segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

"Natal" por Miguel Torga

Natal
 Ninguém o viu nascer.
Mas todos acreditam
Que nasceu.
É um menino e é Deus.
Na Páscoa vai morrer, já homem,
Porque entretanto cresceu
E recebeu
A missão singular
De carregar a cruz da nossa redenção.
Agora, nos cueiros da imaginação,
Sorri apenas
A quem vem,
Enquanto a Mãe,
Também
Imaginada,
Com ele ao colo,
Se enternece
E enternece
Os corações,
Cúmplice do milagre, que acontece
Todos os anos e em todas as nações.

Miguel Torga

domingo, 21 de novembro de 2010

Papa admite uso do preservativo em casos específicos.

Bento XVI admite o uso do preservativo "em certos casos", "para reduzir os riscos de contaminação" do vírus da sida. Ainda assim, Bento XVI sublinha que este não é o caminho para vencer e combater a doença, que só pode ser travada através da humanização da sexualidade.

A declaração do Santo Padre surge publicada num livro do jornalista alemão Peter Seewald, que reúne várias entrevistas do Papa. A edição de hoje do "L'Osservatore Romano" avança com um resumo do conteúdo do livro, que inclui a referência de Bento XVI a esta questão.
 
http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=95&did=129671

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Primórdios do Farense


Com o desaparecimento em 1908 do Liceu Nacional de Faro do Largo da Sé (actual Passo Episcopal) os jogos de futebol assentaram arraiais no primitivo largo de São Francisco e pouco tempo depois, já com a Republica instalada no país, a Comissão administrativa da Câmara de Faro, aperfeiçoou a área do campo de futebol, incluindo a aluguer de cadeiras, numa parte do recinto em dias de jogo. Mais tarde houve jogos com a instalação de toldos fornecidos pelo Regimento de Infantaria 4, ali instalado, (Actualmente a escola hoteleira)
Os rapazes com idades entre os treze e dezassete anos que jogavam à bola no terreno do Castelo, eram conhecidos como o “Team” do Gralho e convivendo com os marinheiros e militares em jogos no Largo de São Francisco, por volta de 1909, João Gralho e os seus companheiros, decidiram constituir um clube de futebol, que designaram primeiramente por FARO FUTEBOL e logo a seguir alteraram para SPORTING DE FARO, talvez pelos seus componentes na sua grande maioria, simpatizarem com o Sporting Clube Portugal.

Por decisão unânime, nomearam João de Jesus Gralho, Capitão Geral, a exemplo dos clubes Lisboetas ou seja, principal responsável para recrutar seleccionar, treinar e dispor em campo os futebolistas desempenhando todos os cargos incluindo a responsabilidade da organização dos jogos no Largo de São Francisco e nas deslocações quando fosse necessário, como a compra dos equipamentos, angariação de sócios e recebimento de quotas.

João Gralho foi fundamental na fundação do Sporting Clube Farense, reunindo um grupo de entusiastas que comungavam os mesmos ideais e, a 1 de Abril de 1910, concretizaram o sonho que há muito os animava.

Acompanharam-no como fundadores, António Marcos, José Guerrilha, Manuel de Sousa, João Rodrigues, Francisco Albino, João Gregório, Manuel Tavares da Cruz, José dos Santos Nugas, José da encarnação, José Joaquim Aleixo, Joaquim Bento, José Domingues, Francisco Pedro Lima, José Vilaça Guedes, os irmãos Florindo, Francisco Tavares Bello, e os irmão Moleiro, foram alguns dos impulsionadores do projecto, dos quais é justo destacar Miguel Cruz, não só como colaborador do Capitão Geral, foi também jogador e mais tarde, campeão regional de Box  e jornalista, contribuindo para o engrandecimento do desporto em Faro.

