segunda-feira, 29 de setembro de 2008
José Félix Henriques Nogueira
Henriques Nogueira uma das figuras que mais influenciou o pensamento dos republicanos e dos socialistas portugueses: José Félix Henriques Nogueira.
nasceu em Torres Vedras a 15 de Janeiro de 1825 e faleceu em Lisboa a 23 de Janeiro de 1858, vítima de tuberculose.
Filho de Félix Henriques Nogueira e de Maria do Espírito Santo Henriques Nogueira, foi um autodidacta, estudioso e publicista que marcou os alicerces do pensamento republicano, porque foi dos primeiros a afirmar publicamente as suas crenças democráticas e republicanas.
Henriques Nogueira era adepto do associativismo do cooperativismo e grande defensor do municipalismo como a principal forma de descentralização.
Um dos livros mais importantes foi: Estudos sobre a Reforma em Portugal, Typ. Social, Lisboa, 1851. consultar Aqui
Pesquisa efectuada por Pedro Carrega
terça-feira, 16 de setembro de 2008
João Vaz Corte Real o Algarvio que descobriu a América.
João Vaz Corte Real era um navegador de Tavira do século XV ligado ao descobrimento da Terra Nova, cerca do ano de 1472. Para além desta expedição, Corte Real organizou ainda outras viagens que o terão levado até à costa da América do Norte, explorando desde as margens do Rio Hudson e São Lourenço até ao Canadá e Península do Labrador.
Em 1474 foi nomeado capitão - donatário de Angra e a partir de 1483, também da ilha de S. Jorge. Os seus três filhos, todos navegadores audaciosos, Gaspar Corte Real, Miguel Corte Real e Vasco Anes Corte Real, continuaram o espírito de aventura de seu pai tendo os dois primeiros desaparecido depois de expedições marítimas, em 1501 e 1502 respectivamente. Vasco Anes quis ir em busca de seus irmãos mas o Rei não lhe concedeu autorização, tendo sucedido a seu pai como Capitão-Donatário.
Hoje aceita-se que, João Vaz Corte Real possa ser considerado como o primeiro europeu que chegou à costa Americana, pelo menos, mais de 20 anos antes de Cristóvão Colombo .
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
José Régio.
José Régio, pseudónimo de José Maria dos Reis Pereira (1901-1969) nasceu em Vila do Conde, licenciando-se em Letras na Universidade de Coimbra. Foi professor do ensino secundário em Portalegre, cidade do norte alentejano Português, aliando o trabalho pedagógico à criação literária.
Olhámo-nos um dia,
E cada um de nós sonhou que achara
O par que a alma e a cara lhe pedia.
- E cada um de nós sonhou que o achara...
E entre nós dois
Se deu, depois, o caso da maçã e da serpente,
... Se deu, e se dará continuamente:
Na palma da tua mão,
Me ofertaste, e eu mordi, o fruto do pecado.
- Meu nome é Adão...
E em que furor sagrado
Os nossos corpos nus e desejosos
Como serpentes brancas se enroscaram,
Tentando ser um só!
Ó beijos angustiados e raivosos
Que as nossas pobres bocas se atiraram
Sobre um leito de terra, cinza e pó!
Ó abraços que os braços apertaram,
Dedos que se misturaram!
Ó ânsia que sofreste, ó ânsia que sofri,
Sede que nada mata, ânsia sem fim!
- Tu de entrar em mim,
Eu de entrar em ti.
Assim toda te deste,
E assim todo me dei:
Sobre o teu longo corpo agonizante,
Meu inferno celeste,
Cem vezes morri, prostrado...
Cem vezes ressuscitei
Para uma dor mais vibrante
E um prazer mais torturado.
E enquanto as nossas bocas se esmagavam,
E as doces curvas do teu corpo se ajustavam
Às linhas fortes do meu,
Os nossos olhos muito perto, imensos,
No desespero desse abraço mudo,
Confessaram-se tudo!
... Enquanto nós pairávamos, suspensos
Entre a terra e o céu.
Assim as almas se entregaram,
Como os corpos se tinham entregado,
Assim duas metades se amoldaram
Ante as barbas, que tremeram,
Do velho Pai desprezado!
E assim Eva e Adão se conheceram:
Tu conheceste a força dos meus pulsos,
A miséria do meu ser,
Os recantos da minha humanidade,
A grandeza do meu amor cruel,
Os veios de oiro que o meu barro trouxe...
Eu, os teus nervos convulsos,
O teu poder,
A tua fragilidade
Os sinais da tua pele,
O gosto do teu sangue doce...
Depois...
Depois o quê, amor? Depois, mais nada,
- Que Jeová não sabe perdoar!
O Arcanjo entre nós dois abrira a longa espada...
Continuamos a ser dois,
E nunca nos pudemos penetrar!