domingo, 28 de dezembro de 2008

TARRAFAL “CAMPO DA MORTE LENTA”

A mais brutal expressão da violência repressiva da ditadura, nesta época, foi a abertura do Campo de Concentração do Tarrafal, na ilha de Santiago, em Cabo Verde, a milhares de quilómetros de Portugal.
A Colonia do Tarrafal, foi criada pelo Governo Portugues do Estado Novo ao abrigo do Decreto- Lei nº26539, de 23 de Abril de 1936.
O campo do Tarrafal, foi inspirado nos campos de concentração nazis, que Hitler nessa altura começava a montar na Alemanha e depois estendeu, como campos de extermínio, por todos os países ocupados pelo exército nazi.
No Tarrafal não havia câmaras de gás, como nos campos de concentração nazis, mas os presos eram submetidos a um regime de morte lenta - por isso ficou conhecido como o «Campo da Morte Lenta».
Os maus tratos e a má alimentação, as doenças sem tratamento e o clima, numa das mais insalubres regiões de Cabo Verde, mataram 32 dos portugueses que para lá foram deportados. Nas primeiras levas de prisioneiros enviados para o Tarrafal encontravam-se muitos comunistas, mas também outros antifascistas, sindicalistas e anarquistas.


http://www.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=6685&Itemid=245

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Papa repreende homossexuais

Papa repreende homossexuais

O papa Bento XVI disse ontem que "salvar" a humanidade do comportamento homossexual ou transexual é tão importante quanto salvar as florestas do desmatamento. Para o papa, a Igreja "também deve proteger o homem da destruição de si mesmo. Um tipo de ecologia humana é necessária". Segundo Bento XVI, é preciso "escutar" a linguagem da criação, "cujo desrespeito seria a destruição do homem e, portanto, a destruição da obra de Deus". Com a figura do transexual, o homem pretende "autoemancipar-se da criação do Criador", disse o papa.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Restauração da Independência 1 Dezembro 1940

1 de Dezembro de 1640 - Restauração da Independência

No dia 1º de Dezembro assinala-se a restauração da Independência de Portugal. Falecido o cardeal-rei D. Henrique, em 1580, sem ter designado um sucessor, Filipe II de Espanha, neto do rei português D. Manuel I. Invadiu Portugal e submeteu-o a 60 anos de domínio. Foram três os reis espanhóis que governaram Portugal entre 1580 e 1640 – Filipe I, Filipe II e Filipe III.
A capital do Império passou a ser Madrid e Portugal foi governado como uma Província espanhola.
Como é natural, os portugueses viviam descontentes e compreendiam que só uma revolução bem organizada lhes poderia trazer a libertação.
Assim, no dia 1 de Dezembro de 1640, um grupo de 40 fidalgos dirigiu-se ao Paço da Ribeira onde estavam a Duquesa de Mântua, regente de Portugal, e o seu Secretário, Miguel de Vasconcelos.

A Duquesa foi presa e o Secretário morto. Foi assim que Portugal recuperou a sua independência, sendo D. João IV,. Duque de Bragança, aclamado rei, com o cognome de "O Restaurador".

VIVA PORTUGALLLLLLLLLL..............

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Carlos do Carmo Composição: Ary dos Santos e Fernando Tordo


Estrela da Tarde

Carlos do Carmo

Composição: Ary dos Santos e Fernando Tordo

Era a tarde mais longa de todas as tardes
Que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas
Tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca,
Tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste
Na tarde tal rosa tardia
Quando nós nos olhamos tardamos no beijo
Que a boca pedia
E na tarde ficamos unidos ardendo na luz
Que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto
Tardaste o sol amanhecia
Era tarde demais para haver outra noite,
Para haver outro dia. (Refrão)
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza.

Foi a noite mais bela de todas as noites
Que me aconteceram
Dos noturnos silêncios que à noite
De aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois
Corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram.

Foram noites e noites que numa só noite
Nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites
Que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles
Que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto
Se amarem, vivendo morreram.

(Refrão)

Eu não sei, meu amor, se o que digo
É ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo
E acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste
Dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida
De mágoa e de espanto.
Meu amor, nunca é tarde nem cedo
Para quem se quer tanto!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Ary dos Santos.

José Carlos Ary dos Santos nasceu em Lisboa, 7 de Dezembro de 1937 — 18 de Janeiro de 1984.

Filho de uma família da alta burguesia, José Carlos Ary dos Santos, conhecido no meio social e literário por Ary dos Santos, vê publicados aos 14 anos, através de familiares, alguns dos seus poemas, considerados maus pelo autor. No entanto, Ary dos Santos revelaria verdadeiramente as suas qualidades poéticas em 1954, com dezasseis anos de idade. É nessa altura que vê os seus poemas serem seleccionados para a Antologia do Prémio Almeida Garrett. É então que Ary dos Santos abandona a casa da família, exercendo as mais variadas actividades para seu sustento económico, que passariam desde a venda de máquinas para pastilhas até à publicidade. Contudo, paralelamente, o poeta não cessa jamais de escrever e em 1963 dar-se-ia a sua estreia efectiva com a publicação do livro de poemas A Liturgia do Sangue (1963). Em 1969 inicia-se na actividade política ao filiar-se no PCP, participando de forma activa nas sessões de poesia do então intitulado "canto livre perseguido". Entretanto, concorre, sob pseudónimo como exigia o regulamento, ao Festival RTP da Canção com os poemas Desfolhada Portuguesa (1969), Menina do Alto da Serra (1971) e Tourada (1973), obtendo os primeiros prémios. É aliás através deste campo – o da música - que o poeta se torna conhecido entre o grande público.

Autor de mais de seiscentos poemas para canções, Ary dos Santos fez no meio muitos amigos. Gravou, ele próprio, textos ou poemas de e com muitos outros autores e intérpretes e ainda um duplo álbum contendo O Sermão de Santo António aos Peixes do Padre António Vieira.
À data da sua morte tinha em preparação um livro de poemas intitulado As Palavras das Cantigas, onde era seu propósito reunir os melhores poemas dos últimos quinze anos (publicado postumamente), e um outro intitulado Estrada da Luz - Rua da Saudade, que pretendia fosse uma autobiografia romanceada. O poeta morre a 18 de Janeiro de 1984.

O seu nome foi dado a um largo do Bairro de Alfama, descerrando-se uma lápide evocativa na casa da Rua da Saudade, onde viveu praticamente toda a sua vida.
Ainda em 1984, foi lançada a obra VIII Sonetos de Ary dos Santos, com um estudo sobre o autor de Manuel Gusmão e planeamento gráfico de Rogério Ribeiro, no decorrer de uma sessão na Sociedade Portuguesa de Autores, da qual o autor era membro. Em 1988, Fernando Tordo editou o disco "O Menino Ary dos Santos" com os poemas escritos por Ary dos Santos na sua infância.









terça-feira, 4 de novembro de 2008

D.Francisco Gomes Avelar - 2 parte.