Bibliografia:
BISPO, Raminhos
2008, "50 anos de História do Futebol em Faro 1900 1950" , Tipografia Tavirense, Tavira
Pesquisa Bibliográfica e rectificação
Pedro Carrega
CONTINUA COM MAIS EXCERTOS, EM BREVE.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O Cerco de Faro


Mapa de estratégia e baterias de Faro (Foto tirada do Livro A linha Fortificada que, durante a Guerra Civil, defendeu a Cidade de Faro do Cerco Miguelista)

O Cerco de Faro
Os ataques Miguelistas em Albufeira e Lagos iniciaram-se em Julho de 1933 em Faro foram mais tarde um ano.
Como informava a «Crónica Constitucional de Lisboa» de 1 de Outubro de 1833, por um oficio do 1º Barão de FARO, Diocleciano Leão de Brito Cabreira, encarregado do Governo das Armas do Algarve, sabia-se terem 300 guerrilheiros miguelistas atacado a cidade, sem consequência pois foram repelidos.
Várias são as fontes informativas a apontar como mais importantes as investidas desencadeadas, pelas tropas de D. Miguel, contra a cidade de Faro, e a sua linha fortificada, nos dias 23 e 27 de Fevereiro e no dia 5 de Maio de 1834, graças às precauções tomadas, e aos trabalhos defensivos levados, os atacantes tiveram de retirar.
Em Faro os Miguelistas foram detidos e nunca colocaram em perigo as suas defesas.
No arquivo histórico de Militar, no processo individual de João Pedro Soares Luna, encontra-se uma referencia ao decreto régio de 15 e à portaria de 18 de Dezembro pelos quais D. Maria II fez mercê a este oficial da comenda honorária da ordem militar de São Bento de Avis pela sua opção como governador Militar de Faro onde procedeu à fortificação e armamento da Praça e à defesa da cidade, em especial, no ataque de 5 de Maio de 1834.

Memória explicativa do responsável das Fortificações da defesa de Faro (transcrição)
…”Havendo uma linha abaluartada, antiquíssima da qual hoje só existem restos de muralha, como se vê na planta, desde o lugar do castelo ate à esperança, foi em parte aproveitada, como a bateria da rainha, pé da cruz, bateria das Alcasarias, e bateria Napier, feitas agora nestes dias. Porem como o resto se acha de todo arruinado, o que indica a linha ponteada, foi necessária sair para fora com a nossa linha, alongando-a mais, como se conhecerá da planta, pelo expaldão, Flexas baterias do duque e da duquesa de Bragança, do barão de Faro, da constituição e da sola, tendo toda a linha de extensão 1.136 braças em torno, e guarnecida já hoje com 19 peças de diversos calibres, e 3 morteiros, como se verá nos perfis que mostram particularmente, em cada uma das obras, a sua construção e dimensões.

Todas as baterias cruzam os seus fogos, e se flanqueiam a, e batem, todo o terreno intermédio, e que possa ser acessível ao inimigo.

A estrada de Loulé fica enfiada pela bateria do Barão de Faro e as estradas da Saúde, e do Alto da Forca e terrenos adjacentes, são batidos pelas baterias do duque e da duquesa de Bragança. A bateria de Napier e a Flexa, que se fiz construir comunicarão por um fosso, marcado em linha amarela assim como o outro, que fiz desde o X ate à bateria do barão de faro, aproveitando o forte valado que ali havia, para o parapeito, por ser aquele lado esquerdo da linha, o mais fraco. Todas as estradas para a cidade se acham defendidas com três trincheiras, e cortaduras da parte de dentro das ruas como mostra a planta, feitas do modo possível, e com o menos incomodo ao povo.”…

Em no tom de curiosidade a fazenda nacional teve uma despesa total de 1.660$427 nesta linha Fortificada.

Esta nota explicativa é datada de Faro,
24 de Fevereiro de 1834 e assinada pelo
Coronel Engenheiro António Bernardino Pereira de Lago

Bibliografia:
CALLIXTO, Carlos Pereira
1990, A linha Fortificada que, durante a Guerra Civil, defendeu a Cidade de Faro do Cerco Miguelista, Tipografia União – Folha do Domingo Lda, Faro
Pesquisa Bibliográfica e rectificação
Pedro Carrega

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Batalha do Cabo de Santa Maria em Faro


