O encontro, de uma semana, acontece a cada três anos e nesta ocasião reúne um número de participantes nunca visto, 28.000 pessoas de mais de 180 países, segundo os organizadores.
O fórum analisará os problemas da escassez de água, o risco de conflito entre países pelo poder dos domínios hídricos.
"Nosso comportamento é cada vez mais irreflectido e inconsequente", denunciou na abertura o francês Loïc Fauchon, presidente do Conselho Mundial da Água, que convoca o encontro.
"Aumentar indefinidamente a oferta de água é caro, muito mais caro hoje, em um contexto de evolução do clima e crise financeira. Aumentar a oferta coloca em perigo o meio natural", explicou.
"Somos responsáveis pelas agressões cometidas contra a água, responsáveis pela evolução do clima, que vem se somar às mudanças globais, responsáveis das tensões que reduzem a disponibilidade das massas de água doce, indispensáveis para a sobrevivência da humanidade", completou.
A previsão é de que a população mundial, actualmente superior a 6,5 biliões de pessoas, pode chegar a nove biliões até meados do século, o que aumentará consideravelmente a demanda de recursos hídricos, a 64 biliões de metros cúbicos por ano, segundo a ONU.
Segundo a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE), o número de pessoas com graves problemas para conseguir água chegará a 3,9 biliões em 2030, ou seja, metade da população do mundo. A maioria vive na China e sul da Ásia.
As contas da OCDE não incluem o impacto da mudança climática, que pode já estar afectando as coordenadas da água, mudando o lugar e o momento das chuvas.
Quase 2,5 biliões de pessoas não têm acesso a saneamento básico, o que contraria as Metas de Desenvolvimento do Milénio da ONU.
Os cientistas acreditam que as causas da crise são a irrigação excessiva, as falhas no fornecimento urbano, a contaminação dos rios e a extracção desenfreada de qualquer fonte.
O Fórum da Água, que terminará no próximo domingo, começa com uma reunião com um pequeno número de chefes de Estado e de Governo convidados pela Turquia.
Também acontece uma reunião ministerial para elaborar projectos de melhor gestão da água e para a resolução de conflitos motivados pelos recursos hídricos.
Além da dimensão política, a conferência também tem a participação de empresas que actuam na indústria da água.
"Temos que nos organizar para usar a água de modo sustentável. Precisamos de sistemas para administrar a água", afirmou Mark Smith, do grupo ecológico União Internacional para a Conservação da Natureza .
2009 AFP
2 comentários:
zoftozerg9981
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