terça-feira, 27 de março de 2007

Para Ti o que significa o Escutismo??


Caros escuteiros:


Se já vistes a peça Peter Pan, haveis de recordar-vos de como o chefe dos piratas estava sempre a fazer o seu discurso de despedida, porque receava que, quando lhe chegasse a hora de morrer, talvez não tivesse tempo para o fazer. Acontece-me coisa muito parecida e por isso, embora não esteja precisamente a morrer, morrerei qualquer dia e quero mandar-vos uma palavra de despedida.
Lembrai-vos de que é a última palavra que vos dirijo, por isso meditai-a.
Passei uma vida felicíssima e desejo que cada um de vós seja igualmente feliz.
Crei que Deus nos colocou neste mundo encantador para sermos felizes e apreciarmos a vida.

A felicidade não vem da riqueza, nem simplesmente do êxito de uma carreira, nem dos prazeres. Um passo para a felicidade é serdes saudáveis e fortes enquanto sois rapazes, para poderdes ser úteis e gozar a vida quando fordes homens.
O estudo da natureza mostrar-vos-à as coisas belas e maravilhosas de que Deus encheu o mundo para vosso deleite. Contentai-vos com o que tendes e tirai dele o maior proveito que puderdes. Vede sempre o lado melhor das coisas e não o pior.


Mas o melhor meio para alcançar a felicidade é contribuir para a felicidade dos outros. Procurai deixar o mundo um pouco melhor de que o encontrastes e quando vos chegar a vez de morrer, podeis morrer felizes sentindo que ao menos não desperdiçastes o tempo e fizestes todo o possível por praticar o bem.


Estai preparados desta maneira para viver e morrer felizes - apegai-vos sempre à vossa promessa escutista - mesmo depois de já não serdes rapazes e Deus vos ajude a proceder assim.


Última Mensagem de BP



Para ti o que significa o Escutismo??

quinta-feira, 22 de março de 2007

Dia Mundial da Água 22 de Março.





A escassez de água é o tema do Dia Mundial da Água deste ano, efeméride instituída pela ONU em 1992. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 1,6 milhões de pessoas morrem todos os anos por não terem acesso a água de qualidade ou a higiene.


De acordo com dados revelados esta quarta-feira pela OMS, "90 por cento das mortes [todos os anos por falta de água] registam-se entre crianças com menos de cinco anos, a maior parte nos países em vias de desenvolvimento". "À medida que a água se torna rara, as pessoas são muitas vezes obrigadas a recorrer a fontes de água potável que podem não ser saudáveis", explica a directora-geral da OMS, Margaret Chan, numa comunicação no site da OMS. "Não têm água suficiente para a higiene básica - para se lavarem ou lavarem as roupas, para impedirem doenças, nomeadamente por contaminação da água ou da comida".A directora-geral da OMS lembra ainda que as alterações climáticas levam a que as "secas e inundações sejam cada vez mais frequentes e graves", o que leva à diminuição da qualidade da água e o aumento de doenças como a cólera, a febre tifóide, a malária e dengue.

quarta-feira, 21 de março de 2007

António Víctor Ramos Rosa "Grande Farense"





Nascido a 17 de Outubro de 1924, António Víctor Ramos Rosa, é natural de Faro onde frequentou os estudos secundários que não chegou a completar devido a problemas de saúde. Desenvolveu interesse pela literatura lendo obras dos principais autores portugueses e estrangeiros e dando uma preferência especial aos poetas, enquanto exercia a profissão de empregado de escritório.

O seu nome foi dado à Biblioteca Municipal de Faro.

Dia 21 de Março dia Internacional da Poesia.