A Explosão da nau "Nuestra Señora de las Mercedes" (1804)
A 7 de Agosto de 1804 a fragata espanhola de 38 canhões Nuestra Señora de las Mercedes largava de Montevideo para Cadiz, na companhia das fragatas Clara e Fama e sob o comando Dom José de Bustamante, levando a bordo 247 tripulantes e 41 passageiros.A 5 de Outubro de 1804 amanheceram defronte da costa do Algarve, vendo-se a Serra de Monchique a sete léguas a nor-nordeste da posição dos quatros navios. Mas não foi só a serra aquilo que se viu no horizonte: também do lado de terra, avistaram a barlavento quatro navios que se dirigiam na sua direcção, navegando ao largo em boa velocidade.Eram os ingleses Indefatigable, Medusa, Amphion e Lively, sob o comando de Graham Moore. Iniciadas as hostilidades, e quase que ao primeiro tiro de canhão, eis que um pelouro cai na santa bárbara da Mercedes: o navio pulveriza-se a partir das suas águas mortas, indo imediatamente para o fundo o porão onde se alojava a carga. A flutuar permaneceu apenas parte da popa, onde se agarravam desesperadamente os 52 sobreviventes da explosão.Passada de boca em boca, a história da Mercedes foi ganhando contornos míticos, com o valor da sua hipotética carga a aumentar exponencialmente com o passar dos anos e das histórias. Embora os oficiais ingleses tenham estimado a posição da batalha com algum rigor - entre oito e dez léguas a sudoeste do Cabo de Santa. Maria, na posição 36º26’N e 7º40’O – o local do afundamento permanece ignorado até hoje. Num conhecido pesqueiro foram encontrados em Dezembro de 1996 os restos de um casco – denominado Faro A — que jazia ao longo de vinte e quatro metros, elevando-se quase dois metros acima do fundo e ostentando um número ainda não determinado de canhões de ferro – não era a Mercedes. Afinal, o mistério continua.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Missionárias da Caridade

Missionárias da Caridade: uma casa para todas as pobrezas

Prioridade da congregação fundada por Madre Teresa de Calcutá é responder às emergências do dia-a-dia.

“Servir aos pobres não é só dar de comer a quem não tem pão. A caridade é sobretudo amar com o amor de Deus e isso pode fazer-se de muitas maneiras, em toda a parte.”

Para a Irmã Maria do Carmo, responsável pelas Missionárias da Caridade na Península Ibérica, esta é a perspectiva que orienta a congregação católica instituída por Madre Teresa de Calcutá.

“Temos de estar atentas e procurar encontrar onde é que Jesus tem sede, hoje e agora, no sítio onde estamos”, disse em entrevista exclusiva à ECCLESIA, dando como exemplo a realidade portuguesa, em que cada vez mais pessoas comem nas casas da comunidade religiosa e onde há quem tenha “as maiores dificuldades para manter as famílias”.

A Superiora Regional assume que a prioridade das Missionárias é responder às carências imediatas: “Procuramos ser uma ajuda que não é a longo termo, mas na emergência, e depois tentamos encaminhar a pessoa para uma organização que a acompanhe de uma maneira mais contínua e prolongada”.

http://agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=81152

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Tratado de Madrid 1750

Tratado de Madrid ou Tratado dos Limites, foi assinado em 1750 e definia os territórios da América do Sul atribuídos a Portugueses e a Espanhóis.
A divisão do mundo pelo Tratado de Tordesilhas foi abolida e Portugal passou a ter o direito de ocupar as terras da margem oriental do Rio Uruguai e a possuir o Rio Grande do Sul, enquanto renunciava à posse das ilhas das Filipinas e cedia a Espanha a colónia de Sacramento e o território da margem norte do Rio da Prata.

Este tratado baseou-se no princípio das fronteiras naturais e é considerado precursor de algumas concepções geopolíticas modernas.



Para ter um ideia das consequências da divisão entre Portugal e Espanha , aconselho um grande filme "A Missão" um filme de 1986 com Robert De Niro, Jeremy Irons, Liam Neeson.

Tratado de Madrid em Detalhe :
www.info.lncc.br/madri.html

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Camilo Pessanha


Camilo Pessanha (1867-1926) nasceu a 7 de Setembro de 1867 em Coimbra, tendo tirado o curso de Direito nessa cidade. Em 1894, transferiu-se para Macau, onde, durante três anos, foi professor secundário de Filosofia, deixando de leccionar por ter sido nomeado em 1900 conservador do registo predial em Macau e depois juiz de comarca. Levou uma vida de solitário excêntrico.
Caminho

I

Tenho sonhos cruéis; n'alma doente
Sinto um vago receio prematuro.
Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente...