O Bispo D. Francisco Gomes de Avelar mandou o arquitecto Italiano Francisco Xavier Fabri construir um portal monumental, colocando como figura principal uma imagem em mármore de S.Tomás de Aquino.
Foi inaugurado em 1812 tendo como significado a sacralização da Vila-Adentro e a dignificação da antiga Praça da Rainha.
É um dos mais representativos exemplares do neo-classicismo no Algarve


De uma austeridade que só encontrava rival na bondade que punha em todos os seus actos, D. Francisco Gomes aumentou, com enérgicas medidas, os rendimentos da mitra criou, além de algumas aulas públicas, pode dizer-se que o próprio Seminário da Diocese do Algarve, fazendo construir quase todo o edifício que ainda hoje lhe pertence, de que foi espoliada em 1910, mas a que voltou em 1940.
Após a expulsão dos franceses do Algarve em 1808, o grande Bispo, que nesse movimento teve, com o seu conselho, a sua energia e o seu prestigio, um papel de grande realce, foi feito

presidente da Junta provisional então instituída e, tempo depois, vice-presidente do conselho de regência que então se estabeleceu e encarregado do governo das Armas da Província. Também nestas funções marcou notável posição, difundindo e proclamações, fazendo abrir estradas, construir e reparar fortalezas, numa palavra correspondendo com elevado critério a todas as necessidades do seu inesperado cargo, não com espírito de vingança ou de perseguição ao inimigo, que lho não consentia sua piedade, mas com um firme propósito de intransigente defesa do que constituía o seu rebanho.

Pio VII em 1816, a pedido do Governo, que assim lhe quis premiar os serviços prestados à Nação, concedeu-lhe o título pessoal de Arcebispo.
A morte de D. Francisco Gomes, ocorrida em Faro pouco depois causou enorme consternação e revestida de circunstâncias que impressionaram vivamente o espírito popular. Para ela o Prelado convictamente se preparou durante as horas que a antecederam e, tido por muitos como santo, seja lhos atribuíram em vida, continuaram a atribuir-lhe depois de morto autênticos milagres, Anos depois da sua exumação no carneiro existente na capela-mor da Sé, para nele se depositarem os restos do Bispo D.Carlos Cristóvão Genuez Pereira, falecido em 1863, o povo entrou nele de roldão e apoderou-se de tudo quanto restava do Prelado, disputando apaixonadamente o que passou a ter como verdadeiras relíquias e fazendo, afinal, com que tudo praticamente se perdesse.
A memoria de D.Francisco gomes, cujo o nome foi, muito merecidamente, dado à praça principal e à rua mais importante de Faro e cujo o centenário da morte foi condignamente comemorada na mesma em 1916, manteve-se sempre extremamente venerada em todo o Algarve, onde a ideia de lhe ser levantado um monumento por mais de uma vez foi sugerida, sem resultado de maior. Vingou finalmente devido aos esforços, pública e oficialmente reconhecidos, do A. Destes subsídios que tendo lançado a ideia da comissão municipal de iniciativa e Turismo de Faro, conseguiu que esta entidade, auxiliada desde logo pela CMF e depois de por todas as outras câmaras do distrito, fizesse construir no Largo da Sé o Ambicionado monumento, que ficou desde logo a ser um dos melhores do Algarve.

O projecto, com a figura do Prelado em corpo inteiro, foi da autoria do escultor Raul Xavier e a inauguração efectivou-se em 14-VI-1940.

Pesquisa efectuada por Pedro Carrega:

FRANCO, Mario Lyster, 1982, Algarviana Vol I A-B, Edição da Câmara Municipal de Faro, Impressão Tipografia União Faro (1982).

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

D.Francisco Gomes Avelar (1ªparte)


Notável Bispo do Algarve, sem duvida afigura mais brilhante que presidiu aos destinos da mesma Diocese, nasceu no sitio do Mato, freguesia de São Marcos da Calhandriz, concelho de Vila Franca de Xira, a 17/1/1739, e faleceu em Faro, a 16/07/1816. Filho de Francisco e de Maria Gomes, que têm alusão ao glorioso descendente, na igreja daquela freguesia, e neto paterno de uma Martinho do Avelar, fez os primeiros estudos em Lisboa com um Tio, Padre Inocêncio, cura da patriarcal, entrou aos 18 anos para a Congregação do Oratório e ordenou-se de presbítero em 1763. Estudante distinto, desde logo professor e Mestre de Cerimonias e pouco depois capelão da Real Casa das Necessidades, mantinha já então assídua correspondência com o celebre D.Fr.Manuel do Cenáculo e vemo-lo ainda simples padre, em 1784, a acompanhar a Roma o então Núncio, Mons. Vicente Rannuzzi, de quem era confessor e amigo. Recebido com muita simpatia pelo Papa Pio VI, essa viagem muito contribuiu para a elevação do espírito, fazendo-o ao mesmo tempo tomar gosto especial pela arte, fornecendo-lhe conhecimentos e proporcionando-lhe relações de que muito veio a aproveitar a sua acção já quando Bispo do Algarve. Escolhido para essa dignidade, na vaga deixada por D.José Maria de Melo, em Janeiro de 1786, de nada valeram as suas escusas.

Sagrado em Lisboa a 26 de Abril, tomou posse por procuração a 8 de Maio e fez a entrada na Diocese a 26. A sua acção foi nela extraordinariamente meritória, podendo dizer-se sem grande exagero, que não houve recanto ou existiu problema que não lhe conhecesse a influencia, Nas suas frequências visitas particulares ou pastorais, não eram apenas as necessidades do culto que o preocupavam, antes atendia também muitas e principalmente carências materiais dos povos, dando esmolas na medida das suas posses, olhado pela obras de caridade e instituições de beneficência, promovendo a realização de grandes e pequenos melhoramentos e ministrando valiosos ensinamentos sobre a agricultura, a construção de estradas e caminhos, o comercio do figo, a exportação do atum, etc.., assuntos que chegaram por vezes a constituir motivo de trabalhos que deu à estampa. Foi assim que, por sua ordem, sob a sua vigilância directa e nalguns casos até sob o seu risco, se ergueram desde os alicerces ou reconstruíram estruturalmente transformadas, as igrejas de Albufeira e de Aljezur, de Estói, de Cacela e São Brás, de Santa Maria de Castelo, em Tavira e de São Luís em Faro; que se construíram as pontes, ainda hoje utilizadas, de Marim, de Cacela, do Ludo, de Marxil e de Ferragudo, com o caminho do Sapal que permitia o acesso à mesma aldeia; que se levantou, no lugar de uns velhos armazéns doados por Lopo Dias, o para o tempo magnifico Hospital da misericórdia de Faro, que se realizaram alguns dos mais importantes melhoramentos das Caldas de Monchique; que se criaram mais ou menos por toda a Diocese cemitérios públicos, pondo termo à pratica, ate então ainda usada dos enterramentos públicos nas igrejas, e que se construiu em Faro o monumento mais representativo da capital algarvia, o chamado Arco da Vila, com a estátua de São Tomas de Aquino, erguido em substituição de umas das arruinadas portas da muralha e da parte mais antiga da cidade. Para a realização desde e de outros melhoramentos, fez o Prelado vir de Roma o arquitecto Francisco Xavier Fabril, que hospedou no Paço até à sua retirada para Lisboa e a quem a capital ficou devendo, entre outras construções notáveis, o Palácio da Foz, na Praça dos Restauradores, parte do Palácio da Ajuda etc. Também para estas e outras obras, D.Francisco Gomes criou no Algarve quase que uma verdadeira escola de Arte, estimulando pintores, escultores, canteiros e simples alveneis, tal como para a devida grandeza e realce das igrejas fez vir para a Diocese algumas das melhores telas e imagens que nela ainda hoje se podem apreciar ou enriquecem o já referido museu de Faro.