O MAR


O MAR
Ondas que descansam no seu gesto nupcial
abrem-se caem
amorosamente sobre os próprios lábios
e a areia
ancas verdes violetas na violência viva
rumor do ilimite na gravidez da água
sussurros gritos minerais inércia magnífica
volúpia de agonia movimentos de amor
morte em cada onda sublevação inaugural
abre-se o corpo que ama na consciência nua
e o corpo é o instante nunca mais e sempre
seios e nuvens que na areia se despenham
ó vento anterior ao vento
ó cabeças espumosasó silêncio sobre o estrépito de amorosas explosões
ó eternidade do mar ensimesmado unânimeem amor e desamor de anónimos amplexos
múltiplo e uno nas suas baixelas cintilantes
ó mar ó presença ondulada do infinito
ó retorno incessante da paixão frigidíssima
ó violenta indolência sempre longínqua sempre ausente
ó catedral profunda que desmoronando-se permanece!



António Ramos Rosa
Facilidade do Ar
Lisboa, Caminho, 1990

segunda-feira, 19 de março de 2007

Parque Natural da Ria Formosa


Superfície18 000 ha, incluindo a área submersa.


LocalizaçãoParque Natural situado no Sotavento algarvio, assente na importante zona lagunar aí existente. Parte do território do PNRF situa-se nos concelhos de Faro, Loulé, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António.
Distrito de Faro: Concelho de Faro (Freguesias: S. Pedro, Sé e Montenegro). Concelho de Loulé (Freguesia: Almansil). Concelho de Olhão (Freguesia: Fuseta, Moncarapacho, Olhão, Pechão, Quelfes). Concelho de Tavira (Freguesia: Conceição, Luz, Santa Maria, Santa Luzia, Santiago). Concelho de Vila Real de Stº. António (Freguesia de Vila Nova de Cacela).


Só parte dentro da Área Protegida.




História do Concelho de Faro



A área lagunar da Ria Formosa atraiu a presença humana desde o Paleolítico até ao final da Pré-História. Nesse espaço, surge uma cidade: Ossonoba, centro urbano importante durante o período de ocupação romana que, de acordo com os estudiosos, foi a origem da actual cidade de Faro.Sede de bispado a partir do séc. III e durante o período visigótico, Ossonoba mantém com o domínio árabe, iniciado no séc. VIII, a sua posição de mais importante localidade do extremo sudoeste da península.Capital de um efémero principado independente no séc. IX, a cidade é fortificada com uma cintura de muralhas e o nome de Ossonoba começa a ser substituído pelo de Santa Maria, a que mais tarde se junta a designação de Hárune, que deu origem a Faro. Depois de um período atribulado provocado pela instabilidade político-militar islâmica, Faro é integrada, em 1249, no território português, completando o ciclo de reconquista cristã do espaço geográfico que é hoje Portugal.Nos séculos seguintes, Faro torna-se uma cidade próspera devido à sua posição geográfica, ao porto seguro e à exploração e comércio de sal e de produtos agrícolas do interior algarvio, incrementados com os Descobrimentos. Tem, nesse período, uma importante e activa colónia judaica que no final do séc. XV imprime localmente o primeiro livro português.Reconhecendo o crescimento da cidade, o rei D. Manuel promove, em 1499, uma profunda alteração urbanística com a criação de novos equipamentos - um hospital, a Igreja do Espírito Santo (mais tarde reconstruída e administrada pela Misericórdia), a alfândega, um açougue, etc. - fora das alcaçarias e junto ao litoral.Em 1540, Faro é elevada a cidade e, em 1577, a sede do bispado do Algarve é transferida de Silves. O saque e o incêndio, em 1596, pelas tropas inglesas do conde de Essex, danificaram muralhas e igrejas, empobreceram a cidade.Os séculos XVII e XVIII são um período de expansão para Faro, cercada por uma nova cintura de muralhas, durante o período da Guerra da Restauração (1640/1668), que abrangia a área edificada e terrenos de cultura, num vasto semicírculo frente à ria.Até finais do séc. XIX, a cidade mantém-se dentro desses limites. O seu crescimento gradual sofre um maior ímpeto nas últimas décadas.

segunda-feira, 12 de março de 2007

O 1 acampamento de sempre "na Ilha de Brownsea "


A Ilha de Brownsea
De 29 de Julho a 9 de Agostode 1907, vinte rapazes e Robert Baden-Powell participaram do primeiro Acampamento escoteiro da história. O lugar era a Ilha de Brownsea, na baía de Poole nacosta sul da Inglaterra.
BP
Chega em Brownsea com 12 rapazes e seu sobrinho de 9 anos abordo do barco. Montagem do acampamento. 6 barracas brancas. Uma barraca militar foi montada para intendência e cozinha.