Saudades desta dor que em vão procuro
Do peito afugentar bem rudemente,
Devendo, ao desmaiar sobre o poente,
Cobrir-me o coração dum véu escuro!...

Porque a dor, esta falta d'harmonia,
Toda a luz desgrenhada que alumia
As almas doidamente, o céu d'agora,

Sem ela o coração é quase nada:
Um sol onde expirasse a madrugada,
Porque é só madrugada quando chora.

Camilo Pessanha

http://purl.pt/14369/1/apresentacao.html

terça-feira, 8 de junho de 2010

Dia de Portugal em Faro

Programa Oficial das Comemorações do

Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
Faro, 9 e 10 de Junho de 2010

9 DE JUNHO


Jardim Manuel Bívar
10.45 horas
Cerimónia de Homenagem de Sua Excelência o Presidente da República a João de Deus

Câmara Municipal de Faro
10:55 horas
Cerimónia Militar do Içar da Bandeira

11.00 horas - Salão Nobre da Câmara Municipal de Faro
Sessão Solene de Boas Vindas

Museu Municipal de Faro
17:15 horas
Lançamento do livro “Os Dias de Portugal – Discursos de João Benárd da Costa”

Sala de Exposições da Diocese do Algarve
18.00 horas
Inauguração da exposição do Museu da Presidência da República

Palácio Fialho (Colégio de Nossa Senhora do Alto)
19.45 horas
Sessão de Cumprimentos do Corpo Diplomático

20.45 horas
Banquete oferecido por Sua Excelência o Presidente da República por ocasião das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas

10 DE JUNHO


Terreno Municipal da Horta das Figuras
10.15 horas
Cerimónia Militar

Teatro das Figuras – Teatro Municipal de Faro
12.00 horas
Sessão Solene comemorativa do Dia de Portugal

Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve
13.30 horas

terça-feira, 25 de maio de 2010

Batalha do Cabo de Santa Maria em Faro


A Explosão da nau "Nuestra Señora de las Mercedes" (1804)

A 7 de Agosto de 1804 a fragata espanhola de 38 canhões Nuestra Señora de las Mercedes largava de Montevideo para Cadiz, na companhia das fragatas Clara e Fama e sob o comando Dom José de Bustamante, levando a bordo 247 tripulantes e 41 passageiros.A 5 de Outubro de 1804 amanheceram defronte da costa do Algarve, vendo-se a Serra de Monchique a sete léguas a nor-nordeste da posição dos quatros navios. Mas não foi só a serra aquilo que se viu no horizonte: também do lado de terra, avistaram a barlavento quatro navios que se dirigiam na sua direcção, navegando ao largo em boa velocidade.Eram os ingleses Indefatigable, Medusa, Amphion e Lively, sob o comando de Graham Moore. Iniciadas as hostilidades, e quase que ao primeiro tiro de canhão, eis que um pelouro cai na santa bárbara da Mercedes: o navio pulveriza-se a partir das suas águas mortas, indo imediatamente para o fundo o porão onde se alojava a carga. A flutuar permaneceu apenas parte da popa, onde se agarravam desesperadamente os 52 sobreviventes da explosão.Passada de boca em boca, a história da Mercedes foi ganhando contornos míticos, com o valor da sua hipotética carga a aumentar exponencialmente com o passar dos anos e das histórias. Embora os oficiais ingleses tenham estimado a posição da batalha com algum rigor - entre oito e dez léguas a sudoeste do Cabo de Santa. Maria, na posição 36º26’N e 7º40’O – o local do afundamento permanece ignorado até hoje. Num conhecido pesqueiro foram encontrados em Dezembro de 1996 os restos de um casco – denominado Faro A — que jazia ao longo de vinte e quatro metros, elevando-se quase dois metros acima do fundo e ostentando um número ainda não determinado de canhões de ferro – não era a Mercedes. Afinal, o mistério continua.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Bento XVI o 266.º Papa

