sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O fim do Mais antigo Feriado civil - A RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA PORTUGUESA (1640)

Dá-se o nome de Restauração ao regresso de Portugal à sua completa independência em relação a Castela em 1640, depois de sessenta anos de regime de monarquia dualista (1580-1640) em que as coroas dos dois países couberam ambas a Filipe II, Filipe III e Filipe IV de Castela. Nos anos imediatamente anteriores a 1640 começou a intensificar-se o descontentamento em relação ao regime dualista em parte dos membros da classe aristocrática, dos eclesiásticos (principalmente os jesuítas, que exploraram nesse sentido as crenças sebastianistas – e, em geral, «encobertistas») e acaso também entre os interessados no comércio com as províncias ultramarinas do Atlântico. (…) A má administração do governo espanhol constituía uma grande causa de insatisfação dos Portugueses em relação à união com Castela. Dessa má administração provinha o agravamento dos impostos. (…) A 6-VII-1628 era expedida a carta régia que, sem o voto das Cortes (por tradição, indispensável para que se criassem novos tributos), mandava levantar, por meio de empréstimo forçado, as quantias necessárias para a defesa, durante seis anos, de todos os lugares dos nossos domínios ameaçados pelos estrangeiros. A população mostrou logo a sua má vontade. (…) A tensão agravou-se quando o clero (cujos privilégios o isentavam de tais imposições) se viu também incluído na colecta geral. (…) Também no Ultramar surgiram protestos. (…) Em 1635 era estendido a todo o reino o imposto do «real de água», bem como o aumento do das sisas. Em 1634 confiava Olivares o governo de Portugal a uma prima co-irmã de Filipe IV, a princesa Margarida, viúva de Vicêncio Gonzaga, duque de Mântua. Ao mesmo tempo (fins de 1634) Miguel de Vasconcelos era transferido do seu posto de escrivão da Fazenda para as elevadíssimas funções de secretário de Estado, em Lisboa, junto da duquesa, cargo em que teve ensejo de desagradar muito aos Portugueses não partidários de Castela. (…) Num escrito editado em 1641, sob o título Relação de tudo o que se passou na felice aclamação, declara-se que D. António de Mascarenhas «fora a Évora a amoestar aos cabeças daquela parcialidade que não desistissem do começado e que, para que a empresa tivesse bom sucesso, pedissem amparo à Casa de Bragança». Era no duque, com efeito, que se pensava para chefe da insurreição e futuro monarca de Portugal independente; mas ele não achava oportuno o momento para tão grande aventura, e tratou de dar provas públicas de que reprovava a ideia. É de notar, todavia, que aos incitamentos internos se acrescentava um exterior, provindo da França, (…) então em luta com a Espanha, [que] se empenhava em impelir Portugal e a Catalunha contra o governo de Madrid. (…) Em 1638 tomou o conde-duque uma outra resolução que descontentou a nossa gente: a pretexto de os consultar sobre uma projectada reforma da administração do nosso País, convocou a Madrid grande 