30 de Julho 1907
Montagem do mastro no centro para içamento da bandeira Britânica. Ao lado da barraca de BP ele encravou uma de suas lanças usadas na caça ao javali e pendurou a Bandeira britânica que tremulava em Mafeking.
31 de Julho 1907
Os demais 8 rapazes chegaram para completar 20 rapazes. Tinham entre 12 e 17 anos. (havia mais o sobrinho do BP de apenas 9 anos.) Primeiro Fogo de Conselho de Brownsea e do movimento escuteiro!
BP foi o líder, o contador de historias e o musico de serviço. Ele contou-lhes historias da India e da Africa e deu algumas explicações sobre a programação do acampamento.
O Fogo terminou devargarzinho finalizando com orações.

1 de Agosto 1907
Oficialmente início do acampamento e conhecido como o 1 dia. Seguem as atividades como descrito abaixo. Os 20 garotos foram divididos em 4 patrulhas: Maçarico, Corvo, Lobo e Touro. (O sobrinho do BP foi nomeado ajudante)

8 de Agosto
Término do acampamento. Foi um dia de atividades desportivas. Terminou com um cabo-de-guerra entre os passarinhos ( Maçarico e Corvo) contra os "animais" (Lobo e Touro). Os pássaros venceram.

Escutismo para Rapazes.



Título: Escutismo para Rapazes
Autor: Robert Baden-Powell


Crítica literária publicada no Jornal The Guardian,
a 13 de Março de 2004

‘Escutismo para Rapazes’ foi um dos livros mágicos do século XX.

Os seus encantos não eram literários – foi reunido num clima de improvisação excitada, para ser editado à pressa em fascículos quinzenais no início de 1908. O ser pouco literário, o ser prosa de revista juvenil, formou muito do seu apelo a uma audiência jovem que valorizava a animação, a variedade e a recusa do aborrecimento. O seu autor, Robert Baden-Powell, era um tenente-general do Exército Britânico e um nome familiar desde o seu comando de Mafeking durante o cerco de 7 meses entre 1899-1900, na Guerra dos Boers.

Um homem ambicioso e um psicólogo arguto, BP parece ter ido buscar à juventude imortal da sua própria personalidade a base da sua mais ambiciosa ideia: um movimento para inspirar a cidadania nos jovens através da autodisciplina e actividades práticas. O seu sucesso foi instantâneo. Antes mesmo que os fascículos fossem condensados sob a forma de livro, havia rapazes a formar Patrulhas, a improvisar uniformes, e a importunar adultos para que fossem seus Chefes. O Escutismo espalhou-se tão rapidamente que BP teve de se esforçar para manter o controlo do que criara. Quando morreu, em 1941, havia milhões de Escuteiros por todo o mundo, e o seu manualzito tinha vendido mais que qualquer outro livro inglês na sua época.

Os Escuteiros chamam aos não-iniciados “pata-tenras”. Como um pata-tenra incorrigível que sou, completamente incapaz de fazer pão no meu casaco ou dar o nó de barqueiro no escuro, eu li as instruções, exercícios, jogos e “Palestras de Bivaque” de BP com um sentido de revelação. Claramente, o seu génio residia no despertar para a cidadania como para um reino de fantasia gratificante. É como se, ao lado das monótonas vidas das crianças, BP desenhasse o mapa de uma vida paralela, ligados em vários pontos, mas flutuando livremente em longas passagens de faz-de-conta e aventura

A chave é não proibição, mas um tipo de licença avuncular. BP cultiva um sentido de responsabilidade social num vácuo maravilhoso de restrições sociais. Há uma página, mais coisa menos coisa sobre religião, do tipo menos prosélito, valorizando as boas obras e o valor igual das outras fés. Havia ansiedades acerca da vulnerabilidade do império por trás do livro, mas por todos os seus códigos e saudações, é refrescantemente não-militarista. Surpreendentemente, num livro sobre dever ao próximo, apenas num ponto são os Pais referidos. As nove ‘Leis do Escuteiro’, mais tarde aumentadas para um decálogo com a adição de ‘o Escuteiro é puro nos pensamentos, nas palavras e nas acções’ – substituem as proibições Judaicas com exortações alegres (‘O Escuteiro sorri e assobia em todas as circunstâncias’). É uma confusa mistura de falta de senso e de bom senso.