O Cardeal Joseph Ratzinger nasceu em 16 de abril de 1927, um Sábado Santo em Marktl am Inn, diocese de Passau, Alemanha; e foi batizado esse mesmo dia. Em suas memórias, refletindo sobre o fato, diz: “ser a primeira pessoa a ser batizada na Água Nova da Páscoa era visto como um ato muito significativo por parte da Providência. Sempre me enchi que sentimentos de gratidão por ter sido imerso no Mistério Pascal desta maneira;...quanto mais o reflito, tanto mais me parece apropriado à natureza de nossa vida humana: ainda esperamos a Páscoa definitiva,ainda não estamos na plenitude da luz, mas caminhamos na sua direcção cheios de confiança.”

terça-feira, 27 de abril de 2010

Comboio em Faro


Foi a 21 de Fevereiro de 1889 que chegou a Faro o primeiro comboio. Foi apenas uma viagem experimental, pelo que se compunha de pesados vagões de mercadorias, para testar a segurança.

Depois daquela viagem experimental, importa frisar que foi a 1-7-1889 que chegou o primeiro comboio de passageiros a Faro. Nessa viagem inaugural chegava a Faro pela primeira vez o Dr. Ludovico de Menezes, conceituado veterinário e notável escritor a quem o Algarve muito deve. Extractamos de uma carta sua uma breve passagem em que descreve essa primeira viagem:


“Confirmo que foi precisamente num primeiro comboio, que eu, em 1 de Julho de 1889, desembarquei em Faro, estando a estação e cercanias repletas de povo que fora assistir ao feliz espectáculo da chegada. Ao desembarque, um moço que tomou conta da minha mala, levou-me ao Hotel Nicola, através de ruas embandeiradas e janelas floridas de ranchos e damas em “toilettes” alegres e claras, abrigando-se do ardor daquele quente sol de Julho sob o pálio das papoilas floridas das suas umbelas. Ali me destinaram um exíguo quarto de segundo andar, escassamente mobilado e ali adormeci até vir o criado avisar-me que eram horas de jantar. Nesse dia ao entardecer e depois do jantar, fui tomar lugar entre os cavaqueadores que discutiam alegremente o festivo acontecimento à porta da Havaneza, onde no interior, a dentro do balcão, pontificava António Tavares, seu proprietário, auxiliado por um rapaz de Albufeira, de nome Eduardo, se bem me lembro...”


José Carlos Vilhena Mesquita no blog http://promontoriodamemoria.blogspot.com

sábado, 24 de abril de 2010

DIA DA LIBERDADE


NO TEMPO EM QUE A LIBERDADE É DEMASIADA PARA UNS E MUITO POUCA PARA OUTROS, TEMOS DE REVALORIZAR OS VERDADEIROS VALORES DO 25 DE ABRIL.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

São João Maria Vianney


João Batista Maria Vianney nasceu e foi batizado em 8 de maio de 1786. Desde a infância, manifestava uma forte inclinação à oração e um grande amor ao recolhimento. Muitas vezes era encontrado num canto da casa, jardim ou no estábulo, rezando, de joelhos, as orações que lhe tinham ensinado: o Padre-Nosso, a Ave-Maria, etc. Os pais, principalmente a piedosa mãe, Maria Belusa, cultivavam no filho esse espírito de religião e de piedade.


Era filho de Mateus Vianney e Maria Béluse, e o quarto de seis irmãos numa família de camponeses. somente foi ordenado sacerdote depois de vencer muitas dificuldades. Foi-lhe confiada uma pequena paróquia em Ars, na diocese de Belley, foi admirável exemplo de vida de cristã, exercitou uma eficaz pregação, com a mortificação, oração e caridade. Revelou qualidades excepcionais na administração do sacramento da Penitência e na direção espiritual das almas. Sua fama de santidade correu por toda a França ainda em vida, de todas as partes acorriam pessoas para se confessar com ele e ouvir os seu conselhos. Faleceu em Ars, em odor de santidade, em 1859.