Continua.

Pesquisa efectuada por Pedro Carrega:

FRANCO, Mario Lyster, 1982, Algarviana Vol I A-B, Edição da Câmara Municipal de Faro, Impressão Tipografia União Faro (1982).

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

José Félix Henriques Nogueira


Henriques Nogueira uma das figuras que mais influenciou o pensamento dos republicanos e dos socialistas portugueses: José Félix Henriques Nogueira.
nasceu em Torres Vedras a 15 de Janeiro de 1825 e faleceu em Lisboa a 23 de Janeiro de 1858, vítima de tuberculose.

Filho de Félix Henriques Nogueira e de Maria do Espírito Santo Henriques Nogueira, foi um autodidacta, estudioso e publicista que marcou os alicerces do pensamento republicano, porque foi dos primeiros a afirmar publicamente as suas crenças democráticas e republicanas.
Henriques Nogueira era adepto do associativismo do cooperativismo e grande defensor do municipalismo como a principal forma de descentralização.

Um dos livros mais importantes foi: Estudos sobre a Reforma em Portugal, Typ. Social, Lisboa, 1851. consultar Aqui

Pesquisa efectuada por Pedro Carrega

terça-feira, 16 de setembro de 2008

João Vaz Corte Real o Algarvio que descobriu a América.

João Vaz Corte Real era um navegador de Tavira do século XV ligado ao descobrimento da Terra Nova, cerca do ano de 1472. Para além desta expedição, Corte Real organizou ainda outras viagens que o terão levado até à costa da América do Norte, explorando desde as margens do Rio Hudson e São Lourenço até ao Canadá e Península do Labrador.

Em 1474 foi nomeado capitão - donatário de Angra e a partir de 1483, também da ilha de S. Jorge. Os seus três filhos, todos navegadores audaciosos, Gaspar Corte Real, Miguel Corte Real e Vasco Anes Corte Real, continuaram o espírito de aventura de seu pai tendo os dois primeiros desaparecido depois de expedições marítimas, em 1501 e 1502 respectivamente. Vasco Anes quis ir em busca de seus irmãos mas o Rei não lhe concedeu autorização, tendo sucedido a seu pai como Capitão-Donatário.

Hoje aceita-se que, João Vaz Corte Real possa ser considerado como o primeiro europeu que chegou à costa Americana, pelo menos, mais de 20 anos antes de Cristóvão Colombo .

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

José Régio.


José Régio, pseudónimo de José Maria dos Reis Pereira (1901-1969) nasceu em Vila do Conde, licenciando-se em Letras na Universidade de Coimbra. Foi professor do ensino secundário em Portalegre, cidade do norte alentejano Português, aliando o trabalho pedagógico à criação literária.
É um dos mais importantes poetas do chamado Segundo Modernismo português.

Adão e Eva
Olhámo-nos um dia,
E cada um de nós sonhou que achara
O par que a alma e a cara lhe pedia.

- E cada um de nós sonhou que o achara...

E entre nós dois
Se deu, depois, o caso da maçã e da serpente,
... Se deu, e se dará continuamente:

Na palma da tua mão,
Me ofertaste, e eu mordi, o fruto do pecado.

- Meu nome é Adão...

E em que furor sagrado
Os nossos corpos nus e desejosos
Como serpentes brancas se enroscaram,
Tentando ser um só!

Ó beijos angustiados e raivosos
Que as nossas pobres bocas se atiraram
Sobre um leito de terra, cinza e pó!

Ó abraços que os braços apertaram,
Dedos que se misturaram!

Ó ânsia que sofreste, ó ânsia que sofri,
Sede que nada mata, ânsia sem fim!
- Tu de entrar em mim,
Eu de entrar em ti.

Assim toda te deste,
E assim todo me dei:

Sobre o teu longo corpo agonizante,
Meu inferno celeste,
Cem vezes morri, prostrado...
Cem vezes ressuscitei
Para uma dor mais vibrante
E um prazer mais torturado.

E enquanto as nossas bocas se esmagavam,
E as doces curvas do teu corpo se ajustavam
Às linhas fortes do meu,
Os nossos olhos muito perto, imensos,
No desespero desse abraço mudo,
Confessaram-se tudo!
... Enquanto nós pairávamos, suspensos
Entre a terra e o céu.

Assim as almas se entregaram,
Como os corpos se tinham entregado,
Assim duas metades se amoldaram
Ante as barbas, que tremeram,
Do velho Pai desprezado!

E assim Eva e Adão se conheceram:

Tu conheceste a força dos meus pulsos,
A miséria do meu ser,
Os recantos da minha humanidade,
A grandeza do meu amor cruel,
Os veios de oiro que o meu barro trouxe...

Eu, os teus nervos convulsos,
O teu poder,
A tua fragilidade
Os sinais da tua pele,
O gosto do teu sangue doce...

Depois...

Depois o quê, amor? Depois, mais nada,
- Que Jeová não sabe perdoar!

O Arcanjo entre nós dois abrira a longa espada...

Continuamos a ser dois,

E nunca nos pudemos penetrar!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Jorge Álvares: o primeiro Marinheiro Português em Terras Chinesas.

Macau


Jorge Álvares foi, em 1513, o primeiro português a viajar por mar até à China. Jorge de Albuquerque, capitão-mor de Malaca e sobrinho do conquistador da cidade, fez de Álvares o seu enviado à China, na qualidade de escrivão e consequente guardião dos interesses oficiais, embarcado num junco adquirido na região.

Saber muito mais no site da marinha, onde se pode encontrar um artigo de grande valor editado na "Revista da Armada" e assinado por F. David e Silva.
http://www.marinha.pt/extra/revista/ra_jul2007/pag_19.html

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Ian Fleming, o verdeiro James 007.