Quando BP proíbe, a sabedoria é a convencional: beber é para os covardes, fumar embrutece os sentidos, a masturbação, embora “uma sensação de prazer”, leva inevitavelmente à insanidade (e ainda “se usais mal as tuas partes quando jovem, não sereis capaz de as usar quando adultos: elas não vão funcionar nessa altura). O praguejar é castigado com um copo de água fria pela manga abaixo. As gorjetas são criticadas (“as gorjetas colocam-vos no pé errado com toda a gente”). Mas igualmente importante – faz parte da Lei do Escuteiro – ‘O Escuteiro não pode ser um snob’. Por detrás destas injunções, embora aparecendo apenas no final do livro, está subjacente o medo que o Império Britânico esteja a ir pelo caminho do Romano, embora pelas razões não-romanas de ‘caridade indiscriminada’, ‘excesso de instrução livresca’ e ‘vadiíce, que é a ruína de uma proporção enorme dos nossos jovens’ (‘em Londres, um homem pode preguiçar por meses ou anos, á porta de um pub’).

A mania de ver jogos de futebol dispara um ataque paranóico. BP não fica em segundo lugar, diz ele, no ‘gosto em ver aqueles espécimes esplêndidos, treinados até à perfeição, e a jogar impecavelmente’, mas entristece-se com ‘os nossos homens, sólidos, confiáveis no pior dos apertos’ degeneraram nas multidões de ‘espectadores pálidos, encolhidos’, fumando ‘cigarros ininterruptos’ enquanto ‘aprendem a ser histéricos’.

Se esta é a racionalização do lema escutista, a questão de que os Escuteiros devem ‘Estar Preparados’ para quê, recebe várias respostas: ajudar idosas, parar cavalos desembestados, cães raivosos, lidar com uma fuga de gás. BP tinha um interesse circunstancial por acidentes, e desbobina nomes de numerosos ‘heróis’, sobre quem evidentemente coleccionava notícias. E ocasionalmente surge em pessoa, para descrever como socorreu um cavalo, consertou um ombro deslocado, ou evitou um suicídio potencial (‘normalmente surge de nada pior que um ataque de indigestão’). Estas pequenas gabarolices traçam o glamour da sua vida através da paisagem de possibilidades, entusiasmando a fantasia imperial que faz da Índia ou da Terra dos Matabeles uma extensão dos subúrbios ingleses.

As partes mais características do livro tem a ver com pistas e a arte de ‘ler os sinais’. As competências dos pisteiros africanos ou índios são comparadas com as de Sherlock Holmes: ‘os pisteiros nativos gabam-se de, pelas suas pistas, conseguir determinar não apenas o sexo e a idade, mas também o carácter’. Algumas das técnicas descritas requerem estar no veld (planícies sul-africanas), mas o charme das pistas é maior no contexto urbano, onde os jovens podem estar vigilantes, memorizando o conteúdo de montras, e seguindo pessoas, tomando notas. Podemos imaginar que tal vigilância não cairia muito bem com os seus alvos, especialmente porque está relacionada com um código rude de ‘sinais’ fisionómicos e não só – ‘se um homem usa o chapéu na parte de trás da cabeça, é mau a pagar contas’ e por aí fora. Os Chefes são encorajados a ‘enviar Escuteiros por meia hora para procurar, por exemplo, alguém de carácter brutal’. BP parece infantil por ter acreditado nesta pseudociência (não há ironia nem condescendência na sua palestra aos rapazes), e embora inofensiva, é característico da esteriotipação social e racial da época.