http://www.paginaoriente.com/santosdaigreja/ago/joaomariavianei0408.htm

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Tomás Cabreira



Tomaz António da Guarda Cabreira nasceu às duas horas do dia 23 de Janeiro de 1865, na casa da antiga Rua da Misericórdia, actualmente denominada Rua da Galeria, na freguesia de Santa Maria, em Tavira.
Foi neto do ilustre Marechal de Campo Tomaz António da Guarda Cabreira, um dos mais notáveis oficiais da causa Miguelista, posto a que foi promovido por distinção, tendo sido ainda agraciado com os títulos de Conde de Lagos e Visconde do Vale da Mata. Este heróico e nobilíssimo Marechal acabou por ser assassinado na cadeia da cidade de Faro.
Seu pai, Tomaz António da Guarda Cabreira, era natural de Tavira, representante da família Cabreira e senhor do Morgado do Patarinho. General da Brigada, foi condecorado com a Medalha de Valor Militar e, foi ainda Cavaleiro da Ordem de S. Bento de Aviz; foi-lhe atribuída ainda a Medalha de Prata de comportamento exemplar.

terça-feira, 23 de março de 2010

Pedro Hispano " 2º Papa Português"


O Papa João XXI foi português e chamava-se antes Pedro Julião. Ignora-se a data exacta do seu nascimento em Lisboa, mas deve ter ocorrido entre 1210 e 1220. Era filho de Julião, supondo-se que o apelido do pai fosse Rebello. Foi ainda jovem estudar para França, para Paris ou Montpellier. Regressado à Pátria, desempenhou sucessivamente os cargos de Deão da Catedral de Lisboa, Tesoureiro Mor do Porto, Arcediago de Vermoim, Prior Mor da Colegiada de Guimarães. De 1245 a 1250 dizia-se que foi professor de Medicina na Univerdade de Siena. Foi depois eleito pelo Cabido de Braga arcebispo desta Diocese, ao mesmo tempo que partia como representante da Igreja Portuguesa ao Concílio Lugdunense, convocado por Gregório X em 27 de Março de 1272. Este Papa fê-lo Cardeal e deu-lhe a Mitra Tusculana, no ano de 1273. Foi escolhido para Papa em 13 de Setembro de 1276 e veio a falecer em 19 de Maio de 1277. Está sepultado na Catedral de Viterbo. O Papa João XXI era certamente um homem culto. Mas o facto de ser português, levou a que, a partir do sec. XVI, o passassem a chamar Pedro Hispano de que resultaram inúmeras confusões. Naquela altura, Hispania identificava-se com a Península Ibérica, o que significa que todos Pedros nela nascidos eram “Petrus Hispanus” (quase todos os livros eram então escritos em latim). Pouco a pouco foi-lhe sendo atribuída a autoria de todos os livros assinados por um Pedro Hispano, o que representava muitas dezenas de livros das mais variadas disciplinas: filosofia, lógica, medicina, psicologia, etc.

MEIRINHOS, J.F., GIOVANNI XXI, in Enciclopedia dei Papi, Roma : Istituto della Enciclopedia Italiana, 2000, 3 vols., 2.º vol., págs. 427-437, Tradução de Vittoria lo Faro.

1º Papa São Dâmaso, em breve.

quinta-feira, 11 de março de 2010

João Garcia à conquista do Mundo.

Numa fantástica demonstração de coragem e perseverança, João Garcia tenta o seu objectivo de escalar as 14 mais altas montanhas do mundo, sendo este o feito o mais notável no Alpinismo Português.


EXPEDIÇÃO ANNAPURNA (8.091M)
VER EM: www.joaogarcia.com

terça-feira, 2 de março de 2010

Sir Arthur Conan Doyle o criador de Sherlock Holmes.

Conan Doyle,

nasceu em Edimburgo em 1859 e estudou medicina na Universidade de Edimburgo.

Foi ali que conheceu o
Dr. Joseph Bell,
um dos seus professores, que baseava os seus diagnósticos na observação, lógica e dedução.
Foi ele o modelo para Sherlock Holmes.

Em 1887, e já como médico praticante, Doyle publicou "Um Estudo em Vermelho". Seria a primeira de 60 aventuras de Sherlock Holmes.

Após uma longa permanência em Devon em 1900, Conan Doyle escreveu a novela "

O Cão dos Barkervilles", fortemente influenciada por uma lenda local acerca de um condenado fugido as autoridades e um cão enorme.

Doyle continuou a escrever sobre Holmes e os seus casos misteriosos durante muito mais tempo e sempre coroado de grande sucesso.

Sir Arthur Conan Doyle more em Crowborough a 7 de Julho de 1930 depois de ter criado a personagem mais fantástica do mundo fantástico da investigação e suspence.