Por trás de James Bond, o famoso agente 007 com licença para matar, existe um escritor (autor) com uma história igualmente interessante para contar (claro que não deve ser é tão emocionante...).

Ian Fleming nasceu em Londres, em 1908, e pertencia à elite da classe alta inglesa, onde ter muito dinheiro não chega para abrir portas, apesar da sua família ser riquíssima.

à sombra da sua glória. Por outro lado, os feitos do irmão na escola eram tão Como alternativa, levou uma vida despreocupada (bom, qualquer um faria o mesmo, certo?), sem nunca pensar que um dia viria a escrever, criando um dos heróis mais famosos de sempre.

Com 25 anos (em 1933), tem o seu primeiro contacto com o mundo do trabalho. É contratado como correspondente da agência Reuters (uma agência de notícias alemã), em Moscovo.

Diz a lenda que nessa época foi-lhe também dado o papel de observar os movimentos dos comunistas. Sendo verdade ou não, o certo é que o seu nome ficou registado como colaborador "dos bons".

Em 1939 é destacado pelos Serviços Secretos Ingleses para ajudar no esforço de Guerra (a Segunda Mundial, para os mais distraídos) - é aqui que a vida do criador se mistura com a da personagem.

Nos seus criativos e elegantes relatórios das missões começam a aparecer os primeiros sinais do seu talento como escritor. Todos os colegas elogiam as suas piadas e admiram as suas ideias originais e brilhantes na criação de manobras em operações ultra-secretas.

Em 1952 casa com lady Anne Rothermere e a sua vida de bon vivant (pessoa que só Assim, é também nessa altura que Fleming escreve o esboço do seu primeiro romance de 007, "Casino Royale".
Uma curiosidade: o romance foi escrito na sua casa na Jamaica que se chama Com o lançamento do livro, em 1953, o sucesso foi enorme. O êxito fez com que o autor fosse escrevendo sem parar outros livros sobre James Bond ao longo de 12 anos.

Todos os "007" foram best-sellers (livros que vendem muito). No fim, deixou catorze livros dedicados à sua personagem favorita, treze romances e uma colecção de contos.

Fleming morreu cedo, aos 58 anos (em 1964), vítima de um ataque cardíaco.

Bond, por seu turno, resistiu à sua morte. Resistiu também às mudanças de actores, às mentalidades das novas gerações, à concorrência de outros heróis de acção, ao Apesar de todas as críticas, Bond continua... e com força!

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ian_Fleming

segunda-feira, 21 de julho de 2008

José Bento Ferreira de Almeida

Monumento a Ferreira de Almeida inaugurado na então avenida de D.Amelia, hoje Avenida da República em 3-08-1910.

José Bento Ferreira de Almeida oficial da Armada, politico e estadista, filho do Dr. Manuel Joaquim de Almeida, natural de Aveiro foi presidente da Câmara Municipal de Faro, Governador Civil, do Distrito de Faro, Deputado do Algarve em várias legislaturas e faleceu a 19-06-1889 e de Maria Clementina Ortigão Ferreira de Almeida, natural de Faro, nasceu nesta cidade a 7-05-1847, e faleceu em Livorno (Itália) onde se encontrava assistindo à construção do cruzador « Vasco da Gama », a 4-09-1902.

Seguiu a carreira da Armada, em que assentou praça a 20-05-1897. Promovido a guarda marinha em 1869, nela chegou ao posto de Capitão de Mar e Guerra que tinha quando Faleceu e a que fora promovido em 28-03-1901. Oficial distinto, foi Governador de Mossâmedes de 1878 a 1880 e desempenhou outras importantes comissões de serviço.

Eleito Deputado pelo circulo de Faro - Loulé em 1884, foi depois sucessivamente reeleito em todas as legislaturas, ate em que em 1901, foi feito Par do Reino. A sua carreira Parlamentar ficou assinalada pela enérgica intervenção que teve em vários debates e, valente e dotado de génio bastante impulsivo, suscitou conflitos e duelos e chegou mesmo a agredir em plena câmara o então ministro da marinha Henrique de Macedo, facto que levantou grande celeuma e que lhe valeu ser julgado na Câmara alta e condenado a quatro meses de prisão. Não menor celeuma levantou em vários sectores da vida pública a proposta que, em 10-05-1891, apresentou em cortes para a venda de Moçambique.

Em 1895, José Bento Ferreira d´Almeida foi, por sua vez, Ministro da Marinha, num governo presidido por Hintze Ribeiro, que fora politicamente o seu grande defensor no conflito anteriormente suscitado, e levou a efeito medidas reputadas de grande interesse. Promoveu a reorganização da Armada, aboliu os castigos corporais ainda nela existentes, fundou a Escola de Alunos Marinheiros do Sul, com sede em Faro, que veio até aos seus dias. Teve carta de Conselho, dedicou-se a importantes estudos sobre pescarias e foi também um dos fundadores da Sociedade de Geografia de Lisboa. Nela realizou várias conferências e foi membro da Comissão de Exploração Africana.

Por iniciativa de numerosos amigos e admiradores que tinha na terra natal nela lhe foi inaugurado um monumento, mediante projecto do pintor Austríaco Adolfo Hausmann, então Professor de desenho na Escola Industrial de Faro. Em Faro foi também dado o seu nome à praça em que se encontra a casa em que nasceu.

José Bento Ferreira de Almeida deixou vários trabalhos publicados:

Portugal e os seus Domínios Ultramarinos, Pescarias na Costa Algarvia entre outros livros também escreveu vários discursos de estado, e de opinião.

Pesquisa efectuada por Pedro Carrega:

FRANCO, Mario Lyster, 1982, Algarviana Vol I A-B, Edição da Câmara Municipal de Faro, Impressão Tipografia União Faro (1982).


sexta-feira, 18 de julho de 2008

Bento XVI apela ao diálogo entre religiões, contra a violência.


Bento XVI deixou hoje na Austrália um apelo ao diálogo entre religiões, num encontro mantido com vários líderes das comunidades religiosas neste país, aos quais se apresentou como “um embaixador da paz”.

“Queridos amigos, vim à Austrália como embaixador de paz. Por isso, sinto-me feliz por me encontrar convosco, que de igual modo partilhais este anseio e conjuntamente o desejo de ajudar o mundo a conseguir a paz”, afirmou.

“Num mundo ameaçado por sinistras e indiscriminadas formas de violência, a voz unida daqueles que possuem espírito religioso incita as nações e as comunidades a resolverem os conflitos através de instrumentos pacíficos no pleno respeito da dignidade humana”, disse ainda.

O Papa assegurou que “é com paixão que a Igreja procura toda a oportunidade para prestar ouvidos às experiências espirituais das outras religiões. Poderemos afirmar que todas as religiões visam penetrar no significado profundo da existência humana, remetendo para uma origem ou princípio externo a elas mesmas”.