‘Escutismo para Rapazes’ mudaria muito ao longo das próximas décadas, mas o valor do texto original anotado por Elleke Boehmer mostra-nos muitas das ansiedades, contradições e excitações no Movimento Escutista na sua concepção. É fácil rir, mas igualmente fácil é recapturar o apelo do homem visto pelos seus contemporâneos como um tipo de ‘flautista de Hamelin’ e por um como ‘Rapaz-Poltergeist’, que ‘tocou uma campainha e bateu à porta. E milhares de jovens seguiram-no para o campo.




sexta-feira, 9 de março de 2007

quarta-feira, 7 de março de 2007

Mesas








Construções de Cozinhas

Algumas ideias para o acampamento de dia 23 e 24 deste Mês.

Lei e Princípios do CNE


Lei do Escuta


1-A Honra do Escuta inspira confiança.
2-O Escuta é Leal.
3-O Escuta é útil e pratica diariamente uma boa acção.
4-O Escuta é amigo de todos e irmão de todos os outros Escutas.
5-O Escuta é delicado e respeitador.
6-O Escuta protege as plantas e os animais.
7-O Escuta é obediente.
8-O Escuta tem sempre boa disposição de espírito.
9-O Escuta é sóbrio, económico e respeitador do bem alheio.
10-O Escuta é puro nos pensamentos, nas palavras e nas acções.



Princípios do CNE


O Escuta orgulha-se da sua Fé e por ela orienta toda a sua vida.
O Escuta é filho de Portugal e bom cidadão.
O dever do Escuta começa em casa.

2ª Campanha de apoio ao CNE da Guinê Bissau




o nosso lema é servir, no próximo mês de Fevereiro e Março iremos recolher, dentro e fora do nosso Agrp, algum material de campismo, escolar e/ou de fardamento.Esta recolha destina-se a incentivar um projecto que resiste no meio de muita instabilidade económica num país africano.
Este Agrupamento da Guinê Bissau é numeroso e não dispõe de qualquer apoio.Para que o escutismo seja real e transmita ao mundo o verdadeiro sentido da amizade só depende de NÓS!!! E aí, sim tudo o que Jesus nos ensinou fará sentido!
“O Homen Novo vive a vocação do amor como um dar-se mutamente e partilhar uma mesma caminhada” O que nós aprendemos com o escutismo, é o que nós temos que ensinar aos outros!