Pedro Carrega

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Primeira travessia aérea do Atlântico Sul













A primeira travessia aérea do Atlântico Sul, que fez a ligação Lisboa - Rio de Janeiro, levada a cabo por Sacadura Cabral e por Gago Coutinho, constitui um dos grandes marcos impulsionadores da aviação em Portugal.

A ideia da travessia surgiu através do espírito de aviador de Sacadura depois da visita de Epitácio Pessoa, presidente eleito no Brasil, a Portugal. Sacadura iniciou assim a delineação do seu objectivo, ao qual só posteriormente se veio aliar Gago Coutinho, aliciado pelo estudo que este impunha sobre a conversão à aeronavegação de processo e instrumentos de navegação marítima.

A viagem tinha dois objectivos : um era o lado patriótico e diplomático que entre Portugal e o Brasil;outro objectivo e o principal era a viagem,a tentativa de provar que a navegação aérea seria susceptível da mesma precisão que a navegação marítima. Neste contexto, revelam-se importantíssimos os instrumentos utilizados na travessia, como o caso do Sextante Português, que se demarcou como exemplo da superioridade dos métodos de precisão de cálculo portugueses.

Estando terminados os principais preparativos para a realização da viagem, no dia 30 de Março de 1922, o hidroavião parte de Lisboa.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O Pioneiro da Banda Desenhada em Portugal "Raphael Bordallo Pinheiro"


Raphael Augusto Bordallo Prestes Pinheiro
nasceu a 21 de Março de 1846 no nº 47 da Rua da Fé, em Lisboa. Apaixonado pelo lado boémio da vida lisboeta e avesso a qualquer disciplina, matriculou-se sucessivamente na Academia de Belas-Artes (desenho de arquitectura civil, desenho antigo e modelo vivo), no Curso Superior de Letras e na Escola de Arte Dramática, para logo de seguida desistir. Estreia-se como actor no Teatro Garrett e no luxuoso Theatro Thalia na costa do Castelo.


Começou a fazer caricatura por brincadeira. Mas é a partir do êxito alcançado pel'O Dente da Baronesa (1870), folha de propaganda a uma comédia em 3 actos de Teixeira de Vasconcelos, que Bordalo entra definitivamente para a cena do humorismo gráfico.

Muito mais fez em revistas e jornais, satirizando o que lhe rodeava.

Na madrugada de 23 de Janeiro de 1905 não resiste a uma lesão no coração e morre em Lisboa, no nº 28 da Rua da Albegoaria (actual Largo Rafael Bordalo Pinheiro). O desenhador e aguarelista, ilustrador de obra vasta dispersa por largas dezenas de livros e publicações, precursor do cartaz artístico em Portugal, decorador, caricaturista político e social, jornalista, ceramista e professor, morreu no princípio do séc.XX mas a actualidade da sua obra faz com que seja intemporal.

http://www.citi.pt/cultura/artes_plasticas/caricatura/bordalo_pinheiro/granja.html

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O primeiro europeu a entrar no Butão "Estevão Cacella"


Estêvão Cacella, foi um missionário jesuíta. Cacella nasceu em Avis em 1585, juntou-se aos jesuítas aos dezanove anos, e rumou para a Índia em 1614 onde trabalhou por alguns anos em Kerala. Em 1626, o Padre Cacella viajou de Cochim para Bengala, onde passou seis meses preparando-se para uma viagem através do Butão, que acabaria por levá-los ao Tibete, onde fundaram uma missão na cidade Shigatse (
perto da rio Brahmaputra), a residência do Panchen Lama e do grande mosteiro tibetano de Tashilhunpo.
Cacella chegou em Shigatse em Nove
mbro de 1627 acompanhado de Cabral (outro jovem Jesuita).
Embora os jesuítas e tudo ter corrido bem principalmente terem sido bem recebidos o sucesso da missão em Shigatse não muito, Padre Cacella tinha uma saúde precária e morreu em 1630 num planalto tibetano.



VER: http://pt.wikipedia.org/wiki/But%C3%A3o
http://www.bhutannica.org/index.php?title=Estevao_Cacella

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A chegada do Comboio a Faro.

Foi em 21 de Fevereiro de 1889 que chegou a Faro o primeiro comboio.
Foi apenas um comboio de mercadorias para testar a segurança da linha.