número de fidalgos, e ordenou levas de tropas para servir nas guerras que a monarquia espanhola sustentava, sangrando assim Portugal das suas maiores forças. (…) O que veio dar mais impulso à ideia da independência foram as novas exigências do conde-duque. Em Junho de 1640, com efeito, insurgia-se a Catalunha, e Olivares pensou em mandar portugueses a combater os catalães revoltados, ao mesmo tempo que se anunciavam novos impostos. (…) Aderiram à conjura o juiz do povo, os Vinte e Quatro dos mesteres e vários eclesiásticos, entre os quais o arcebispo de Lisboa, D. Rodrigo da Cunha. Deram também a sua colaboração o doutor Estêvão da Cunha, deputado do Santo Ofício, e D. António Telo. Em Outubro realizou-se uma reunião conspiratória no jardim do palácio de D. Antão de Almada, a S. Domingos, em Lisboa. Assistiram, além dele, D. Miguel de Almeida, Francisco de Melo, Jorge de Melo, Pêro de Mendonça e João Pinto Ribeiro. (…) Teve também influxo na resolução a mulher do futuro Monarca, D. Luísa de Gusmão. (…) Chegado a Lisboa a 21-XI-1640, João Pinto Ribeiro convocou os conspiradores para uma reunião num palácio que o duque tinha em Lisboa e onde ele, João Pinto, residia. Decidiu-se estudar em pormenor o plano do levantamento, amiudando-se as reuniões. Por fim, marcou-se o momento de sublevação: 9 horas da manhã de sábado, 1.º de Dezembro. Na noite de 28 para 29 surgiram complicações, por haver quem julgasse que eram poucos os conjurados; mas João Pinto Ribeiro, a quem quiseram encarregar de transmitir ao duque o intuito de se adiar, opôs-se tenazmente a tal ideia, numa discussão que se prolongou até as 3 horas da manhã. (…) O dia 1.º de Dezembro amanheceu de atmosfera clara e muito serena. Tinham-se os conjurados confessado e comungado, e alguns deles fizeram testamento. Antes das 9 horas foram convergindo para o Terreiro do Paço os fidalgos e os populares que o padre Nicolau da Maia aliciara. Soadas as nove horas, dirigiram-se os fidalgos para a escadaria e subiram por ela a toda a pressa. Um grupo especial, composto por Jorge de Melo, Estêvão da Cunha, António de Melo, padre Nicolau da Maia e alguns populares, tinha por objectivo assaltar o forte contíguo ao palácio e dominar a guarnição castelhana, apenas os que deveriam investir no paço iniciassem o seu ataque. Estes rapidamente venceram a resistência dos alabardeiros que acudiram ao perigo e D. Miguel de Almeida assomou a uma varanda de onde falou ao povo. Estava restaurada a independência…
Representa a aclamação de D. João IV no Terreiro do Paço, tendo o Tejo como fundo e os chefes da conspiração em frente do novo rei. A Restauração da Independência Nacional deu-se em 1 de Dezembro de 1640.








Mais sobre os Heróis:

http://conjuradosdarestauracao.blogspot.pt/2010/12/conjurados-da-restauracao.html 

Bibliografia: In Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Editorial Enciclopédia, Limitada, Vol. 25, Lisboa/Rio de Janeiro, 1978, pp. 317-319.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Lenda da Moura de Faro

Lenda da Moura de Faro


Esta lenda encontra-se associada à tomada de faro aos Mouros. Conta a


história de uma moura encantada, filha de um governador mouro, que se


apaixonou por um cavaleiro do exército cristão, encarregado de dirigir o


exército. Devido a isso, a moura e o pequeno irmão de oito anos que a


acompanhava, foram acusados de traição por seu pai e por isso enfeitiçados e


condenados a ficar para sempre naquele local até ao fim do mundo. Mais


pormenorizadamente, segue-se a transcrição desta lenda, contada por


Francisco Xavier d ´Ataíde Oliveira, no seu livro “ As Mouras Encantadas e os


Encantamentos do Algarve”.


“Parte das forças, que atacaram o castelo de Faro, foram colocadas no largo


atualmente chamado de S. Francisco, e estas forças eram comandadas por um brioso


oficial, robusto e formoso rapaz, solteiro. Este oficial pôde ver em certa ocasião a


formosa e gentil filha do governador mouro e dela ficou enamorado. A presença


agradável e o aspeto belicoso do nosso oficial não passaram despercebidos à moura,


e esta, em breve tempo, estava em relações amorosas com o valente oficial, por


intermédio de um seu escravo, também mouro, e que conhecia perfeitamente as


línguas portuguesa e sarracena.


Em certo dia conseguiu o oficiai que a sua namorada o recebesse em curto rendezvous


dentro do castelo, combinando-se que o mouro intermediário lhe abrisse, alta


noite, a porta, hoje da Senhora do Repouso. Antes da noite dirigiu-se o oficial a alguns


dos seus camaradas e disse-lhes:


- Espero entrar esta noite dentro do castelo pela porta do nascente. Se não voltar,


depois de pequena demora, é porque caí num laço bem urdido; e então peço-lhes que


se o castelo for tomado e lhes venha às mãos a filha do governador a poupem e a não


maltratem. Certamente ela não contribuiria para tal traição.


Prometeram-lhe os camaradas cumprir as suas ordens, depois que reconheceram a


impossibilidade de o demover da sua empresa.


Á hora marcada entrou o oficial no castelo e ai em doce colóquio se entreteve com a


dama dos seus encantos. Á hora de sair, acompanhou ela o seu querido namorado até


à porta do castelo, levando consigo um irmão, criança de oito anos.


Quando se aproximaram da porta, disse-lhes o escravo, que da parte de fora estava


muita gente, pois que mais de uma vez lhes chegavam aos ouvidos vozes abafadas. A
gentil moura estremeceu.