Falando na sala capitular da Catedral de Saint Mary, Sidney, o Papa saudou os presentes e agradeceu as palavras de boas-vindas do Rabino Jeremy Lawrence e do Xeque Femhi Naji El-Imam.

Bento XVI sublinhou que a Austrália é um país que “tem em grande consideração a liberdade de religião”.

“O vosso país reconhece que o respeito deste direito fundamental dá aos homens e mulheres a possibilidade de adorarem Deus segundo a sua consciência, de educarem o espírito e de agirem conforme as convicções éticas derivadas do seu credo”, indicou.

“Radicado no coração do ser humano, o sentido religioso desperta homens e mulheres para Deus, ensinando-os a descobrir que a realização pessoal não consiste na gratificação egoísta de desejos efémeros, mas está em ir ao encontro das necessidades dos outros e procurar caminhos concretos capazes de contribuir para o bem comum”, acrescentou.

Para o Papa, “a harmoniosa correlação entre religião e vida pública é ainda mais importante numa época como a nossa em que alguns chegaram a considerar a religião causa de divisão em vez de força de unidade”.

As religiões, observou, “desempenham um papel particular, pois ensinam às pessoas que o autêntico serviço exige sacrifício e autodisciplina, que por sua vez se devem cultivar através da abnegação, da temperança e do uso moderado dos bens naturais”, valores que considerou “particularmente importantes para uma adequada formação dos jovens, que muitas vezes são tentados a considerar a própria vida como um produto de consumo”.

“Nesta perspectiva, as escolas tanto confessionais como estatais poderiam fazer mais para se desenvolver a dimensão espiritual de cada jovem. Na Austrália, como noutros lugares, a religião foi um factor que motivou a fundação de muitas instituições educativas e, em bom direito, continua hoje a ocupar um lugar próprio nos currículos escolares”, ilustrou.

O Papa questionou directamente os presentes, perguntando se “não deveremos nós também fazer da bondade, da compaixão, da liberdade, da solidariedade, do respeito por cada indivíduo uma componente essencial da nossa visão dum futuro mais humano”.

Unidade entre os cristãos

Minutos antes, num encontro ecuménico, Bento XVI deu graças a Deus pela oportunidade de se encontrar com os representantes das diversas comunidades cristãs da Austrália.

Lembrando um “Acordo” assinada em 2004 pelos membros do Conselho Nacional das Igrejas na Austrália, o Papa referiu com apreço este “documento que reconhece um empenho comum, indica objectivos, declara pontos de convergência, sem esquivar apressadamente as diferenças”.

Sublinhando a importância do Baptismo - “porta de entrada na Igreja”, “vínculo da unidade” para todos os que graças a ele renasceram, Bento XVI observou que o Baptismo constitui o ponto de partida para todo o movimento ecuménico, mas não o ponto de chegada. “O caminho do ecumenismo visa em última análise uma celebração comum da Eucaristia - Sacramento por excelência da unidade da Igreja”, disse ainda.

Segundo o Papa, “podemos ter a certeza de que um dia uma Eucaristia comum mais não fará do que sublinhar a nossa decisão de nos amarmos e servirmos uns aos outros, à imitação do nosso Senhor”.

“É por isso que o diálogo sobre o lugar da Eucaristia contribuirá para fazer avançar o movimento ecuménico e para unificar o nosso testemunho perante o mundo”, explicou.

Outro aspecto desenvolvido no discurso papal foi o elo entre o diálogo teológico e o empenho comum com a vida das respectivas sociedades civis: “Devemos estar de sobreaviso contra a tentação de considerar a doutrina como uma fonte de divisão e portanto de impedimento àquilo que parece ser a tarefa mais urgente e imediata para melhorar o mundo em que vivemos”.

“Quanto mais assiduamente nos dedicarmos a alcançar uma compreensão comum dos divinos mistérios, tanto mais eloquentemente as nossas obras de caridade falarão da imensa bondade de Deus e do seu amor para com todos”, precisou o Papa.

Bento XVI observou também que “abrirmo-nos à aceitação dos bens espirituais de outros cristãos estimula a nossa capacidade de advertir a luz da verdade que vem do Espírito Santo”.

Em conclusão, o Papa defendeu que “os cristãos devem actuar conjuntamente para fazer com que o edifício permaneça sólido, de tal modo que outras pessoas se sintam atraídas para nele entrar, descobrindo aí os abundantes tesouros de graça que se encontram no seu interior”.

www.agencia.ecclesia.pt

Gil Vicente o Mestre, Ourives e Dramaturgo.


Gil Vicente

Gil Vicente (1465-1536) é geralmente considerado o primeiro grande dramaturgo português, além de poeta de renome. Há quem o identifique com o ourives, autor da Custódia de Belém, mestre da balança, e com o mestre de Retórica do rei Dom Manuel. Enquanto homem de teatro, parece ter também desempenhado as tarefas de músico, actor e encenador. É frequentemente considerado, de uma forma geral, o pai do teatro português, ou mesmo do teatro ibérico já que também escreveu em castelhano – partilhando a paternidade da dramaturgia espanhola com Juan del Encina.

A obra vicentina é tida como reflexo da mudança dos tempos e da passagem da Idade Média para o Renascimento, fazendo-se o balanço de uma época onde as hierarquias e a ordem social eram regidas por regras inflexíveis, para uma nova sociedade onde se começa a subverter a ordem instituída, ao questioná-la. Foi, o principal representante da literatura renascentista portuguesa, anterior a Camões, incorporando elementos populares na sua escrita que influenciou, por sua vez, a cultura popular portuguesa.

Local e data de nascimento

Apesar de se considerar que a data mais provável para o seu nascimento tenha sido em 1466 — hipótese defendida, entre outros, por Queirós Veloso — há ainda quem proponha as datas de 1460 (Braamcamp Freire) ou entre 1470 e 1475 (Brito Rebelo). Se nos basearmos nas informações veiculadas na própria obra do autor, encontraremos contradições. O Velho da Horta, a Floresta de Enganos ou o Auto da Festa, indicam 1452, 1470 e antes de 1467, respectivamente. Desde 1965, quando decorreram festividades oficiais comemorativas do quincentenário do nascimento do dramaturgo, que se aceita 1465 de forma quase unânime. Frei Pedro de Poiares localizava o seu nascimento em Barcelos, mas as hipóteses de assim ter sido são poucas. Pires de Lima propôs Guimarães para sua terra natal - hipótese essa que estaria de acordo com a identificação do dramaturgo com o ourives, já que a cidade de Guimarães foi durante muito tempo berço privilegiado de joalheiros. O povo de Guimarães orgulha-se desta hipótese, como se pode verificar, por exemplo, na designação dada a uma das escolas do Concelho (em Urgeses), que homenageia o autor. Lisboa é também muitas vezes defendida como o local certo. Outros, porém, indicam as Beiras para local de nascimento - de facto, verificam-se várias referências a esta área geográfica de Portugal, seja na toponímia como pela forma de falar das personagens.


