terça-feira, 4 de novembro de 2008

D.Francisco Gomes Avelar - 2 parte.

O Bispo D. Francisco Gomes de Avelar mandou o arquitecto Italiano Francisco Xavier Fabri construir um portal monumental, colocando como figura principal uma imagem em mármore de S.Tomás de Aquino.
Foi inaugurado em 1812 tendo como significado a sacralização da Vila-Adentro e a dignificação da antiga Praça da Rainha.
É um dos mais representativos exemplares do neo-classicismo no Algarve


De uma austeridade que só encontrava rival na bondade que punha em todos os seus actos, D. Francisco Gomes aumentou, com enérgicas medidas, os rendimentos da mitra criou, além de algumas aulas públicas, pode dizer-se que o próprio Seminário da Diocese do Algarve, fazendo construir quase todo o edifício que ainda hoje lhe pertence, de que foi espoliada em 1910, mas a que voltou em 1940.
Após a expulsão dos franceses do Algarve em 1808, o grande Bispo, que nesse movimento teve, com o seu conselho, a sua energia e o seu prestigio, um papel de grande realce, foi feito

presidente da Junta provisional então instituída e, tempo depois, vice-presidente do conselho de regência que então se estabeleceu e encarregado do governo das Armas da Província. Também nestas funções marcou notável posição, difundindo e proclamações, fazendo abrir estradas, construir e reparar fortalezas, numa palavra correspondendo com elevado critério a todas as necessidades do seu inesperado cargo, não com espírito de vingança ou de perseguição ao inimigo, que lho não consentia sua piedade, mas com um firme propósito de intransigente defesa do que constituía o seu rebanho.

Pio VII em 1816, a pedido do Governo, que assim lhe quis premiar os serviços prestados à Nação, concedeu-lhe o título pessoal de Arcebispo.
A morte de D. Francisco Gomes, ocorrida em Faro pouco depois causou enorme consternação e revestida de circunstâncias que impressionaram vivamente o espírito popular. Para ela o Prelado convictamente se preparou durante as horas que a antecederam e, tido por muitos como santo, seja lhos atribuíram em vida, continuaram a atribuir-lhe depois de morto autênticos milagres, Anos depois da sua exumação no carneiro existente na capela-mor da Sé, para nele se depositarem os restos do Bispo D.Carlos Cristóvão Genuez Pereira, falecido em 1863, o povo entrou nele de roldão e apoderou-se de tudo quanto restava do Prelado, disputando apaixonadamente o que passou a ter como verdadeiras relíquias e fazendo, afinal, com que tudo praticamente se perdesse.
A memoria de D.Francisco gomes, cujo o nome foi, muito merecidamente, dado à praça principal e à rua mais importante de Faro e cujo o centenário da morte foi condignamente comemorada na mesma em 1916, manteve-se sempre extremamente venerada em todo o Algarve, onde a ideia de lhe ser levantado um monumento por mais de uma vez foi sugerida, sem resultado de maior. Vingou finalmente devido aos esforços, pública e oficialmente reconhecidos, do A. Destes subsídios que tendo lançado a ideia da comissão municipal de iniciativa e Turismo de Faro, conseguiu que esta entidade, auxiliada desde logo pela CMF e depois de por todas as outras câmaras do distrito, fizesse construir no Largo da Sé o Ambicionado monumento, que ficou desde logo a ser um dos melhores do Algarve.

O projecto, com a figura do Prelado em corpo inteiro, foi da autoria do escultor Raul Xavier e a inauguração efectivou-se em 14-VI-1940.

Pesquisa efectuada por Pedro Carrega:

FRANCO, Mario Lyster, 1982, Algarviana Vol I A-B, Edição da Câmara Municipal de Faro, Impressão Tipografia União Faro (1982).

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