— Não tenhas medo: respondo pelos que estão de fora, disse o oficial á moura,

dando-lhe o beijo da despedida.

Neste momento o criado destrancou a porta, fazendo pequeno ruído. Então foi a porta

impelida de fora para dentro com muita força e um grupo de soldados cristãos, numa

vozearia de estontear, começou a gritar pelo seu oficial. A este impulso gigantesco, o

oficial recuou um passo e susteve nos braços a sua gentil moura, colocando-a sobre

os ombros e dizendo em voz alta:

— Para trás, para trás: estou aqui.

Já a este tempo soava por todo o castelo a voz de alarme. Armados até aos dentes

afluíram os defensores á porta do nascente. O oficial, segurando nos braços a moura

gentil, viu-se em iminente perigo. Avançou para fora com a moura, e, quase ao

transpor a porta, hoje conhecida pela Senhora do Repouso, notou que tinha nos

braços não uma formosa jovem, mas apenas uns farrapos, que se desfaziam à mais

pequena e leve aragem. Olhou ao lado pela criancinha e não a viu. Então teve a

profunda e tristíssima compreensão da sua desgraça. Caiu no chão sem sentidos.

Passadas horas tornou a si o oficial e viu-se deitado na sua cama sob a barraca de

campanha. Tinha ao seu lado um camarada, de quem era amigo íntimo.

— Quem me trouxe para este lugar? Perguntou.

— Não fales porque te faz mal. O físico proibiu que falasses.

— Eu estou bom, disse o oficial, erguendo-se de um salto. Quem me conduziu para

aqui?

— Eu e os nossos camaradas. Eslavas caído entre a porta do castelo.

— E a filha do governador?

O amigo nada lhe soube dizer da filha do governador. Contou-lhe que, tendo esperado

com alguns camaradas a sua saída do castelo, tinham resolvido entrar à força,

supondo que o teriam morto, e que o governador ousado acudira com suas numerosas

forças a rechaçaram a pequena força portuguesa. Nesse momento acudiram as forças

do Mestre e de D. João de Aboim e os mouros tinham sido forçados a entregar o

castelo, mediante uma avença com o Rei D. Afonso.

O oficial saiu da barraca e pediu ao amigo que o deixasse. Dirigiu-se á porta do

castelo. Ao entrar pelo Arco da Senhora do Repouso viu ao lado esquerdo a cabeça

de uma criança que se assomava por um buraco.

— O que fazes aí, menino? perguntou o oficial, conhecendo o irmão da sua namorada.

— Estamos aqui encantados: eu e minha irmã.

— Quem vos encantou?

— O nosso pai. Soube por uma espia que levavas nos braços a minha irmã

acompanhada por mim, e, invocando Allah, encantou-nos aqui, no momento em que

transpunhas a porta. Por atraiçoarmos a santa causa do nosso Allah aqui ficaremos

encantados.

— Por muito tempo?
— Enquanto o mundo for mundo.


O oficial, um valente, não pôde suster as lágrimas. Quis ainda perguntar á criança pela


irmã, mas a criança desaparecera.


Nunca mais ninguém viu o oficial rir. Terminado o cerco, pediu licença ao Rei e


recolheu-se a um convento, onde professou, adotando outro nome.”


(Francisco Xavier d´Ataíde Oliveira, As Mouras Encantadas e os Encantamentos no


Algarve, Loulé, 1996, pp. 148-150)
 
Retirado de: DEPARTAMENTO DE CULTURA

DIVISÃO DE MUSEUS, ARQUEOLOGIA E RESTAURO

Mitos, Crenças e Superstições no Concelho de Faro

Fernanda Zacarias (2011)

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Sporting Clube Farense - Olympiacos

Este blog têm como objetivo partilhar cultura e temas que acho relevantes, sendo assim e tendo uma grande paixão pela minha cidade e pelo meu clube de sempre e para sempre, deixo aqui um convite a todos os que queiram ver o grande Farense no inicio de mais uma época desportiva rumo ao patamar principal do futebol nacional.
TERÇA 24 DE JULHO-20H-ESTÁDIO DE SÃO LUIS-FARO

terça-feira, 15 de maio de 2012

Al Capone

Um dos mais conhecidos gangsters da era da Lei Seca nos Estados Unidos, Alphonsus Capone nasceu no Brooklyn, NY em 1899 e cresceu num bairro violento, tendo participado de duas gangs ainda quando criança.