Obras:
  • Auto Pastoril Castelhano (1502)
  • Auto dos Reis Magos (1503)
  • Auto de S. Martinho (1504)
  • Auto da Índia (1509)
  • Auto da Fé (1510)
  • Auto das Fadas (1511)
  • Auto da Sibila Cassandra (1513)
  • Comédia do Viúvo (1514)
  • Quem tem farelos (1515)
  • Auto dos Quatro Tempos (1516)
  • Auto da Barca do Inferno (1517)
  • Auto da Barca do Purgatório (1518)
  • Auto da Barca da Glória (1519)
  • Auto do Deus Padre (1520)
  • Cortes de Júpiter (1521)
  • Auto da Fama (1521)
  • Pranto de Maria Parda (1522)
  • Farsa de Inês Pereira (1523)
  • Auto Pastoril Português (1523)
  • Auto dos Físicos (1524)
  • Farsa das Ciganas (1525)
  • Breve Sumário da História de Deus (1526)
  • Diálogo dos Judeus sobre a Ressurreição (1526)
  • Nau d'Amores (1527)
  • Farsa dos Almocreves (1527)
  • Auto Pastoril da Serra da Estrela (1527)
  • Auto da Feira (1528)
  • Auto da Festa (1528)
  • O Clérigo da Beira (1530)
  • Jubileu d'Amores (1531)
  • Auto da Lusitânia (1532)
  • Romagem de Agravados (1533)
  • Auto da Cananeia (1534)
  • Floresta de Enganos (1536)

Recolha de dados em vários sites da internet.

domingo, 13 de julho de 2008

Orson Welles

George Orson Welles nasceu a 6 de Maio de 1915 no Wisconsin, EUA e morreu de ataque cardíaco aos 70 anos a 10 de Outubro de 1985 na Califórnia, EUA.

Welles é considerado por muitos como um dos maiores cineastas americanos de sempre, no seu longo currículo cinematográfico constam obras como “Citizen Kane”, “Casino Royale” ou “Othelo”.

Realizou um total de 27 filmes entre os 113 que compõem a sua obra de vida, também composta por filmes onde participou como actor, guionista ou produtor. George Orson Welles conseguiu inspirar um grande número de admiradores a se tornar Realizadores de Cinema, marcando uma inteira geração de cineasta e fãs de cinema.

Orson Welles ficou órfão muito cedo, a sua mãe morreu quando ele tinha apenas 9 anos e o seu pai faleceu uns anos mais tarde quando Welles tinha 15 anos. Quando o seu pai morreu decidiu abandonar a escola de artes que frequentava para se dedicar á representação. Aos 18 anos, Welles já era um famoso actor no teatro experimental. Com 19 anos fez sua estreia na Broadway na montagem de ''Romeu e Julieta''. Tornou-se amigo próximo do director e produtor John Houseman, para quem fez algumas colaborações. Da longa parceira de Welles com Houseman nasceu a companhia Mercury Theatre criada em 1937, uma companhia de teatro que originou vários projectos, destacando-se ''Julio Cesar'', de 1937, em que Welles escreveu o argumento e ambientou a história na Itália fascista.
No dia de Halloween de 1938, a CBS transmitiu a notícia de que marcianos tinham chegado à Terra e vinham com a intenção de nos invadir, estando naquele preciso momento a atacar a cidade de New Jersey. Milhares de pessoas entraram em pânico e começaram a fugir das suas casas ao ouvir os boletins, narrados por Orson Welles. Contudo, tudo aquilo não passava de uma brincadeira, era somente uma leitura dramatizada do texto de “War of the Worlds, um clássico da ficção científica de H.G. Wells. A repercussão do evento foi tão grande que, logo a seguir, Orson Welles celebrou um contrato milionário com Hollywood para realizar dois filmes, com total liberdade para produzir, escrever os argumentos e actuar.

“Citizen Kane'', de 1941, foi o primeiro filme desse celebre e famoso contrato. Uma obra de enorme qualidade que ainda hoje é considerada como um dos melhores filmes do século XX. Aos 25 anos, Orson Welles revolucionou as técnicas de filmagem com recursos até então inexploradas como profundidade de campo, acção entrecortada num mesmo ambiente, planos longos, movimentos de câmara e edição rápida. O resultado foi uma obra-prima, considerada unanimemente pelos especialistas como sendo um dos melhores filmes de todos os tempos, senão o melhor.Porém, com o sucesso, vieram os problemas. O realizador foi acusado de basear-se na vida de William Randolph Hearst, um dos mais poderosos homens da época e que durante 40 anos foi o maior magnata das comunicações nos Estados Unidos. O próprio Hearst encabeçou a campanha contra Welles e o seu filme. “Citizen Kane” acabou por ficar bastante aquém do esperado nas bilheteiras apesar da aceitação geral da crítica.
No seu segundo filme, '''The Magnificent Ambersons” (1942), Welles decidiu expor a sua visão da sociedade americana. Utilizou praticamente os mesmos recursos técnicos que havia utilizado em “Citizen Kane''. No entanto, o filme acabou por ser um fracasso comercial, o que assim sendo significava que tanto “Citizen Kane” como '''The Magnificent Ambersons” não tinham gerado nenhum lucro o que levou á demissão de Welles e da sua equipa.
No entanto, o reconhecimento da genialidade de Welles, aconteceu após o seu despedimento, “Citizen Kane” foi um dos mais nomeados para os Óscares, tendo conquistado a estatueta de Melhor Argumento. O filme acabaria por obter uma margem de lucro considerável graças as suas reedições ao longo dos tempos. Também'''The Magnificent Ambersons” acabaria por ser nomeado para os Óscares, no entanto não venceu nenhum prémio. Em 1970, a academia distinguiu Welles com o Óscar honorário pelo conjunto da sua filmografia como actor e realizador. Em 1952, com o filme “Othelo” venceu a prestigiada Palma de Ouro de Cannes.
Como actor venceu um Globo de Ouro e um BAFTA pela sua prestação em “Butterfly” (1981) e “Chimes at Midnight” (1965), respectivamente.
Durante a sua carreira, Welles envolveu-se em diversos projectos e fez de tudo para conseguir produzir os seus filmes, o que nem sempre era possível. Muitos dos seus projectos permaneceram inacabados, como ''It's All True'', e ''Don Quixote'', filme em que Welles trabalhou durante dez anos e que chegou a ser exibido em Cannes em 1986.Welles dedicou a sua vida ao mundo do espectáculo, sacrificando muito do seu tempo e a sua vida pessoa para conseguir escrever uma página na história do cinema.