PARTICIPA!!!
IV SECÇÃO

terça-feira, 6 de março de 2007

Robert Stephenson Smith Baden-Powell


O Fundador

Em 22 de Fevereiro de 1857 nasceu em Londres, Robert Stephenson Smith Baden-Powell, que mais tarde seria famoso como fundador do Escutismo. Sendo o quinto de sete irmãos, filho do Rev. Prof. Baden-Powell e Henriqueta Graça Smyth, Robert teve na companhia dos irmãos mais velhos uma infância muito divertida em Londres, que naquele tempo era muito diferente da grande cidade de hoje, pois ainda oferecia muita facilidade para actividades ao ar livre. Assim, desde menino, Baden-Powell aprendeu através de caminhadas e excursões a cuidar de si. Embora órfão de pai, sempre encontrou na mãe e nos seus irmãos o apoio necessário para tornar a sua infância muito feliz.
Baden-Powell fez os seus estudos em escolas públicas, onde era muito popular e querido por todos, colegas e professores. Nas férias, aproveitava para acampar com seus irmãos mais velhos. Quando terminou os estudos secundários, Baden-Powell ingressou no exército.
Como oficial, viajou muito, conhecendo grande parte do mundo. Durante as suas viagens conheceu tribos de guerreiros da África, os vaqueiros americanos e conviveu com os índios da América e do Canadá. Graças à sua competência, honestidade e exemplo como líder de homens, Baden-Powell, fez uma carreira militar brilhante.
Podemos citar como exemplo a Guerra do Transvaal em 1889, onde comandou a guarnição de Mafeking, importante entroncamento ferroviário, cuja posse era de grande valor estratégico. A cidade foi duramente atacada, durante 217 dias, pelas forças inimigas, entre os anos de 1899 e 1900. Como havia poucos soldados regulares em Mafeking, Baden-Powell treinou os cidadãos capazes de empunhar uma arma e para isso teve que organizar um grupo de jovens cadetes, os adolescentes da cidade, que desempenhavam todas as tarefas de apoio, tais como: cozinha, comunicações, primeiros socorros, etc. Graças a esses recursos, à inteligência e coragem de seu comandante, foi possível a cidade resistir a forças muito superiores, até que chegassem reforços.
A maneira como os jovens desempenharam suas tarefas, os seus exemplos de dedicação, lealdade, coragem e responsabilidade, causaram grande impressão em Baden-Powell e, anos mais tarde, aquele acontecimento teve grande influência na criação do Escutismo.
Graças aos seus feitos na vida militar, Baden-Powell tornou-se um herói no seu país. Durante uma viagem a Inglaterra, Baden-Powell viu alguns rapazes criarem brincadeiras através de um livro, que ele havia escrito para batedores do exército e que continha explicações sobre como acampar e sobreviver em regiões selvagens. Então, conversando com os amigos, ele entusiasmou-se e resolveu realizar, em 1907, na ilha de Brownsea, um acampamento com vinte rapazes dos 12 aos 16 anos, onde transmitiu conhecimentos técnicos tais como: primeiros socorros, observação, técnicas de segurança para a vida na cidade e na floresta, etc.
Devido aos bons resultados deste acampamento, Baden-Powell começou a escrever o livro "Escutismo para Rapazes" que, inicialmente, foi publicado em fascículos e vendido nas bancas de jornais, durante o ano de 1908. Os jovens ingleses entusiasmaram-se tanto com o livro que Baden-Powell organizou e fundou o Movimento Escutista.
Rapidamente o Escutismo alastrou-se por vários países do mundo. Em Portugal o Escutismo deu os primeiros passos ainda no território de Macau em 1911, tendo os seus impulsionadores regressado ao nosso país e fundado, em 1913, a Associação dos Escoteiros de Portugal. O Corpo Nacional de Escutas, Escutismo Católico Português, veio a ser fundado 10 anos mais tarde, em 27 de Maio de 1923, na cidade de Braga.
O Escutismo, nascido na Inglaterra, não respeitou fronteiras, alastrando-se por outros países, e, já em 1920, em Londres, reuniram-se num grande acampamento Escuteiros de várias nacionalidades. Foi neste primeiro acampamento mundial, denominado Jamboree, que 20.000 jovens aclamaram Baden-Powell como Chefe Mundial. Desde então, o crescimento do Escutismo foi grande e nem as duas guerras mundiais conseguiram enfraquecê-lo.
Depois de vários anos de dedicação ao Escutismo, viajando pelo mundo e fundando Associações Escutistas em vários países, Baden-Powell sentiu as suas forças escassearem. Retirou-se então para uma propriedade que possuía próximo da cidade de Nairobi, no Quénia. Ali, na companhia da esposa, dividiu o tempo entre pintura, a numerosa correspondência e as visitas de amigos. Faleceu na madrugada de 8 de Janeiro de 1941 enquanto dormia, deixando para nós, Escuteiros do mundo, não só uma enorme exemplo humano mas também uma
Última Mensagem.