Depois da viagem experimental, importa frisar que foi a 1-7-1889 que chegou o primeiro comboio de passageiros a Faro. Nessa viagem inaugural chegava a Faro pela primeira vez o Dr. Ludovico de Menezes, conceituado veterinário e notável escritor a quem o Algarve muito deve. Extractamos de uma carta sua uma breve passagem em que descreve essa primeira viagem:
“Confirmo que foi precisamente num primeiro comboio, que eu, em 1 de Julho de 1889, desembarquei em Faro, estando a estação e cercanias repletas de povo que fora assistir ao feliz espectáculo da chegada. Ao desembarque, um moço que tomou conta da minha mala, levou-me ao Hotel Nicola, através de ruas embandeiradas e janelas floridas de ranchos e damas em “toilettes” alegres e claras, abrigando-se do ardor daquele quente sol de Julho sob o pálio das papoilas floridas das suas umbelas. Ali me destinaram um exíguo quarto de segundo andar, escassamente mobilado e ali adormeci até vir o criado avisar-me que eram horas de jantar. Nesse dia ao entardecer e depois do jantar, fui tomar lugar entre os cavaqueadores que discutiam alegremente o festivo acontecimento à porta da Havaneza, onde no interior, a dentro do balcão, pontificava António Tavares, seu proprietário, auxiliado por um rapaz de Albufeira, de nome Eduardo, se bem me lembro...”



quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Quem foi o primeiro Navegador a descobrir o Canadá? E a América?

João Vaz Corte-Real

navegador português do século XV ligado ao descobrimento da Terra Nova, cerca do ano de 1472.

Para além da descoberta da terra nova, Corte-Real organizou ainda outras viagens que o terão levado até à costa da América do Norte, explorando desde as margens do Rio Hudson até ao Canadá.

Depois de ler sobre o assunto descobria a obra de um grande Português Manuel Luciano da Silva que durante anos investigou a vida da grande família os Corte Real e dissecou a história da Pedra de Dighton” e tendo em conta a realidade que vivíamos em Portugal e o grande secretismo adoptado por D.João II em todas as incursões marítimas, tenho a certeza que fomos nós os primeiros.


Recomendo a leitura do livro “Cristovão Colon (Colombo) era Português” um Livro de Manuel Luciano da Silva e ainda uma leitura atenta no site

www.dightonrock.com

Pedro Carrega


quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Farol de Alexandria

O Farol de Alexandria foi uma das sete maravilhas antigas do mundo.

O Farol foi construído pelo arquitecto Sostratos de Cnidus no lado sud-este da ilha de Faros no reinado de Ptolomeu I (Soter) 323-284 a.C porém as obras de construção terminaram por Ptolomeu II (Filadelfo).
O Farol foi estabelecido sobre um pátio rodeado de colunas. Foi um edifício de quatro andares; o primeiro que mede 60 m. de altura foi de forma quadrada incluindo 300 câmaras dedicadas à residência dos trabalhadores e a armazenagem dos utensílios e equipamentos do Farol. Os quatro cantos superiores do primeiro andar estavam adornados por figuras de Tritão, enquanto na parte inferior havia um texto em grego que diz : "Sostrtos filho de Dixifanes, de Cnidus, aos deuses salvadores, para os marinheiros" . O Segundo andar tem uma forma octogonal com 30 m. de altura enquanto o terceiro andar é esférico e com só 15 m. de altura. O quarto andar tinha uma abóbada pequena repousada sobre oito colunas de alabastro e granito. No topo da abóbada havia uma estátua de bronze de sete metros de altura que representa Posidon, o Deus do mar. Provavelmente o Farol orientava os navios no mar por meio dos Espelhos gigantescos existentes no quarto andar que reflectiam os raios de sol de dia enquanto que a noite utilizavam a iluminação de lume.


O Farol foi um aspecto carismático da cidade de Alexandria, ao longo de uns séculos, mas infelizmente foi sujeito a catástrofes naturais como terremotos, portanto foi restaurado várias vezes.
Em 1477 o Sultão mameluco Qaitbai mandou construir uma fortaleza no mesmo sítio já depois do colapso total, do grande Farol de Alexandria.