Filmes:

Hearts of Age (1934)
Too Much Johnson (1938)
Citizen Kane (1941)
Tanks (1942)
The Magnificent Ambersons (1942)
The Stranger (1946)
The Lady from Shanghai (1947)
Macbeth (1948)
Othello (1952)
Mr. Arkadin (1955)
Touch of Evil (1958)
The Trial (1962)
Chimes at Midnight (1965)
The Immortal Story (1968)
F for Fake (1974)
The Orson Welles Show (1979)

LISTA DOS MELHORES FILMES DE SEMPRE:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_dos_melhores_filmes_estadunidenses_segundo_o_American_Film_Institute

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Vasco Granja.

Apaixonado desde miúdo pelo cinema, Vasco Granja esteve envolvido no movimento cineclubista dos anos cinquenta. A sua relação com os movimentos de oposição ao Estado Novo e ao Partido Comunista Português valeram-lhe duas prisões pela PIDE, mas nem por isso deixou de estar presente no primeiro festival mundial de Animação, em Annecy, França, nos anos 60. Ganhou então uma nova paixão, cujo ídolo maior era o canadiano Norman McLaren, que conheceu pessoalmente.

Em 1974 inaugurou um novo programa na televisão, "Cinema de Animação", que duraria 16 anos. Foram mais de mil programas em que mostrou de tudo um pouco, desde a animação norte-americana, canadiana e europeia até aos países de Leste. Logo em 1975 concebeu um curso de Cinema de Animação, do qual germinaria a Associação Portuguesa de Cinema de Animação.

Entusiasta do Cinanima, defende o estatuto próprio da animação, já que, como escreveu o próprio, esta tem "uma linguagem autónoma, que nada ou quase nada tem a ver com a técnica e a estética do cinema, excepto no que se refere ao suporte material". Sem nunca deixar-se influenciar pelo ambiente político, sobreviveu às constantes mudanças de administrações da RTP, e influenciou toda uma nova geração de criadores de animação portugueses.

ENTREVISTA:

http://www.amordeperdicao.pt/especiais_solo.asp?artigoid=119

sábado, 21 de junho de 2008

Viriato,o Grande Português.


Este que vês, pastor já foi de gado

Viriato sabemos que se chama

Destro na lança mais que no cajado

Injuriada tem de Roma a fama,

Vencedor invencibil, afamado

Não tem co'ele, nem ter puderam

O primor que com Pirro já tiveram.

Os Lusíadas, VIII, 6



http://pt.wikipedia.org/wiki/Viriato

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Mark Twain

Mark Twain
Pseudónimo de Samuel Langhorne Clemens, escritor norte-americano nascido em 1835, na Florida. Quando tinha 4 anos a família mudou-se para Hannibal, na margem do Rio Mississípi. O pai de Twain morreu em 1847 e ele tornou-se aprendiz de impressor (1847-55). Entre 1853-54 viajou pelos diversos estados, trabalhando como impressor. Após uma breve viagem ao Brasil, tornou-se piloto fluvial no Mississípi (1857-61). Nessa época adoptou o pseudónimo de Mark Twain, que na linguagem de verificação da profundidade dos rios significa "duas marcas" na sonda.
Foi jornalista e conquistou a atenção do público com o conto
The Celebrated Jumping Frog of Calaveras County, publicado em 1865 num jornal e depois editado em livro com outros ensaios (1867). Em 1867 Twain visitou a França, a Itália e a Palestina, recolhendo material para o seu livro The Innocents Abroad (1869), que estabeleceu a sua reputação de humorista. Twain casou em 1870 e fixou-se em Hartford, Connecticut. Dois anos depois publicou Roughing It, e em 1873 The Gilded Age. Em 1876 foi publicada a primeira das suas grandes obras, The Adventures of Tom Sawyer, romance baseado nas experiências da adolescência do autor no Rio Mississípi. No seu livro seguinte, A Tramp Abroad(1880) o autor revisitou a Europa, regressando ao seu território com Life on the Mississippi. A obra-prima da carreira literária de Twain, The Adventures of Huckleberry Finn, foi publicada em 1884. O livro, que à semelhança de Tom Sawyer parecia um livro para jovens, constituía na realidade uma fábula da América urbana e industrial que na época de Twain ameaçava o sonho de liberdade junto da natureza. Huck representava muitas das aspirações da sociedade americana, com as quais o público facilmente se identificou. O romance estabeleceu definitivamente Twain como um dos grandes humoristas da literatura mundial. Entretanto foram publicadas outras obras do autor: A Connecticut Yankee in King Arthur's Court (1889), The Tragedy of Pudd'nhead Wilson (1894) e Personal Recollections of Joan of Arc (1896). A década de 1890 foi marcada por dificuldades financeiras e nos últimos anos de vida o gosto de Twain pela caricatura burlesca deu lugar a um pessimismo satírico. A dimensão irónica do mundo e em particular do sonho americano revelaram a nova paisagem americana em toda a sua materialidade.
Twain morreu em Abril de 1910. A sensibilidade do escritor, dividida na transição da América para a era industrial, influenciou particularmente William Dean Howells, amigo próximo de Twain.

www.webboom.pt

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Nova casa Para o lince Ibérico

Hoje começa a nascer a casa do Lince Ibérico

O ministro do Ambiente preside esta tarde (6 de Junho) ao lançamento da primeira pedra do futuro Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro do Lince Ibérico, na Herdade das Santinhas, concelho de Silves. Trata-se de um projecto comum com Espanha. Os dois países querem repovoar a península com esta espécie ameaçada pelo Homem. Estima-se que existam hoje pouco mais 100 animais. Os primeiros linces a habitar o centro de Silves, deverão vir de Doñana, na Andaluzia. O projecto do centro em Silves é desenvolvido pela empresa Águas do Algarve, com o apoio do Comité de Cria em Cativeiro do Lince Ibérico, e faz parte do programa de medidas de minimização e de compensação ambiental pela construção da Barragem de Odelouca.

O centro deverá estar pronto em 2009.

Fonte Região sul


Ver mais info. no post de Quarta-feira, 18 de Abril de 2007 em:

http://caminheiros98faro.blogspot.com/2007/04/lince-ibrico.html

terça-feira, 3 de junho de 2008

Humberto Delgado o General sem Medo


Humberto Delgado 1958

Humberto da Silva Delgado nasceu em 1906 em Torres Novas. A sua educação passou pela frequência do Colégio Militar, tendo terminado os seus estudos em 1922.
Participou activamente no movimento militar de 28 de Maio de 1926, que conduziu mais tarde ao Estado Novo. Anos depois rompeu relações com o regime de Salazar, apresentando-se em 1958 como candidato à Presidência da República, tendo como opositor Américo Thomaz. Após uma campanha eleitoral activa, onde conquistou o apoio popular, acabou por ser derrotado, apesar de tanto ele como a oposição em geral nunca terem aceite os resultados.
O "General Sem Medo", como ficou celebrizado, teve de se exilar (primeiro no Brasil, depois na Argélia), nunca tendo no entanto deixado de dirigir acções contra o regime.
Foi assassinado a tiro em 1965, perto de Badajoz, por um membro da PIDE chamado, António Rosa Casaco que chefiou a brigada que assassinou o General sem medo.
Apesar de o regime nunca ter assumido oficialmente as responsabilidades, a sua luta não foi em vão: a opinião pública que o apoiava tornou-se num grave problema para a política de Salazar.

