Mapa de estratégia e baterias de Faro (Foto tirada do Livro A linha Fortificada que, durante a Guerra Civil, defendeu a Cidade de Faro do Cerco Miguelista)
O Cerco de Faro
Os ataques Miguelistas em Albufeira e Lagos iniciaram-se em Julho de 1933 em Faro foram mais tarde um ano.
Como informava a «Crónica Constitucional de Lisboa» de 1 de Outubro de 1833, por um oficio do 1º Barão de FARO, Diocleciano Leão de Brito Cabreira, encarregado do Governo das Armas do Algarve, sabia-se terem 300 guerrilheiros miguelistas atacado a cidade, sem consequência pois foram repelidos.
Várias são as fontes informativas a apontar como mais importantes as investidas desencadeadas, pelas tropas de D. Miguel, contra a cidade de Faro, e a sua linha fortificada, nos dias 23 e 27 de Fevereiro e no dia 5 de Maio de 1834, graças às precauções tomadas, e aos trabalhos defensivos levados, os atacantes tiveram de retirar.
Em Faro os Miguelistas foram detidos e nunca colocaram em perigo as suas defesas.
No arquivo histórico de Militar, no processo individual de João Pedro Soares Luna, encontra-se uma referencia ao decreto régio de 15 e à portaria de 18 de Dezembro pelos quais D. Maria II fez mercê a este oficial da comenda honorária da ordem militar de São Bento de Avis pela sua opção como governador Militar de Faro onde procedeu à fortificação e armamento da Praça e à defesa da cidade, em especial, no ataque de 5 de Maio de 1834.
Memória explicativa do responsável das Fortificações da defesa de Faro (transcrição)
…”Havendo uma linha abaluartada, antiquíssima da qual hoje só existem restos de muralha, como se vê na planta, desde o lugar do castelo ate à esperança, foi em parte aproveitada, como a bateria da rainha, pé da cruz, bateria das Alcasarias, e bateria Napier, feitas agora nestes dias. Porem como o resto se acha de todo arruinado, o que indica a linha ponteada, foi necessária sair para fora com a nossa linha, alongando-a mais, como se conhecerá da planta, pelo expaldão, Flexas baterias do duque e da duquesa de Bragança, do barão de Faro, da constituição e da sola, tendo toda a linha de extensão 1.136 braças em torno, e guarnecida já hoje com 19 peças de diversos calibres, e 3 morteiros, como se verá nos perfis que mostram particularmente, em cada uma das obras, a sua construção e dimensões.
Todas as baterias cruzam os seus fogos, e se flanqueiam a, e batem, todo o terreno intermédio, e que possa ser acessível ao inimigo.
A estrada de Loulé fica enfiada pela bateria do Barão de Faro e as estradas da Saúde, e do Alto da Forca e terrenos adjacentes, são batidos pelas baterias do duque e da duquesa de Bragança. A bateria de Napier e a Flexa, que se fiz construir comunicarão por um fosso, marcado em linha amarela assim como o outro, que fiz desde o X ate à bateria do barão de faro, aproveitando o forte valado que ali havia, para o parapeito, por ser aquele lado esquerdo da linha, o mais fraco. Todas as estradas para a cidade se acham defendidas com três trincheiras, e cortaduras da parte de dentro das ruas como mostra a planta, feitas do modo possível, e com o menos incomodo ao povo.”…
Em no tom de curiosidade a fazenda nacional teve uma despesa total de 1.660$427 nesta linha Fortificada.
Esta nota explicativa é datada de Faro,
24 de Fevereiro de 1834 e assinada pelo
Coronel Engenheiro António Bernardino Pereira de Lago
Bibliografia:
CALLIXTO, Carlos Pereira
1990, A linha Fortificada que, durante a Guerra Civil, defendeu a Cidade de Faro do Cerco Miguelista, Tipografia União – Folha do Domingo Lda, Faro
Pesquisa Bibliográfica e rectificação
Pedro Carrega