Patrono S. Paulo


Patrono S. Paulo


Paulo de Tarso, o "apóstolo dos gentios" nasceu na cidade de Tarso, entre os anos 15 e 5 a.C. De acordo com os costumes da sua época, tinha como nomes; Saulo para o mundo judeu e Paulo para o mundo Romano, nome que definitivamente adoptaria quando se converteu ao Cristianismo.
Desde jovem tinha sentido a necessidade de se dedicar ao serviço de Deus e por isso se dirigiu a Jerusalém para estudar a religião com os melhores mestres do seu tempo. O interesse pelas coisas de Deus fê-lo esquecer-se da busca de uma esposa.
Os judeus encarregaram-no da difícil tarefa de eliminar das suas comunidades a doutrina cristã. Paulo dirigiu então a repressão contra os seguidores de Cristo, fazendo-o de uma forma muito dura.
Até esse momento Paulo sentia-se bem e dava graças a Deus porque o havia feito um crente responsável e consequente com os seus princípios. Mas cedo descobriu que os seus méritos e seus serviços não eram o que contavam para Deus; a sua fé não era mais do que um fanatismo humano e a sua segurança de crente, um orgulho dissimulado. Paulo viu-se a si mesmo um pecador, violento e rebelde mas ao mesmo tempo comperrrendeu que Deus acolhe, entende, perdoa.
Desta maneira, Paulo descobriu um novo caminho baseado em Cristo, transformando-se num instrumento de propagação da igreja. Foi um grande proclamador da palavra de Cristo, trabalho que realizou visitando inumeras cidades e comunidades, convertendo-se num animador constante das mesmas, através das suas epístolas.
Paulo foi um homem sólido, intransigente e impetuoso, e ao mesmo tempo, um irmão, um amigo para os seus companheiros.
Foi um gigante, um homem fora de série, e ao mesmo tempo, um homem como nós, que duvida, vacila, busca, sofre, se encoleriza, protesta contra a doença, contra a injustiça, contra a incompreensão. Um resistente, um homem de acção, mas também um homem de reflexão.
Um atleta que se esforça por ganhar a corrida, custe o que custar, e que nos quer arrastar a nós atrás dele. Um homem de fogo, entusiasta, devorado por uma imensa paixão.
É por todas estas razões e não só pelas suas qualidades de santo, ou de seguidor de Cristo, que o consideramos o nosso modelo de Fé.
Paulo foi pioneiro em ideias como a divulgação da mensagem a todo o mundo e não só ao povo eleito. Além disso foi um caminhante inesgotável, que assumiu pessoalmente a tarefa que propôs aos seus irmãos de comunidade.
Num momento da sua vida viu-se confrontado com dois caminhos: o terreno - que lhe pedia que servisse Roma, perseguindo os cristãos - e o espiritual - que lhe oferecia um caminho cheio de obstáculos e dissabores, mas que lhe dava a oportunidade de fazer uma descoberta do seu próprio interior.
Este último, por sua vez, levá-lo-ía à grande experiência de partilhar com diversas comunidades o encontro com a Fé. A sua virtude foi que, a partir da Fé, foi capaz de denunciar e de actuar, isto é, não se ficou pelo discurso, mas foi um exemplo de compromisso e testemunho com a verdade que pregava.
Para os grupos cristãos a figura de S.Paulo adquire uma dimensão e um significado especial pelo seu testemunho de fé. A sua grande força provinha da sua fé num Criador, mas também em si mesmo, na sua própria capacidade de realizar uma missão nesta terra. Com humildade, mas com firmeza, defendeu os seus ideais e tomou o caminho dos homens livres que são capazes de entregar a sua vida ao serviço dos outros.
São Paulo foi o escolhido para ser o patrono da IV secção por a sua vida ser um excelente exemplo de "caminho". Facilmente se encontram na sua caminhada de anúncio da boa nova as características do caminheiro ideal. Por ter cedo aprendido uma profissão, a de tecelão de tendas, por querer sair de casa para estudar e ser um fiel seguidor da religião em que acreditava...pela grande encruzilhada da sua vida a caminho de Damasco após a qual, iluminado pelo Espírito Santo, escolheu seguir Cristo e anunciar a Boa Nova. Paulo foi um caminhante inesgotável que assumiu pessoalmente o projecto ao qual se propôs perante os seus irmãos cristãos. A sua grande virtude foi a de anunciar e ao mesmo tempo actuar, o que quer dizer que ele não se deixou ficar pelas palavras, mas foi um exemplo de compromisso e testemunho das palavras que pregava.