Em 1958 depois de ter anunciado a sua candidatura as eleições presidenciais altura numa entrevista ao jornal France Press surge uma pergunta.

"Qual a sua atitude para com o Sr. Presidente do Conselho se for eleito?"

E a resposta, imediata, enérgica, sem uma hesitação, sem um tremor:

"Obviamente, demito-o".


Sítios importantes para conhecer melhor a vida de Humberto Delgado:
www.vidaslusofonas.pt
www.humbertodelgado.pt
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1264618&idCanal=

Expo Zaragoza 2008



A Exposição Internacional Expo Zaragoza 2008

A Exposição Internacional de Saragoça decorre entre os dias 14 de Junho e 14 de Setembro de 2008, num recinto de 25 hectares localizado a Oeste da cidade de Saragoça, ao longo das margens do rio Ebro, subordinada ao tema "Água e Desenvolvimento Sustentável".

Neste local a Organização da Exposição reúne 100 países participantes, para além de diversas organizações não governamentais, instituições nacionais, internacionais e empresas diversas. A presença destes participantes, acrescida da programação cultural e científica, bem como da animação prevista, atrairá, segundo as estimativas apresentadas, mais de seis milhões de visitas ao longo das 13 semanas do Evento.

O tema central da Expo Zaragoza 2008, a água como elemento imprescindível para a vida, tem como objectivo e finalidade um dos maiores desafios do século XXI: a participação activa do homem no compromisso ético da sustentabilidade.

O uso sustentável da água é um dos maiores desafios globais da humanidade. Um desafio que nos obriga a reconsiderar a nossa relação com o meio e a elaborar novas estratégias no uso dos recursos, que evitem o seu esgotamento e a degradação dos sistemas ambientais que mantêm a vida no Planeta.

O tema central divide-se, por sua vez em quatro sub-temas:

Água, recurso único
Água para a Vida
Paisagens da Água
Água, elemento de ligação entre povos

www.expo2008-portugal.com

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Biodiesel, o Futuro?



O que é especificamente o Biodiesel?
Por volta dos anos 70, os cientistas descobriram que através de um processo químico denominado de Trans-Esterificação, se poderia diminuir a viscosidade dos óleos vegetais, surgindo assim o biodiesel.
O Biodiesel é um combustível para motores diesel feito a partir do óleo vegetal obtido de sementes oleoginosas e/ou de óleos vegetais usados (O.V.U).
A problemática dos óleos vegetais usados (O.V.U.)
Os O.V.U., ou óleos de cozinha, são feitos a partir de matéria vegetal, como o nome indica.
Quando lançados para a rede de esgotos provocam problemas ambientais, nomeadamente a contaminação das águas e dos solos. Não são considerados resíduos perigosos porque se degradam naturalmente, oxidando-se quando expostos ao ar e libertando dióxido de carbono. Quando lançados nas redes de drenagem das águas residuais poluem os meios receptores e obstruem os filtros de gorduras das ETAR’S, sendo assim um obstáculo ao seu bom funcionamento.
Quais são os veículos que podem usar o biodiesel?
Quais as modificações que se têm que efectuar?

Qualquer veículo a diesel pode usar o biodiesel. Pode usar-se puro (100%) ou misturado em qualquer proporção com gasóleo. Não é necessário qualquer modificação prévia nos motores. A energia específica do biodiesel é aproximadamente 5% inferior à do gasóleo, mas o seu número "cetano" mais elevado compensa esta diferença, daí que o rendimento energético de ambos os combustíveis seja essencialmente o mesmo.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Franco planeou invadir Portugal


"Franco chegou a fazer uma proposta a Hitler, revela historiador espanhol, que diz ter tido acesso a documentos secretos"

O historiador espanhol Manuel Ros Agudo afirma que Franco fez uma proposta a Hitler para entrar na II Guerra Mundial, em 1940, e que isso só não aconteceu porque as contrapropostas que pedia eram muito grandes. «O que mais me convenceu dessa intenção de Franco foi encontrar nums arquivos secretos um plano detalhado de invasão de Portugal», explicou.
Segundo noticia o jornal «Faro de Vigo», o historiador baseia-se num documento que classifica como um «tesouro e uma bomba histórica», e que, segundo ele, evidencia a «verdadeira atitude de Franco, pois mostra com toda a clareza o profissionalismo estratégico-militar com que Franco planeou a entrada de Espanha na II Guerra Mundial».
Segundo Ros, se Franco não entrou em guerra com a Inglaterra como planeava, em aliança com a Alemanha e com Itália, não foi por falta de vontade, mas sim porque não conseguiu de Hitler e Mussolini as contrapartidas que desejava.
De acordo com este professor de História Contemporânea na Universidade CEU-San Pablo, Franco queria um império colonial espanhol no norte de África que incluiria Marrocos, uma parte da Argélia e um aumento substancial da Guiné espanhola.
No entanto, Hitler não terá dado garantias a Franco e isso terá dissuadido o ditador espanhol, que estava consciente da debilidade militar espanhola.
Ainda assim, enquanto decorriam as negociações com Hitler, sustenta o historiador, baseado em «provas irrefutáveis», o Estado Maior espanhol planeou várias operações militares contra objectivos tão diferentes como Gibraltar, as colónias francesas no norte de África e a invasão de Portugal.

Salazar teria enviado espiões a Espanha
Contactado pelo PortugalDiário, o historiador Fernando Rosas diz desconhecer os documentos em causa, mas o certo é que há muitos documentos do Estado Maior espanhol que são secretos e estavam fechados. «Até agora não havia provas de tudo isso que há muito se sabia, podem surgir agora».
«Toda a gente sabe que Hitler pensou invadir a Península Ibérica e a elite franquista sempre quis unificar a Península», sublinha Fernando Rosas. Aliás, acrescenta, «Salazar teria enviado espiões a Espanha para saber onde estariam estacionadas as tropas».
Segundo este historiador, que já estudou este tema, a suposta invasão de Portugal foi inviabilizada por um conjunto de factores: «Primeiro, Franco pedia muitas contrapartidas; depois porque foi preciso deslocar tropas alemãs dos Pirenéus para a Jugoslávia e também para a Grécia». Porque a ideia dos alemães, sustenta, «sempre foi acabar com a Rússia rapidamente e depois voltar-se para a Península Ibérica».
Segundo Fernando Rosas, estariam delineadas duas operações: o Operação Félix, que consistia em atacar Gibraltar, que seria devolvido aos espanhóis, por terra e por mar; e a Operação Isabella, que tinha como objectivo entrar em Portugal para impedir o desembarque dos Aliados."
PortugalDiário