Apesar de ser um aluno promissor, largou a escola aos 14 anos e começou a fazer diversos bicos, trabalhando até em uma loja de doces. Ao entrar para a gang "Five Points" de Manhattan, foi trabalhar em um hotel, o Harvad Inn, onde ganhou as cicatrizae que iriam marcar seu rosto e sua reputação para o resto de sua vida; "Scarface" é seu apelido. Al Capone cresce então, na hierarquia da gang, se sobressaindo por sua combinação única de força física e inteligência.


Depois de deixar um membro de uma gangue rival internado, Capone é mandado para Chicago, onde deveria ficar até a poeira baixar. Logo ao chegar a cidade, vai trabalhar para o mentor de seu ex-chefe, John Torrio. Torrio viu o potencial de Capone e incentivou-o, acolhendo-o como seu protegido. Logo Capone se tornaria o braço direito de Torrio e passaria a sócio dos empreendimentos da organização.

Após ser baleado por um membro de gangue rival, Torrio deixa os negócios e Capone assume como poderoso chefão do momento. Sobre seu comando, de 1925 a 1930, a organização se expande, e ele passa a controlar bordéis, casas de apostas, cassinos, destilarias, centros de vendas de bebidas, chegando a faturar 100 milhões de dólares ao ano.


Capone perpetrou centenas de crimes, geralmente criando os planos que seus subalternos levariam a cabo mas as vezes pegando ele mesmo em armas. Um dos crimes mais conhecidos é o Massacre do Dia dos Namorados (Valentine's Day - 14/02/1929), quando 7 membros de uma gangue rival foram mortos pelos homens de Capone. Ele havia planejado o crime, mas estava na Flórida, por tanto pode se eximir de culpa.

Apesar de todas matanças, Capone tratava as pessoas de um modo justo, igualitário. Era irascível, mas generoso. Com o crash da bolsa em 29 e o desemprego em massa, Capone foi o primeiro a criar as sopas comunitárias e ordenou aos lojistas que fornecessem roupas e comidas aos necessitados e cobrassem dele.


Capone estendeu sua rede por toda Chicago, tinha escritórios em hoteis da Michigan Avenue, e também na 22nd Street em Cicero. Em 1931 Capone foi julgado e condenado a 11 anos de prisão por sonegação de impostos, foi para prisão em maio de 1932. Durante o tempo em que ficou preso, sinais de demência apareceram em decorrência da sífilis. Após ser solto em 1947, uma série de derrames e infartos o enfraquecem e ele falece em 1947 devido paragem cardíaca.


Hoje em dia temos vários filmes que relatam a vida dele, é uma questão de googlar...
 
texto retirado algures do mundo virtual.

terça-feira, 24 de abril de 2012

O discurso do senhor Presidente da República em 2011

Aqui Fica o discurso do Senhor Presidente de República no ano passado, durante as comemorações do 37 anoversário da Revolução dos cravos.

Será que existe novidades???? Veremos!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Moody´s desde 1909 a falhar.

A Moody´s foi fundada em 1909 por John Moody. Emprega actualmente mais de 4000 profissionais e tem escritórios localizados em 27 países. Em 2009, os lucros da Moddy´s atingiram 1.8 biliões de dólares.



Moddy´s é uma agência norte-americana de notação financeira que faz avaliações sobre países, bancos, empresas, entre outras instituições, e atribui notas de risco sobre a capacidade destas pagarem as respectivas dívidas.


As avaliações das finanças públicas feitas pelas agências de notação/rating como a Moody´s,. Estas agencias têm um forte impacto na bolsa e condicionam os financiamentos e investimentos de um determinado país ou empresa.


Na minha opinião a moody´s deve levar cartão vermelho direto, vejamos então o que a história diz: Moody´s não viu chegar a grande crise de 1929, em 1931 fez com que a moeda Grega ruísse e o povo Grego tenha sido arrastado para uma ditadura, mais recentemente a Moody´s deu grande viabilidade a Lehman Brothers umas semanas antes de falir, bem como não previu as falências dos bancos Islandesese a quase bancarrota deste país e é bom lembrar que a a Islândia era um exemplo.

NOTA: Existem muitos mais casos de falhanço... ou então não!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Ditadura do Caribe!

Wilmar Villar, 31 anos é mais uma das últimas vítimas do governo cubano.



Morreu num hospital de Santiago de Cuba, depois de 50 dias de greve de fome, mais um preso político que morre por se opor a um ditadura, quando é que isto vai acabar?


Só mesmo um governo justo e sério deixa morrer um opositor desta forma!!!