Mística da IV Secção

"Homens, sede Homens"Paulo VI

Ideal do Caminheirismo
A mística dos caminheiros baseia-se no seu ideal que são o “Homem Novo” e o projecto das “Bem-aventuranças”;
É inspirado neste projecto das “Bem-aventuranças” que se traduz a proposta de valores do “Homem Novo”.
O Homem Novo respeita a vida em todas as suas formas e manifestações.
O Homem Novo respeita e cuida do seu corpo.
O Homem Novo vive a vocação do amor como um dar-se mutuamente e partilhar uma mesma caminhada.
O Homem Novo filho de um mesmo pai, Deus, e assim todos os Homens são seus irmãos.
O Homem Novo sabe que os Homens se salvam em comunhão: a fraternidade, a solidariedade e a partilha são os caminhos da salvação.
O Homem Novo participa no desenvolvimento do mundo, na construção da Justiça e da Paz.
O Homem Novo coloca-se ao lado dos pobres, dos desprotegidos, dos marginalizados, das vítimas da violência e da injustiça.
O Homem Novo é livre e responsável, arriscando esses valores na busca de novos caminhos e soluções de futuro.
O Homem Novo está atento às conquistas da ciência e da técnica, vendo nelas apenas instrumentos que têm de dominar e utilizar com discernimento.
O Homem Novo vive o despojamento como exigência de liberdade e como um testemunho de caridade.
O Homem Novo prefere a liberdade de criar do que a escravidão de consumir.
O Homem Novo vive a vida como uma constante opção norteada da sua fé.
O Homem Novo é enfim, um Homem comprometido com estes valores, empenhando-os na sua vivência e em todos os momentos da sua vida.

Simbologia

“O Caminheirismo é uma Fraternidade do Ar Livre e do Serviço”.Baden-Powell
Dimensões do Caminheirismo
Caminho
Comunidade
Serviço
Partida
Caminho
O Caminho evoca o ritual da viagem...
No Caminheirismo, o jovem é desafiado a escolher um itinerário de descoberta e de acção, que o leve a tornar-se artesão de um mundo novo.
Comunidade
Durante a Caminhada, o jovem é interpelado a avançar lado a lado com o outro...
É o apelo das Bem-aventuranças que dá sentido a essa Caminhada, que se torna assim experiência de comunidade, de partilha, de amor e de construção da Paz.
Serviço
A verdadeira descoberta só é possível no serviço...
Segundo o apelo das Bem-aventuranças, essa comunidade não pode ser virada sobre si mesma.
A dinâmica da Caminhada é de descoberta, vivida numa relação de amor fraterno.
Símbolos
As dimensões atrás referidas são marcadas por sinais de elevada carga simbólica: a vara bifurcada, o fogo, a mochila.
Do conteúdo da mochila fazem parte: a tenda, o pão e o evangelho.
Vara Bifurcada
Símbolo da necessidade de fazer ou renovar as suas opções, sinal de que o Caminheiro se compromete a aderir ao projecto das Bem-aventuranças.
Mochila
Onde transporta apenas o essencial para a jornada.
Simboliza o seu desprendimento e a sua determinação de ir sempre mais além.
Tenda
Sinal da mobilidade e da sua rapidez de se pôr em marcha.
Na Bíblia a tenda é um sinal da presença de Deus no meio do seu povo.
Pão
Transportado na mochila, alimenta o corpo, dado em partilha e comunhão.
Evangelho
O pão do Espírito, anúncio da Boa Nova de Cristo.
Fogo
Sinal da descida do Espírito Santo.
É o fogo que ilumina e aquece o peregrino durante a sua caminhada.
Partida
Exprime simbolicamente que o acto de caminhar é em si mesmo mais importante do que o facto de chegar.
O jovem não “chega” ao fim da sua caminhada, mas “parte”.
O fim de uma etapa significa sempre o início de outra...

Organização da IV Secção

os elementos são denomidados Caminheiros;
os Caminheiros estão divididos em Equipas de 5 a 8 elementos;
denomina-se Clã a Unidade formada pelas Equipas de Caminheiros;
cada Clã tem de duas a cinco Equipas;
cada Equipa escolhe para Patrono um Santo da Igreja, Benemérito da Humanidade ou Herói Nacional, cuja vida os Caminheiros devem conhecer e tomar como modelo de acção;
o patrono da IV Secção é São Paulo;
a cor representativa desta secção é o Vermelho.