da Cunha explica-se: «para mim aquilo era uma enorme mistura de referências que metiam no mesmo saco a História de Portugal, as sagas de aventuras japonesas que víamos no cinema e o Thor e o Balder – não o da mitologia nórdica, mas o da Marvel Comics!».
A verdade é que tal atitude assegurou descendência: Armando Teixeira, o homem dos Balla e Bulllet apareceu durante esta entrevista com dois discos dos Heróis do Mar – o primeiro álbum e o máxi Amor – para recolher um há muito desejado autógrafo. Este episódio espontâneo que pudemos presenciar é mais uma prova de que, de facto, há uma geração devedora da música e das atitudes que os Heróis do Mar inventaram no Portugal de 80 que, explica Rui Pregal, «parecia – em termos de mentalidades e estéticos – estar ainda a viver nos anos 60». Daí o choque.

Nascido em Macau, mas a viver em Portugal desde os quatro anos, Rui Pregal da Cunha em 1980 já tinha visto ao vivo os Faíscas e os Corpo Diplomático – bandas de Pedro Ayres e Paulo Pedro Gonçalves – e começava ele próprio a aventurar-se em projectos musicais como os Colagem Urbana: «que não era bem um projecto. Havia era muita vontade de criar música, mesmo sem instrumentos. Com uma televisão, um rádio mal sintonizado e uns gritos por cima daquilo tudo». Rui admite que «vivia noutro planeta» com uma série de amigos que entre o Jamaica, no Cais do Sodré, o Yes, no Areeiro, o Rockhouse, no Bairro Alto, e o Trumps, na Rua da Imprensa Nacional, desenhavam o futuro de um sentir pop nacional recusando um Portugal congelado no tempo.



«Em 1980, havia uma enorme sede causada por todos os sinais que chegavam de fora. De tal forma», explica o cantor, «que quando um de nós recebia um disco levava-o consigo quando saía à noite para pedir ao DJ da discoteca onde fosse para o tocar para todos os amigos o ouvirem». A memória afina-se e Rui refere um sentido de comunidade, importante para os episódios que se seguiriam, que esteve na base da formação dos Heróis do Mar: «as pessoas partilhavam a música, mas também as ideias – iam a casa umas das outras para se vestirem para sair à noite, por exemplo. Havia uma vibração qualquer, uma apetência para a descoberta».

DA PISTA PARA OS ENSAIOS

Esta era a época em que ecos das revoluções de costumes já estabelecidas em Nova Iorque e Londres começaram, muito lentamente, a chegar até cá. Rui lembra-se, por exemplo, do espanto que foi descobrir o número 5 da icónica revista britânica The Face na loja Op de Paulo Nozolino – «tinha a Soo Catwoman [antiga parceira de Sid Vicious] na capa» – e de como cada uma dessas fontes era devorada com entusiasmo.
Nesta altura já havia noites diferentes para pessoas diferentes – «o Pedro provavelmente parava mais pelo Brown’s, ali perto do Centro Comercial Roma, mas acabávamos todos por nos encontrarmos ao fim da noite no Trumps» – mas certos lugares acabavam por funcionar como pólos magnéticos atraindo gente de todos os quadrantes e sensibilidades. Local de culto da noite gay lisboeta, o Trumps – «o Studio 54 a que tínhamos direito», ironiza Rui Pregal – era no entanto frequentado por todo o tipo de pessoas, seduzidas pelos sons do Disco e de alguma new-wave de recorte mais electrónico que se começava a insinuar nas pistas de dança. «Eu estive para ser o primeiro DJ do Trumps», recorda Rui Pregal, «e até cheguei a fazer a primeira compra de discos para a casa, mas não era o que eles estavam à procura – eles queriam disco--sound puro e duro e eu tinha comprado algumas coisas de disco, mas também outras coisas que não tinham nada a ver».
Rui Pregal acabou por sugerir o nome de João Vaz, hoje a voz dos finais de tarde da Rádio Comercial, que se impôs como seminal DJ a partir da cabine do Trumps acabando por ser importante para muitos nomes hoje estabelecidos na cena da música de dança portuguesa.

«Foi mesmo no meio da pista do Trumps que o Pedro me abordou e me perguntou se não queria aparecer na sala de ensaios deles em Benfica porque estava-se a formar um novo grupo», explica Rui Pregal que admite ter sido «pela pinta» que o convite surgiu: «nesse tempo eu levava a roupa muito a sério – lembro-me de ir para as aulas vestido com um fato de três peças dos anos 40 comprado na loja da Madame Bettencourt num dia e no outro aparecer vestido de pirata das Caraíbas, com espada e tudo».
«Quando cheguei à sala de ensaios eles pediram-me para eu cantar qualquer coisa e a verdade é que não me conseguia lembrar de uma única letra para cantar». Fosse como fosse, por ter cantado «o “Sitting on the Dock of the Bay” ou qualquer coisa assim», Rui Pregal acabou mesmo por ficar com o lugar de cantor e em Maio de 1981 – com Pedro Ayres Magalhães no baixo, Carlos Maria Trindade nos teclados, Paulo Pedro Gonçalves nas guitarras e António José de Almeida na bateria – arrancaram os trabalhos que culminariam com a gravação do álbum de estreia dos Heróis do Mar. 
REVISTA BLITZ 2006
Rui Miguel Abreu