A Explosão da nau "Nuestra Señora de las Mercedes" (1804)
A 7 de Agosto de 1804 a fragata espanhola de 38 canhões Nuestra Señora de las Mercedes largava de Montevideo para Cadiz, na companhia das fragatas Clara e Fama e sob o comando Dom José de Bustamante, levando a bordo 247 tripulantes e 41 passageiros.A 5 de Outubro de 1804 amanheceram defronte da costa do Algarve, vendo-se a Serra de Monchique a sete léguas a nor-nordeste da posição dos quatros navios. Mas não foi só a serra aquilo que se viu no horizonte: também do lado de terra, avistaram a barlavento quatro navios que se dirigiam na sua direcção, navegando ao largo em boa velocidade.Eram os ingleses Indefatigable, Medusa, Amphion e Lively, sob o comando de Graham Moore. Iniciadas as hostilidades, e quase que ao primeiro tiro de canhão, eis que um pelouro cai na santa bárbara da Mercedes: o navio pulveriza-se a partir das suas águas mortas, indo imediatamente para o fundo o porão onde se alojava a carga. A flutuar permaneceu apenas parte da popa, onde se agarravam desesperadamente os 52 sobreviventes da explosão.Passada de boca em boca, a história da Mercedes foi ganhando contornos míticos, com o valor da sua hipotética carga a aumentar exponencialmente com o passar dos anos e das histórias. Embora os oficiais ingleses tenham estimado a posição da batalha com algum rigor - entre oito e dez léguas a sudoeste do Cabo de Santa. Maria, na posição 36º26’N e 7º40’O – o local do afundamento permanece ignorado até hoje. Num conhecido pesqueiro foram encontrados em Dezembro de 1996 os restos de um casco – denominado Faro A — que jazia ao longo de vinte e quatro metros, elevando-se quase dois metros acima do fundo e ostentando um número ainda não determinado de canhões de ferro – não era a Mercedes. Afinal, o mistério continua.
Sem comentários:
Enviar um comentário