segunda-feira, 19 de março de 2007

História do Concelho de Faro



A área lagunar da Ria Formosa atraiu a presença humana desde o Paleolítico até ao final da Pré-História. Nesse espaço, surge uma cidade: Ossonoba, centro urbano importante durante o período de ocupação romana que, de acordo com os estudiosos, foi a origem da actual cidade de Faro.Sede de bispado a partir do séc. III e durante o período visigótico, Ossonoba mantém com o domínio árabe, iniciado no séc. VIII, a sua posição de mais importante localidade do extremo sudoeste da península.Capital de um efémero principado independente no séc. IX, a cidade é fortificada com uma cintura de muralhas e o nome de Ossonoba começa a ser substituído pelo de Santa Maria, a que mais tarde se junta a designação de Hárune, que deu origem a Faro. Depois de um período atribulado provocado pela instabilidade político-militar islâmica, Faro é integrada, em 1249, no território português, completando o ciclo de reconquista cristã do espaço geográfico que é hoje Portugal.Nos séculos seguintes, Faro torna-se uma cidade próspera devido à sua posição geográfica, ao porto seguro e à exploração e comércio de sal e de produtos agrícolas do interior algarvio, incrementados com os Descobrimentos. Tem, nesse período, uma importante e activa colónia judaica que no final do séc. XV imprime localmente o primeiro livro português.Reconhecendo o crescimento da cidade, o rei D. Manuel promove, em 1499, uma profunda alteração urbanística com a criação de novos equipamentos - um hospital, a Igreja do Espírito Santo (mais tarde reconstruída e administrada pela Misericórdia), a alfândega, um açougue, etc. - fora das alcaçarias e junto ao litoral.Em 1540, Faro é elevada a cidade e, em 1577, a sede do bispado do Algarve é transferida de Silves. O saque e o incêndio, em 1596, pelas tropas inglesas do conde de Essex, danificaram muralhas e igrejas, empobreceram a cidade.Os séculos XVII e XVIII são um período de expansão para Faro, cercada por uma nova cintura de muralhas, durante o período da Guerra da Restauração (1640/1668), que abrangia a área edificada e terrenos de cultura, num vasto semicírculo frente à ria.Até finais do séc. XIX, a cidade mantém-se dentro desses limites. O seu crescimento gradual sofre um maior ímpeto nas últimas décadas.

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